LUANDA-Isaías Samakuva, José Pedro Katchiungo e Sebastião Veloso são os únicos concorrentes à liderança da UNITA, a sair do décimo primeiro Congresso ordinário, a realizar-se em Luanda, de 13 a 16 deste mês, informou o porta voz do conclave, Anastácio Ruben Sicato.
Em conversa com O PAÍS nesta quarta-feira, 30, último dia de apresentação das candidaturas, iniciadas a 25 de Novembro, a fonte avançou que com o fim deste processo, os candidatos e seus apoiantes estão habilitados a fazer campanha eleitoral, entre 4 e 12 de Dezembro, apresentando os seus programas aos delegados ao certame.
Para a efectivação das candidaturas, segundo o regulamento do conclave, cada concorrente deve contar, no mínimo, com o apoio de 40 por cento dos trezentos membros efectivos da Comissão Política e de militantes, em dez províncias. Sob o lema: “ Unir Angola para a Mudança em 2012 ”, o evento congregará mil e sessenta e cinco delegados, idos de todo o país e do estrangeiro, onde residem algumas células (antigas comunidades na diáspora).
África do Sul, Congo Democrático, Zâmbia, Namíbia, Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e Canadá, são, entre outros, os países onde o “galo negro” detém um número considerável de apoiantes. A maior parte instalou-se nestes países em busca de melhores condições de segurança, por altura em que o país vivia o conflito armado terminado a 4 de Abril de 2002, com a assinatura do “memorando de entendimento” do Lwena, complementar ao Protocolo de Lusaka. O conclave, o terceiro a realizar-se já num clima de paz, será antecedido de conferências municipais e províncias que elegerão os delegados a este magno evento, que segundo Ruben Sicato, está a ser aguardado com muita expectativa por “ ser aí onde será eleito o novo presidente do partido, com base no que regem os estatutos que orienta a realização quadrienal dos Congressos para a renovação dos mandatos”.
Baseando-se ainda no regulamento, as conferências preparatórias encarregam-se de ratificar as propostas que advirem dos colóquios provinciais.
Atendo-se ainda ao aludido documento, esclareceu que os delegados ao décimo primeiro Congresso serão escolhidos nas suas respectivas províncias, num processo que se pretende democrático e aberto a entidades externas para testemunharem o acto, entre as quais membros da sociedade civil que foram convidadas pela comissão organizadora do evento. O calendário estabelece que as conferências deverão realizar-se de 1 a 5 de Dezembro em todo o país.
Durante o Congresso serão discutidos alguns assuntos de carácter político, social, económico e diplomático.
Tal como noticiado nas duas últimas edições, com o encerramento das candidaturas, Abel Chivukuvuku e Paulo Lukamba “Gato” já não concorrerão à liderança da UNITA, aguardando-se até ao fim do mandato do elenco que sairá do próximo conclave. Ambos têm os seus trilhos definidos, mas, por enquanto, em matéria de liderança do partido é um assunto arrumado nos próximos quatro anos, altura em que terminará o mandato da direcção que sair do Congresso do dia 16.
Causas profundas
Em Julho deste ano, emergiu um núcleo de militantes denominado “Grupo de Reflexão”, que lançou um “memorando” no qual se pedia a retirada incondicional de Isaías Samakuva da liderança do partido, acusando-o de não pretender convocar o XIº Congresso, para se perpetuar na direcção desta organização política.
Numa das passagens do documento, lia-se que “ acompanhamos com muita apreensão as intervenções do presidente do partido que insinuam as dificuldades financeiras como causas da não realização do Congresso em tempo estatutário. Esta situação descredibiliza o Partido e retira a condição de alvorada na implementação dos princípios da vanguarda democrática”. O documento em causa, que teve como um dos mentores Rafael Aguiar, prosseguia que “o Congresso reúne ordinariamente de quatro em quatro anos, por convocação do presidente do partido, ouvida a Comissão Política, mas desde a tomada de posse do actual líder até ao dia 22 de Julho do corrente ano, são decorridos quatro anos, mas ainda não foi convocado o Congresso para a renovação de mandatos”. Os mentores do “memorando” que alegavam contar com o apoio de outras figuras do Comité Permanente da Comissão Política(CPCP), órgão supremo do partido, como o veterano Samuel Chiwale, Paulo Lukamba “Gato”, Jaka Jamba, Abel Chivukuvuku, Marcial Dachala, Horácio Junjuvile e ainda do empresário Alberto Katende, foram prontamente travados pela direcção de Samakuva,tendo sido acusados de obstruir o desempenho da direcção do partido.
