RIO DE JANEIRO - O Brasil e os países da África Ocidental deverão intensificar a cooperação na área das energias renováveis com a assinatura de um memorando de entendimento, na próxima semana, em Cabo Verde.
A expetativa é de que seja assinado um acordo entre o governo brasileiro e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com o foco em projetos na área das energias renováveis e da eficiência energética, segundo fonte do Ministério da Agricultura brasileiro.
"O ex-presidente Lula da Silva já havia assinado um memorando para cooperação com a UEMOA [União Económica e Monetária do Oeste Africano] e agora há uma demanda para a assinatura de um memorando com a CEDEAO", adiantou à Lusa José Nilton de Souza, um dos representantes do Ministério da Agricultura ligado ao projeto.
Na próxima semana, os países da África Ocidental participarão, ao lado do Brasil, num fórum sobre os desafios da energia renovável, a realizar na cidade da Praia, capital de Cabo Verde.
Durante o evento, o Brasil pretende apresentar as suas políticas de regulação energética e de incentivo à produção de energia a partir de fontes renováveis, como a biomassa e a energia solar.
"Os projetos de cooperação contemplam três fases: de estudo de viabilidade e mapeamento geológico, seguido da elaboração de um projeto com os resultados deste estudo, e a busca de investidores para a implementação efetiva do projeto", explicou o representante brasileiro.
O primeiro programa deste tipo realizado pelo Brasil foi feito para o Senegal. Um estudo detalhado do solo, com a identificação da "aptidão agrícola" de cada área foi concluído este ano por técnicos brasileiros e entregue ao governo senegalês.
"Outro estudo também já deveria ter sido concluído na Guiné-Bissau, mas por problemas políticos internos do país, os trabalhos tiveram que ser paralisados", lamentou Souza.
Ambos os projetos foram realizados no âmbito de um acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos, para ajuda trilateral.
Com a assinatura do memorando com a CEDEAO, a expetativa é de que surjam novos programas deste tipo, que passarão a incluir outras fontes de energia renovável, além dos biocombustíveis.
FYRO/Lusa/fim
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.