sábado, 12 de março de 2011

CV(EXPRESSO):Presidenciais 2011: MpD dá apoio político a Jorge Carlos Fonseca


PRAIA-Está feita a escolha do Movimento para a Democracia, para as eleições presidenciais. O penalista Jorge Carlos Fonseca é o nome que vai ter o apoio político do partido. A decisão saiu da última reunião da Direcção Nacional, encontro que se prolongou desde a manhã de sábado até à madrugada de domingo. Dia 10 de Março será conhecido o candidato apoiado pelo PAICV que, tudo indica, será Aristides Lima.
À hora da votação, na madrugada de domingo, dia 6, já não estavam presentes os cinquenta membros da DN do MpD, Jorge Carlos Fonseca recebeu 22 votos a favor, tendo-se registado ainda cinco para Amílcar Spencer Lopes e também 6 abstenções. Apesar do partido querer passar a mensagem que a escolha tem o suporte da maioria dos membros da DN, a verdade é que o candidato apoiado pelo MpD acaba por não ter o voto de metade do conselho.
O partido garante um auxílio político. As estruturas estarão engajadas. As intervenções serão feitas quando o Movimento para a Democracia considerar que são necessárias. E será dado um sinal claro aos militantes que o voto deve ser no candidato que o MpD impulsiona.
Amílcar Spencer Lopes, que saiu derrotado da última reunião da Direcção Nacional, para já recusa-se a comentar esta decisão. Em declarações à Inforpress, Spencer Lopes, afirmou que ainda não dispõe de "pormenores suficientes" que lhe permitam ter uma visão daquilo que realmente terá acontecido na reunião realizada este fim-de-semana.
"Eu estou a viajar, não tenho pormenores a não ser aqueles que estão na imprensa online, de maneira que estou a espera que o meu partido me comunique oficialmente para poder reagir", disse Amílcar Spencer Lopes, remetendo um possível contacto com a imprensa para quando chegar à Cidade Praia.
"Sem surpresas", diz Jorge Carlos Fonseca
Jorge Carlos Fonseca afirma que não ficou surpreendido com o apoio do MpD. "Era um apoio esperado. Como tinha referido a 27 de Novembro [data do anúncio da candidatura] depois de muitos contactos alargados na sociedade cabo-verdiana, mas também com dirigentes políticos, estava seguro desse apoio. No âmbito da minha candidatura é um apoio muito relevante, porque é um partido que nas últimas legislativas teve mais de 90 mil votos".
No entanto, Jorge Carlos Fonseca salientou que a sua candidatura provém da sociedade cabo-verdiana. "É uma candidatura da cidadania. Procurarei, para além do apoio político do MpD, obter o apoio de outras forças políticas, mas também e especialmente da sociedade cabo-verdiana. A candidatura presidencial não é de raiz partidária, e queremos uma vitória dos cidadãos".
Jorge Carlos Fonseca não nega que já fez contactos com outras forças políticas, como a UCID, partido da mesma família política do MpD. "A UCID é uma força política democrática, com um papel muito interessante na luta pela democracia e pelas liberdades em Cabo Verde. Não nego que tenho mantido contactos com a UCID e irei aprofundá-los. Mas quero falat também com associações, sindicatos, empresários, jovens e universitários".
Para já, está a ser trabalhada a estruturação da campanha. "O trabalho será agora acelerado e aperfeiçoado. Continuarei os contactos com os dirigentes do MpD e irei ampliá-los para outras forças políticas. Quero alargar a base de apoio, para ter a capacidade de vencer as eleições, principalmente neste contexto que o pais está a enfrentar, com uma série de desafios pela frente como o combate ao desemprego, o crescimento económico, a contenção da insegurança, a credibilidade do sistema de justiça, e é preciso que na presidência esteja uma figura capaz de equilibrar, moderar e também uma pessoa que, pelo seu percurso político, pelos seus valores, seja um democrata autêntico, e amigo da constituição".
Sobre a melhor data para as eleições presidenciais, que nunca poderão ser antes de 7 de Agosto, Jorge Carlos Fonseca defende que o final de Setembro, ou princípio de Outubro seriam a altura ideal para a ida às urnas. "Agosto não será bom para as eleições. Há campanhas agrícolas, é um mês de férias não só para os cabo-verdianos que saem do país mas também para os emigrantes que estão cá. Mais adequado seria finais de Setembro princípios de Outubro".
Advogado e constitucionalista, Jorge Carlos Fonseca, foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde entre 1991 e 1993, na altura em que o MpD chegou ao Governo, levando o arquipélago, pela primeira vez, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Nas presidenciais de 2001 candidatou-se como independente, mas não chegou a passar à segunda volta, disputada entre Carlos Veiga e Pedro Pires.
Jorge Carlos Fonseca é licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, Mestre em Direito (Ciências Jurídicas) pela Faculdade de Direito de Lisboa, escritor, advogado, jurisconsulto e, actualmente, é também director do Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais.
PAICV escolhe este sábado
Jorge Carlos Fonseca diz que não tem preferências em relação ao futuro adversário nas presidenciais, mas o Expresso das Ilhas pode avançar que Aristides Lima é o candidato mais bem posicionado para ganhar o apoio do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde.
Neste momento, o ainda presidente da Assembleia Nacional tem já apalavrados os votos da maioria dos conselheiros que integram a estrutura dirigente do PAICV. Apesar da votação ser secreta, fontes contactadas pelo Expresso das Ilhas disseram não esperar qualquer volte-face e que Aristides Lima será mesmo o escolhido.
Fora da corrida ao Palácio do Plateau, ou, pelo menos, fora dos apoios partidários do PAICV ficam assim Manuel Inocêncio Sousa e David Hopffer Almada.
Jorge Montezinho, Redacção Praia
http://www.expressodasilhas.sapo.cv/pt/noticias/detail/id/23573
Foto:Rádio Atlântico

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