SAÚDE-Dois estudos abrem novas possibilidades de tratamento da infecção VIH/sida, através da combinação dos actuais tratamentos com terapêuticas focadas nas células infectadas com o
A combinação dos actuais tratamentos contra a infecção VIH/sida com quimioterapia dirigida a células específicas pode constituir uma nova arma no combate à doença, eliminando tanto os vírus que circulam no corpo, como os que se escondem nas células do sistema imunitário.
De acordo com uma investigação publicada hoje na edição online da revista Nature Medicine, as equipas envolvidas no estudo identificaram as células do sistema imunitário em que o vírus se aloja e os mecanismos que o mesmo usa para escapar aos tratamentos actuais. Esta descoberta de uma equipa d investigadores canadianos e americanos, abre portas a terapias inovadoras.
"Os nossos resultados são favoráveis a uma estratégia semelhante à utilizada na leucemia, que é a quimioterapia-alvo, associada a um tratamento do sistema imunitário também localizado. Isto tornaria possível destruir as células que estão infectadas pelo vírus e, ao mesmo tempo, dar a possibilidade de o sistema imunitário se regenerar com células saudáveis", refere Rafick -Pierre Sékal, investigador e professor da Universidade de Montréal.
Jaime Nina, infecciologista do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) explica que já houve "várias tentativas de utilizar terapias com o objectivo de destruir as células CD4, um dos reservatórios do vírus. Durante dez anos tentou-se, mas os resultados em doentes não foram positivos porque a mortalidade era mais alta do que quando se utilizavam os anti-retrovirais", diz.
Um dos obstáculos ao sucesso é a existência de inúmeros reservatórios do vírus, geralmente nas células derivadas da medula, em que se inclui o grupo CD4. "Teriam de ser criados medicamentos contra todas as linhas celular es em que o vírus se aloja", sublinha o infecciologista. No entanto, refere que se forem encontradas terapêuticas específicas para as células afectadas, como os anticorpos monoclonais" - que eliminam as células infectadas sem causar danos às saudáveis - "estaríamos perante um grande avanço", frisa o especialista do INSA.
Os investigadores afirmam porém, que novas opções terapêuticas vão implicar vários anos de pesquisa antes de serem aplicáveis a doentes.
Um outro estudo que também envolve Rafick -Pierre Sékal, director científico do Vaccine and Gene Therapy Institute da Florida, permitiu identificar dois grupos de célulasos entre os linfócitos T - células que atacam e detectam doenças infecciosas - onde o vírus persiste mesmo após tratamento. Os investigadores acreditam que usando terapias-alvo se evita que as células se dividam e se trava a doença. Os tratamentos habituais têm de ser administrados em simultâneo.
DN/DIANA MENDES
A combinação dos actuais tratamentos contra a infecção VIH/sida com quimioterapia dirigida a células específicas pode constituir uma nova arma no combate à doença, eliminando tanto os vírus que circulam no corpo, como os que se escondem nas células do sistema imunitário.
De acordo com uma investigação publicada hoje na edição online da revista Nature Medicine, as equipas envolvidas no estudo identificaram as células do sistema imunitário em que o vírus se aloja e os mecanismos que o mesmo usa para escapar aos tratamentos actuais. Esta descoberta de uma equipa d investigadores canadianos e americanos, abre portas a terapias inovadoras.
"Os nossos resultados são favoráveis a uma estratégia semelhante à utilizada na leucemia, que é a quimioterapia-alvo, associada a um tratamento do sistema imunitário também localizado. Isto tornaria possível destruir as células que estão infectadas pelo vírus e, ao mesmo tempo, dar a possibilidade de o sistema imunitário se regenerar com células saudáveis", refere Rafick -Pierre Sékal, investigador e professor da Universidade de Montréal.
Jaime Nina, infecciologista do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) explica que já houve "várias tentativas de utilizar terapias com o objectivo de destruir as células CD4, um dos reservatórios do vírus. Durante dez anos tentou-se, mas os resultados em doentes não foram positivos porque a mortalidade era mais alta do que quando se utilizavam os anti-retrovirais", diz.
Um dos obstáculos ao sucesso é a existência de inúmeros reservatórios do vírus, geralmente nas células derivadas da medula, em que se inclui o grupo CD4. "Teriam de ser criados medicamentos contra todas as linhas celular es em que o vírus se aloja", sublinha o infecciologista. No entanto, refere que se forem encontradas terapêuticas específicas para as células afectadas, como os anticorpos monoclonais" - que eliminam as células infectadas sem causar danos às saudáveis - "estaríamos perante um grande avanço", frisa o especialista do INSA.
Os investigadores afirmam porém, que novas opções terapêuticas vão implicar vários anos de pesquisa antes de serem aplicáveis a doentes.
Um outro estudo que também envolve Rafick -Pierre Sékal, director científico do Vaccine and Gene Therapy Institute da Florida, permitiu identificar dois grupos de célulasos entre os linfócitos T - células que atacam e detectam doenças infecciosas - onde o vírus persiste mesmo após tratamento. Os investigadores acreditam que usando terapias-alvo se evita que as células se dividam e se trava a doença. Os tratamentos habituais têm de ser administrados em simultâneo.
DN/DIANA MENDES
O HIV (Vírus Imunodeficiência Humana, na sigla em inglês) atinge o sistema imunológico, normalmente responsável pela proteção do organismo contra infecções. O vírus ataca um tipo de glóbulo branco (célula de defesa) chamado CD4. No processo, o HIV aloja seu genes no DNA da célula CD4 atingida e passa a utilizá-la para se multiplicar e, com isso, contaminar novas células. Durante o processo, as células CD4 acabam morrendo por razões ainda não totalmente conhecidas. Com a redução do número desses glóbulos brancos, o organismo começa a perder a perder a capacidade de combater doenças até atingir o ponto crítico que caracteriza a Aids. O vírus HIV faz parte dos retrovírus, que, embora mais simples que os vírus comuns, são mais difíceis de ser combatidos. Eles alojam seu DNA nas células atacadas de forma que novas células produzidas por elas passam a também portar o vírus. Os retrovírus também reproduzem seus genes na célula-alvo com maior margem de erro. Isso, somado à alta taxa de reprodução do HIV, provoca muitas mutações no vírus causador da Aids. E não só. O HIV é protegido por uma camada feita do mesmo material que algumas células humanas, o que dificulta sua identificação pelo sistema imunológico. Ilustração: Como o HIV se reproduz 1. Ataque: Proteínas do HIV se acoplam a receptores CD4 presentes em glóbulos brancos (células de defesa) do sangue. 2. Cópia dos genes: o HIV faz uma cópia de seu próprio material genético. 3. Replicação: O vírus aloja a cópia de seus genes no DNA da célula hospedeira. Quando essa célula começa a se reproduzir, partes do vírus também são reproduzidas. 4.Novo vírus: As partes do vírus se unem perto da parede celular, originando um novo vírus HIV.
BBC BRASIL
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.