Intolerância política
O “Grupo de Reflexão” denunciou também no seu memorando que reinava no interior do partido um “ clima de intolerância política” conduzida pelo seu líder, pelo facto de não haver alegada liberdade de expressão, não se aceitarem críticas e os que se opõe às decisões do líder são repreendidos com agressões verbais ou físicas, exemplificando o caso do ex-ministro do Comércio, Joaquim Muafumba, “quando tentou questionar a realização do Congresso”.
Os referidos mentores acusaram também alguns colaboradores directos de Isaías Samakuva, entre os quais; Demóstenes Chilingutila, Mártires Correia Victor, Isaías Chitombi, Daniel Maluka, Cláudio Silva, Sabino Sakutala, Franco Marcolino de encorajar o “ número um” da direcção da UNITA a inviabilizar a realização do Congresso periodicamente, como definem os próprios estatutos.
O documento de dez páginas caracterizava a agressão a Joaquim Muafumba, protagonizada por um militante, numa reunião de alto nível orientada pelo próprio presidente do partido, Isaías Samakuva, como sendo um acto de intimidação contra todos que defendem o Congresso em obediência aos princípios democráticos.
Acusações e contra-acusações
Uma semana depois, foi convocada uma conferência de imprensa durante a qual se minimizava o aludido memorando posto a circular por um grupo de vinte e quatro militantes que pediam a saída de Isaías Samakuva, numa declaração lida pelo seu porta-voz, Alcides Saklala Simões, afirmando que os autores eram pessoas estranhas ao partido por não se terem identificado.
“ Não conhecemos os supostos militantes que fizeram circular na imprensa o referido memorando que pretende demitir o presidente do partido, no mesmo dia em que terminou o mandato da actual direcção”, afirmou Alcides Sakala, acrescentando que “ se fossem pessoas honestas e corajosas deviam se dirigir ao partido para dizerem o que eles pretendem, em vez de ir à imprensa, porque o partido trata as coisas internamente e não em hasta pública”.
Alcides Sakala dizia ainda que os referidos militantes agiram de má fé e a sua atitude demonstrava falta de honestidade intelectual, cobardia e desrespeito ao próprio partido que alegam pertencer. “Se são da UNITA, porque não tratam as coisas dentro do próprio partido?”, interrogou-se, reforçando que a organização do “ galo negro” merece respeito e não deve ser banalizada por quem quer seja, para tirar aproveitamento político em nome dos seus mandantes.
O porta-voz havia reiterado que era o próprio presidente da UNITA quem estava mais interessado em realizar o Congresso, e que as acusações contra ele não tinham qualquer fundamento, “ na medida em que na última reunião do CPCP, concordou-se que no próximo encontro a realizar-se em Setembro do ano em curso sairá a data para a realização do conclave”. Mais adiante, Sakala dizia haver pessoas que pretendiam denegrir a imagem do partido e do seu líder.
Uma semana depois, foi convocada uma conferência de imprensa durante a qual se minimizava o aludido memorando posto a circular por um grupo de vinte e quatro militantes que pediam a saída de Isaías Samakuva, numa declaração lida pelo seu porta-voz, Alcides Saklala Simões, afirmando que os autores eram pessoas estranhas ao partido por não se terem identificado.
“ Não conhecemos os supostos militantes que fizeram circular na imprensa o referido memorando que pretende demitir o presidente do partido, no mesmo dia em que terminou o mandato da actual direcção”, afirmou Alcides Sakala, acrescentando que “ se fossem pessoas honestas e corajosas deviam se dirigir ao partido para dizerem o que eles pretendem, em vez de ir à imprensa, porque o partido trata as coisas internamente e não em hasta pública”.
Alcides Sakala dizia ainda que os referidos militantes agiram de má fé e a sua atitude demonstrava falta de honestidade intelectual, cobardia e desrespeito ao próprio partido que alegam pertencer. “Se são da UNITA, porque não tratam as coisas dentro do próprio partido?”, interrogou-se, reforçando que a organização do “ galo negro” merece respeito e não deve ser banalizada por quem quer seja, para tirar aproveitamento político em nome dos seus mandantes.
O porta-voz havia reiterado que era o próprio presidente da UNITA quem estava mais interessado em realizar o Congresso, e que as acusações contra ele não tinham qualquer fundamento, “ na medida em que na última reunião do CPCP, concordou-se que no próximo encontro a realizar-se em Setembro do ano em curso sairá a data para a realização do conclave”. Mais adiante, Sakala dizia haver pessoas que pretendiam denegrir a imagem do partido e do seu líder.
2 de Dezembro
http://www.opais.net/pt/opais/?id=1929&det=24393
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