PRAIA - O economista Avelino Bonefácio considerou quinta-feira que o Orçamento do Estado para 2012 não contém elementos suficientes para fazer face ao contexto da crise internacional.
“As reduções das despesas de funcionamento e de investimento não foram suficientes tendo em conta a crise e as implicações desse cenário no enquadramento macroeconómico da economia cabo-verdiana”, disse Avelino Bonifácio em entrevista ao programa Conversa em Dia, da televisão pública.
O economista defendeu que o OE para 2012 deveria ter em conta ainda os vários elementos que são “sinais preocupantes” na economia cabo-verdiana, nomeadamente a redução drástica do investimento directo estrangeiro que nada aponta para a sua melhoria substancial nos próximos anos.
“O contexto europeu é de grande indefinição e a zona euro até pode vir a enfrentar o período da recessão económica. E, se isso acontecer poderá ter implicação na economia cabo-verdiana”, admitiu Avelino Bonefácio.
Aquele economista apontou outras preocupações como a quebra do investimento directo estrangeiro, a redução das transferências oficiais que, segundo ele, fazem reduzir consideravelmente o nível das reservas externas.
A economia cabo-verdiana, recordou Avelino Bonifácio, enfrentou a crise desde 2008 com um programa agressivo de investimentos e com impactos visíveis ao nível de endividamento e do défice orçamental. O Estado não pode continuar a endividar-se mais, alertou.
O Ex-ministro da economia do Governo do PAICV sugeriu que o Governo deveria “investir fortemente” nos transportes marítimos e aéreos e noutros sectores fundamentais, nomeadamente da água e da energia e do saneamento.
“É preciso melhorar também a eficácia da administração pública em certos domínios chave como a justiça”, que na opinião do economista “tem contribuído de forma muito negativa” para o desempenho do sector privado cabo-verdiano.
JL/Inforpress/Fim
25 de Novembro
http://noticias.sapo.cv/inforpress/artigo/100190.html
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