O NOVO LIDER DA EXTREMA DIREITA EUROPEIA
Apesar de ser membro fundador da União Europeia, a Holanda manteve sempre uma certa liberdade legislativa em relação aos outros Países no tocante a assuntos como por exemplo: drogas, eutanásia e prostituição. Os Politicos holandeses eram conhecidos pela sua pouca preocupação com a sua própria segurança e usavam como meio de transporte a popular bicicleta para ir ao Parlamento e aos Ministérios. Mas o Mundo mudou e os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, e do 11-M de 2004 e dentro das portas os assassinatos do político Pim Fortuyn por um activista de extrema esquerda, em 2002, e do cineasta Theo van Gogh por um fanático muçulmano, em 2004, deixaram marcas indeléveis na liberal cultura holandesa.As últimas Eleições legislativas holandesas de 2006 foram marcados sobretudo pela questão da imigração e com o desaparecimento do Partido de Fortuyn do panorama politico surgiu um novo partido contra a imigração, (sobretudo a muçulmana) o Partido pela Liberdade (PVV), liderado pelo populista Geert Wilders, que elegeu nove deputados.Jovem, inteligente e ambicioso (nasceu na cidade holandesa de Venlo, a 6 de Setembro de 1963) Wilders quer ocupar o lugar deixado vago pelo popular Pim Fortuyn na Extrema direita holandesa e elege como alvos prioritários: os imigrantes sobretudo incidência os oriundos dos Países Arabes e a religião Islâmica.A 9 de Fevereiro 2008 lança o polémico filme Fitna que é considerado no mundo muçulmano como de blasfemia provocando uma reacção em cadeia em todo o mundo; o que embaraça em certa medida o governo de coligação holandês liderado por Jan Peter Balkenende.Na altura o Ministério Público da Holanda abriu um processo contra Wilders mas foi arquivado com a justificação de que havia nada de condenável nas declarações de Wilders à imprensa a preposito do filme.Nos finais de 2008 quando Ahmed Aboutaleb foi nomeado burgomestre da cidade de Roterdão, Wilders mostrou-se escandalizado dizendo para a imprensa que; “Um marroquino no Segundo maior Municipio da Holanda é tão caricato como um holandês governando a cidade de Meca". Pela sua firmeza e determinação em combater o islamismo radical e pelo seu direito a liberdade de expressão, Wilders foi galardoado pelo Instituto ultra conservador Americano ”Horowitz Freedom Centre” com o prémio “Freedom Award”A 21 de Janeiro Geerd Wilders é manchete toda a imprensa da Holanda e mundial porque foi publicado uma nova decisão do Tribunal da capital holandesa Amsterdão que decide julgar o politico populista pelas: «generalizações abusivas que insultam as pessoas de fé muçulmana». Pode ser lida ainda que a decisão considerou que: «Em democracia, a apologia do ódio é tão grave que se torna do interesse geral traçar uma linha clara”. (consultar o site: www.rechtspraak.nl número LJN: BH0496)Em resposta à decisão do Tribunal, Wilders manifestou a sua total surpresa com a decisão: "um dia negro para a liberdade de expressão". «Quem é que vai defender a nossa cultura se me silenciarem», perguntou Wilders a imprensa.Para que se possa entender melhor esse assunto fomos ver de novo o filme ,Fitna, (cerca de 17 minutos) palavra arabe que significa, divisão, Discordia; e num sentido mais lato um apelo a violência.O filme pode ter várias leituras pode ser visto ainda nas paginas do YouTube. Cabe ao leitor ver e tirar as suas próprias ilações.Um resumo sucinto do FITNA de Geerd WildersParte 1Pode-se ver imagens dos atentados do 11 de setembro nos Estados unidos, 11 de Março em Espanha (com relatos dramaticos das vitimas desses atentados que sabem que vào morrer..), atrocidades na Somalia e execuções como a do jornalista americano Daniel Pearl por radicais islamicos, no Paquistão em 2002.Ainda pode-se ver passagens com sermões e versículos do Alcorão (o livro sagrado dos islâmicos ) que incitam e justificam a violência contra os chamados infiéis. Por exemplo no filme é perguntado uma criança