Cidade da Praia, 26 jan (Lusa) - O Presidente de Cabo Verde afirmou hoje que o jornalismo cabo-verdiano "está de parabéns", ao comentar o 9.º lugar atribuído ao arquipélago pelo desempenho tido em 2011 no quadro da liberdade de imprensa pelos Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Numa nota de imprensa enviada hoje ao fim da tarde à comunicação social cabo-verdiana e internacional, Jorge Carlos Fonseca lembra que a classificação tem ainda mais importância por acontecer numa altura em que Cabo Verde acabou de festejar o 20.º aniversário da entrada em vigor da primeira Constituição pluralista do país.
"O facto de Cabo Verde, no ano em que celebra o 20.º aniversário da entrada em vigor da Constituição da República (1991), ter sido incluído pelos RSF entre os dez países com maior liberdade de imprensa no mundo, tem de ser motivo de regozijo e muito orgulho", escreveu Jorge Carlos Fonseca.
"Os jornalistas cabo-verdianos estão de parabéns e devem ser exortados a prosseguir, na sua área de atuação, a tarefa de realizar a Constituição numa das suas vertentes mais nobres: a liberdade de expressão", acrescentou na nota.
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, a distinção, "longe de significar que já se atingiu o apogeu e que os ganhos são irreversíveis", deve ser "um estímulo" na identificação das "grandes limitações ainda existentes", para que possam ser superadas no caminho de uma imprensa "cada vez mais pujante".
"Acreditamos que os incentivos à formação permanente, ao exercício do jornalismo de forma independente, ao reforço da imprensa privada e ao combate à autocensura, bem como a rápida instalação da Autoridade Reguladora da Comunicação Social, podem ser passos importantes no fortalecimento da liberdade de imprensa", realçou.
Para Jorge Carlos Fonseca, a liberdade de imprensa é um dos pilares "fundamentais" de um Estado de Direito democrático e o respetivo exercício constitui um dos valores essenciais da Democracia e da Constituição, a liberdade de expressão do pensamento.
Divulgado quarta-feira, o relatório anual dos RSF colocou Cabo Verde na 9.ª posição entre 179 países analisados sob a perspetiva da liberdade de imprensa.
Em 2010, a comunicação social cabo-verdiana - com dois canais de televisão, seis rádios, três jornais e uma agência noticiosa de âmbito nacional (públicos e privados) e mais de uma dezena de órgãos locais - foi igualmente analisada, tendo, na altura, ficado no 26.º posto.
Segundo Carla Lima, presidente da Associação dos Jornalistas Cabo-Verdianos (AJOC), a instituição tem inscritos 150 jornalistas, num universo de 200 profissionais, mas só 90 são detentores de carteira profissional.
JSD./Lusa/Fim
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