quarta-feira, 27 de maio de 2009

8 horas-TEMPO QUE DUROU A AUDIÇÃO DO EX BANQUEIRO OLIVEIRA E COSTA


José Oliveira e Costa revelou hoje no Parlamento português que tem mais informação do que aquela que já veio a público sobre os factos que levaram à nacionalização do BPN, mas diz que está a guardá-las para usar mais tarde.


Lisboa, 27 Maio- A audição de José Oliveira e Costa terminou quase oito horas depois de o início dos trabalhos, e já na madrugada de hoje, num ambiente descontraído, com o ex-presidente do BPN/SLN a trocar graças com os deputados.
Eis alguns dos momentos de descompressão que marcaram a aproximação ao fecho da audição de Oliveira e Costa:
"Uns não sabem, outros não se lembram e outros não podem responder", disse sobre o dinheiro resultante da venda da Biometrics.
"Um ex-ministro? Não mas se disser secretário de Estado...", afirmou sobre um responsável que recebeu avenças forçadas da SLN.
"Eu agora já não posso responder mais porque já passa da meia-noite", respondeu a um deputado.
"Reconheço a foto do Hector Hoyos mas está mais magro", frisou sobre o responsável da porto-riquenha Biometrics que acusa membros da SLN de exigirem um suborno para a conclusão de um negócio.
"Se Dias Loureiro recebeu [luvas] não sei mas se recebeu é ao arrepio do meu conhecimento", garantiu sobre as operações em Porto Rico.
"Eu até poderia responder mas isto está tudo a ser gravado", reagiu quando questionado por um deputado sobre as sociedades 'offshore' do grupo SLN.
"Eu até proibi o regresso ao grupo de pessoas que iam para o Governo. Querem ir para o Governo, então têm que se demitir", disse sobre as relações do grupo com o poder.
"Os bancos têm que fazer lucros e inventar lucros, se for possível", insinuou, acrescentando que "a banca não quer pagar impostos e não é só em Portugal, é em todo o mundo".
"Eu não quero voltar a nenhum banco, Deus me livre", afirmou perto do final da audição.
"Eu só me sentia feliz a trabalhar, reconheço que errei, devia ter lido pelo menos um livro por mês", revelou.
"Daqui a pouco os músculos já não respondem", frisou em virtude da sua idade avançada, adiantando que vai "pedir uma bicicleta [para se poder exercitar na cela].
"Quero apurar uma série de coisas mas é difícil quando se está fechado entre quatro paredes, com apenas duas horas de acesso ao computador", revelou sobre a sua detenção.
"Quando estiver livre, vamos tomar um café", desafiou Oliveira e Costa a Nuno Melo.
Oliveira e Costa saiu acompanhado pelos guardas prisionais que acompanharam as oito horas da sua audição de guarda à porta da sala onde decorreram os trabalhos da comissão de inquérito.

Fonte:Mídias portuguesas

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