arabe de 3 anos e meio o que são judeus e ela responde que sào macacos e porcos. A voz pergunta quem disse isso; A criança responde que é Alá e que está inscrito no Corão. (Wilders escreve posterior num artigo sobre a islamizaçào da europa que:” O Alcorão é claramente anti-semita, descrevendo os judeus como macacos e porcos.”)Parte 2Na Holanda existem neste momento quase 1 milhão de habitantes de origem muçulmana; e nesta fase do filme Wilders tenta mostrar que o país está a tornar-se cada vez mais islamizada e que ele está a prestar um service a população alertando-os para esse facto preocupante que poderá acontecer na Holanda se não forem adoptadas medidas para por cobro a isso. Para ilustrar o raciocinio do politico populista sào mostradas imagens de execuções de homossexuais no Irão e de mulheres no Afeganistã; e ainda recortes de jornais que sào intercalados com orações ou discursos de por exemplo Mahmud Ahmadinejad, Presidente do Irão.Mostra-se ainda extractos nos jornais que pede-se a cabeça do Theo van Gogh (cineasta holandês assassinado em 2004 por um extremista muçulmano por causa do filme “Submissão” que retrata a violência contra as mulheres nas sociedades islâmicas), da politico holandesa de origem Somali Ayaan Hirsi Ali, Salman Rushdie e do próprio Geerd Wilers.Discursos inflamados de lideres extremistas muçulmanos falam claramente que os muçulmanos vào reconquistar a europa e o mundo e fazem apologia do Islão que está acima das outras religiões.Parte 3 Na última parte do filme, Wilders escreve que a Europa venceu o nazismo, venceu o comunismo, devendo agora parar o avanço do islamismo na Europa como forma de defender a “nossa Liberdade”.Pode ver também o rasgar de paginas mas Segundo Wilders não se trata de rasgar o Alcorão mas sim uma lista telefónica. Para o politico cabe aos muçulmanos rasgar as paginas odiosas do Alcorão.
ReacçõesApós a divulgação do filme o mundo muçulmano reagiu com veêmencia e certos países arabes chegaram a pedir mesmo ao boicote de produtos holandeses nos seus países e pedindo ao governo holandes que julgasse Geerd Wilders. Mesmo a Uniào europeia, a Onu e o próprio governo holandes condenaram o filme que Segundo os criticos, mistura terrorismo com o islão incitando a violência raiva e ao ódio.Dezenas de cidadãos e organizações holandesas entraram com queixas na justiça contra o líder do partido PVV. Especialmente sua comparação do Corão ao livro Mein Kampf (Minha Luta), de Adolf Hitler, criou enorme indignação (“….Se quiseres comparar o Islão com algo, compare-o com o comunismo ou com o nacional-socialismo, que são ideologias inteiramente totalitárias”).O que Fazer?Num momento bastante delicado em que a economia da zona do euro (15 países europeus que compartilham a moeda) já está em recessão, os imigrantes encaram o futuro com bastante pessimismo e temem um incremento do xenofobismo, racismo e extremismo muçulmano na União Europeia e em particular na Holanda. Por isso esperam que Partidos tradicionais como o CDA (Democrata Cristào) e PvdA (Partido Trabalhista) no actual Governo de coligação sejam mais duros com organizações da extrema direita (holandesas ou muçulmanas) que ponham em causa a sociedade multicultural e a paz social no País.Para terminar dizer que o anuncio do Tribunal de Amsterdão, em julgar Geert Wilders fez com que ele ganhasse cada vez mais simpatizantes na Holanda e a última sondagem publicado pelo credivel Maurice de Hond confirma isso mesmo.Se as eleições fossem agora o PVV de Wilders conseguia eleger 20 deputados tornando no terceiro partido da Holanda ao lado do tradicional VVD (Direita Liberal) e atrás do CDA(29) e do PvdA (27).Wilders já anunciou que pensa seriamente concorrer para as próximas eleições autárquicas de 2010 em Roterdão cidade que tem como presidente o muçulmano Ahmed Aboutaleb.
Norberto B. C. Silva
Publicado no caboverdeonline
Data:26/01/2009
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