segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CV(ASemana):CARLOS VEIGA APELOU Á CAPACIDADE DOS JOVENS DA PROMOÇÃO DE CAUSAS


LISBOA-O presidente do MPD manifestou em Lisboa a preocupação com a crise que já afecta Cabo Verde e prevê que venha a agravar-se no país em 2012, já que as remessas dos emigrantes e os fundos de apoio estão a diminuir.Apelou aos jovens para que "sejam exigentes" e "sejam capazes de promover causas". A realidade "é perigosa", disse Carlos Veiga, que discursava no encerramento da I Convenção da JpD-Portugal que considerou "histórica". Manifestou contar com o apoio da juventude para uma "maior organização e espírito de pertença partidária" no sentido do MPD vencer as próximas eleições autárquicas, em 2012.
Cerca de uma centena de jovens cabo-verdianos vieram de vários pontos de Portugal, que se reuniram para aprovar o regulamento e os novos dirigentes para o próximo biénio – o que aconteceu pela primeira, embora o embrião da JpD tenha sido iniciado pelo então jovem Lourenço Lopes, actual membro da Comissão Politica e prosseguido por Miguel Monteiro, actual líder da JPD nacional.
Carlos Veiga ouviu as preocupações e propostas plasmadas na Estratégica Global apresentada pelo novo líder da JpD-PT e as diversas questões apresentadas pelo auditório.
O também segundo-vice-presidente da Assembleia Nacional referiu que Cabo Verde é um "país de esperança e de futuro", mas que ainda precisa de todos. Clarificou que "não se pode exigir ainda de Cabo Verde". "Há oportunidades, mas é prudente que os jovens quadros não se deixem engolir pelo sistema", alertou.
Traçou um panorama de Cabo Verde e considerou ser preocupante a situação de Cabo Verde, porque há empresas a falir, endividamento público elevado, desemprego e pobreza. O investimento estrangeiro directo tem vindo a diminuir e a ajuda pública ao desenvolvimento vindo a reduzir. Mesmo o turismo um potencial de rendimento, tem sido explorado com pouca utilização dos produtos e cultura cabo-verdiana.
É preciso repensar um novo modelo de economia, encontrar fundos não tradicionais ou procurar outros fundos no mundo alertou o político no seu discurso, referindo que devido à crise as fontes de financiamento externo também "estão a sofrer".
Criticou diversas posições governamentais como o aumento de impostos e de juros, congelamento de salários, que tem contribuído para o aumento do custo de vida e empobrecimento dos cabo-verdianos.

"Todos os dias há falta de água e cortes de energia"
Referiu-se aos diferentes números de crescimento avançados desde 6 por cento apontados pelo governo aos 4,5 por cento pelo Banco de Cabo Verde e aludiu ao Orçamento de Estado como "despesista". "Contém mais dois milhões de contos que não têm produção efectiva , verbas não descriminadas e vagas e suscitam desconfiança". Defendeu que parte desse dinheiro fosse para garantir bolsas de estudo a famílias pobres.
Defendeu a privatização da Electra, TACV e Portos e considerou que o projecto de construção da uma cidade administrativa, que custa 15 milhões de dólares, deve ser travada para outros investimentos produtivos. Considerou ser necessário "convergência" com a União Europeia. "Tem de se aprofundar e conseguir outros acordos estruturais".
Carlos Veiga falou do MPD e disse que é preciso trabalhar mais para que o partido tenha uma "boa organização, seja forte" e aprofunde "o espírito de pertença", elementos que revelaram défices nas últimas legislativas. Em relação à diáspora e aos problemas com que actualmente se debate, o líder da oposição referiu que o problema tem de fazer parte das questões de cooperação entre Portugal e Cabo Verde. "Há uma parte que depende do país de acolhimento. Tem de ser negociada", disse.
Contrariou a ideia de que o MPD é contrário à renovação de quadros e exemplificou com os jovens no Conselho Nacional e no grupo parlamentar. No entanto, defendeu "uma renovação conquistada, que não se dá". Desafiou os jovens a questionar-se "o que posso fazer pelo meu povo, eu que sou qualificado?", sugerindo que lessem um interessante livro sobre política do antigo presidente brasileiro, Henrique Cardoso da Silva, e verificarão que "a política é muito nobre".
Nesta Convenção interveio também o líder da JpD no país e dirigente juvenil e deputado Social Democrata português, Rui Carvalho, que incentivou os jovens cabo-verdianos a participarem também nas autárquicas portuguesas de 2013 e a integrarem programas de formação política.
Neste encontro da JpD-PT, estavam também observadores do PAICV, nomeadamente Rolando Semedo e da JSD portuguesa (Susana Santos).
OL
Fotos:Liberal.cv
http://asemana.sapo.cv/spip.php?article70575&ak=1

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