LUANDA-A visita do Presidente russo, Dmitri Medvedev, a Angola na sexta-feira está a ser encarada no país como uma oportunidade única para relançar a antiga e intensa relação entre Luanda e Moscovo com a assinatura de vários acordos.Os primeiros passos para a retoma do bom relacionamento entre os dois países foram dados em 2006, ano em que o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, visitou oficialmente Moscovo. O relacionamento oficial entre Angola e a Rússia (então União Soviética) surgiu através da assinatura do denominado Tratado de Amizade e Cooperação, em 1976, que viria a ser o ponto de partida para que Moscovo se constituísse um dos grandes aliados de Luanda depois da independência, em 1975, e na década de 1980. Este período coincidiu com os anos da guerra que, até à queda do Muro de Berlim, se travou em Angola entre as forças do MPLA, apoiadas pela URSS e Cuba, e, principalmente, a UNITA, apoiada pelos norte-americanos e sul-africanos.Em 2006 o Chefe de Estado angolano esteve na Federação Russa, onde os dois países rubricaram dez acordos, como o "Memorando de compensação mútua entre a companhia Lukoil Overseas Holding e a Sonangol" ou o "Memorando de entendimento entre a Sonangol e a Gazprom".Com esta visita, Medvedev retribui, como impõe o protocolo, a visita de José Eduardo dos Santos e ambas as diplomacias já afirmaram que querem que a ocasião marque uma nova dimensão das relações bilaterais.Esta visita de Dmitri Medvedev a Luanda, de apenas 24 horas, culmina um périplo do Presidente russo a África, que o levou ainda ao Egipto, Nigéria e Namíbia.Informações avançadas em Moscovo apontam para que, no plano concreto, a Rússia venha a financiar mais duas novas barragens no rio Kwanza, ao longo do corredor Malange/Kwanza Norte (que poderão produzir dois mil megawatts), depois de já terem construído a de Capanda, em Malange, também no rio Kwanza.Segundo fontes contactadas pela agência Lusa em Moscovo, Medvedev irá igualmente analisar com os dirigentes angolanos a realização de projectos conjuntos no campo da exploração de petróleo em Angola.Deverá também ser discutida a intenção da empresa diamantífera russa Alrosa de abandonar a empresa mista mineira "Luo-Camacha-Camachico", tendo como pano de fundo a garantia já tornada pública pelo Governo de Luanda de que as empresas do sector diamantífero que saírem agora durante a crise já não poderão regressar quando, no futuro, o sector voltar a ser rentável.Em Junho de 2006 chegou a ser anunciada a visita do então Presidente Vladimir Putin a Luanda que, segundo o Novie Izvestia escreveu, terá sido desmarcada porque Putin estaria descontente com o trabalho da Alrosa em Angola.
Oje/Lusa
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