O Ministro que comunicou o corte ao Parlamento holandês
Encerramento da Embaixada na Holanda foi um erro muito grave
HOLANDA CORTA AJUDA A CABO VERDE
Roterdão, 04 Abril - A Holanda vai cortar a sua Ajuda a Cabo Verde, segundo publicou ontem a revista holandesa Elsevier na sua edição online. A revista, que cita o porta voz do Ministério de Desenvolvimento e Cooperação da Holanda, Kees-Jaap Ouwerkerk, o Ministro da Pasta Bert Koenders (do Partido Trabalhista PVDA) escreveu ao Parlamento holandês para comunicar que o corte não seria imediato mas sim gradual, chegando ao fim em 2011, na mesma altura que o actual governo cessa as suas funções.
A Justificação para o corte da ajuda seria a mudança de Cabo Verde para o grupo de Países de Desenvolvimento Médio.
Para além de Cabo Verde, outros países como A Sri Lanka, Albania, Arménia, Macedonia e Bosnia Herzegovina também vão ter menos ajuda das autoridades holandesas, que espera poupar 47 milhões de euros com esse corte.
A Eritreia também ficará de fora, mas por outro motivos. É que o regime vigente não respeita os direitos humanos.
O mais estranho desta decisão é que o PVDA é um partido da mesma família politica que o PAICV e, tradicionalmente, a maioria dos cabo-verdianos votam nesse partido durante as eleições holandesas. Com essa decisão, é bem possível que o eleitorado cabo-verdiano na Holanda passe a ponderar outras opções para votar. E pode ser já em 2010, já que haverá eleições autárquicas na Holanda e, uma noticia como esta, de certeza vai influenciar no eleitorado cabo-verdiano na altura de escolher os seus representantes.
Entre os cabo-verdianos que residem na Holanda, comenta-se que um outro motivo que pode ter levado a Holanda a tomar esta decisão é a ineficácia do Consulado de Cabo Verde em fazer um trabalho de diplomacia que sensibilizasse melhor as autoridades holandesas para a especificidade de Cabo Verde que continua ainda a ser um país muito pobre e vulnerável.
Segundo muitos cabo-verdianos, “o encerramento da embaixada foi um erro muito grave”. Até porque o Consulado actual conta apenas com um diplomata, que é também o Cônsul Geral o que não ajuda muito no sentido de influenciar o actual Governo de Centro Esquerda holandês a não cortar a ajuda.
Para alguns analistas, outros países seguirão o caminho da Holanda se não houver uma estratégia mais “agressiva” do governo no tocante à política externa e se não houver uma reforma imediata e profunda das estruturas diplomáticas de Cabo Verde na Europa. Defendem que Cabo Verde ainda pode tentar reverter o quadro se a diplomacia agir e se as autoridades nacionais mobilizarem o apoio de amigos do País (cabo-verdianos ou não) na Holanda.
Norberto B.C.Silva
Publicado no jornal Liberal
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