PRAIA- Os seropositivos em Cabo Verde sofrem ainda com a discriminação e a estigmatização da doença no arquipélago, defendeu hoje Daniel Delgado, seropositivo e presidente da recém-criada rede nacional das pessoas que vivem com o HIV, denominada Esperança.
Daniel Delgado, ex-emigrante em Portugal que vive com o vírus da SIDA há vários anos, aproveitou hoje o dia mundial de Luta contra a SIDA para explicar às pessoas que apesar dos avanços que o país conseguiu em termos de prevenção e de tratamento dos doentes de sida a discriminação ainda é muito forte.
Através da sua história, Daniel Delgado pretende chamar a atenção da sociedade para aquilo que considera ser também uma doença "que não mata mas corrói": a discriminação para com os infetados com o HIV.
"Vemos todos os dias, no trabalho basta as pessoas saberem que alguém tem HIV para ser discrminada e isso leva as pessoas a se autoestigmatizarem também. Por exemplo, em Cabo Verde os seropositivos não conseguem trabalhar na cozinha de um restaurante. O medo ainda é muito grande".
"Numa simples ida à barbearia para cortar o cabelo, às vezes recusam a atender a pessoas se sabe que ele é portador do HIV. Eu sei, porque isso acontece comigo", desabafou.
Daniel Delgado transformou-se nos últimos tempos no "rosto" da Luta contra o SIDA no Arquipélago.
Daniel Delgado afirmou que "depois de ver a morte de perto", decidiu regressar e junto com os outros ajudar os seropositivos em Cabo Verde a ter dignidade".
"Porque não basta dar uma cesta básica, ou quatro mil escudos mensais (cerca de 40 euros) de pensão àqueles que vivem com HIV. Também não queremos estar escondidos a tomar os anti-retrovirais. Queremos e temos direito a uma vida plena, produtiva", reivindicou.
O Presidente da Associação Esperança falou também do seu percurso com a doença e do seu regresso ao arquipélago para continuar a sua vivência com o vírus e apoiar os que necessitam de força para enfrentar "este demónio".
Foto:diocesesantiago.cv
"Quando recebi o diagnóstico, tive medo de sair. Medo de conviver para não ser alvo de estigmatização. Um dia porém, no Hospital Curry Cabral, onde recebia os ditos coquetéis, senti que ia morrer, pois nem podia engolir os medicamentos", disse.
Após este dia, Daniel Delgado decidiu regressar a Cabo Verde, onde está a ajudar os seus parceiros de luta a conseguirem maior atenção e proteção para poderem viver com dignidade.
Conseguiu com o apoio das Nações Unidas criar a Associação Esperança, uma rede nacional de pessoas portadoras do HIV, que além de apoiar os seropositivos, também trabalha na prevenção.
Daniel Delgado divide o seu tempo entre a associação, apoios aos doentes de SIDA, mas também com palestras nas escolas, centros de juventude e outras instituições onde seja preciso mostrar que os seropositivos também têm que trabalhar para acabar com a discriminação.
"Porque nós também nos autoestigmatizamos. Geralmente ao descobrir a condição de seropositivo, a pessoa sente medo, raiva, ódio de si próprio e se esconde. Isso contribui para aumentar o estigma", garantiu.
No Dia mundial da Luta contra a Sida, Daniel Delgado lembrou aos cabo-verdianos que para aqueles que vivem com o vírus, 1 de dezembro, dia mundial de luta contra a Sida é "todos os dias".
CLI/Lusa/Fim
"Vemos todos os dias, no trabalho basta as pessoas saberem que alguém tem HIV para ser discrminada e isso leva as pessoas a se autoestigmatizarem também. Por exemplo, em Cabo Verde os seropositivos não conseguem trabalhar na cozinha de um restaurante. O medo ainda é muito grande".
"Numa simples ida à barbearia para cortar o cabelo, às vezes recusam a atender a pessoas se sabe que ele é portador do HIV. Eu sei, porque isso acontece comigo", desabafou.
Daniel Delgado transformou-se nos últimos tempos no "rosto" da Luta contra o SIDA no Arquipélago.
Daniel Delgado afirmou que "depois de ver a morte de perto", decidiu regressar e junto com os outros ajudar os seropositivos em Cabo Verde a ter dignidade".
"Porque não basta dar uma cesta básica, ou quatro mil escudos mensais (cerca de 40 euros) de pensão àqueles que vivem com HIV. Também não queremos estar escondidos a tomar os anti-retrovirais. Queremos e temos direito a uma vida plena, produtiva", reivindicou.
O Presidente da Associação Esperança falou também do seu percurso com a doença e do seu regresso ao arquipélago para continuar a sua vivência com o vírus e apoiar os que necessitam de força para enfrentar "este demónio".
Foto:diocesesantiago.cv
"Quando recebi o diagnóstico, tive medo de sair. Medo de conviver para não ser alvo de estigmatização. Um dia porém, no Hospital Curry Cabral, onde recebia os ditos coquetéis, senti que ia morrer, pois nem podia engolir os medicamentos", disse.
Após este dia, Daniel Delgado decidiu regressar a Cabo Verde, onde está a ajudar os seus parceiros de luta a conseguirem maior atenção e proteção para poderem viver com dignidade.
Conseguiu com o apoio das Nações Unidas criar a Associação Esperança, uma rede nacional de pessoas portadoras do HIV, que além de apoiar os seropositivos, também trabalha na prevenção.
Daniel Delgado divide o seu tempo entre a associação, apoios aos doentes de SIDA, mas também com palestras nas escolas, centros de juventude e outras instituições onde seja preciso mostrar que os seropositivos também têm que trabalhar para acabar com a discriminação.
"Porque nós também nos autoestigmatizamos. Geralmente ao descobrir a condição de seropositivo, a pessoa sente medo, raiva, ódio de si próprio e se esconde. Isso contribui para aumentar o estigma", garantiu.
No Dia mundial da Luta contra a Sida, Daniel Delgado lembrou aos cabo-verdianos que para aqueles que vivem com o vírus, 1 de dezembro, dia mundial de luta contra a Sida é "todos os dias".
CLI/Lusa/Fim
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