sábado, 27 de junho de 2009

ENTREVISTA COM VASCO QUEIRÓS DO "GRUPO AUTO SUECO"

PRAIA-O Grupo Auto Sueco apercebeu-se da importância estratégica de Cabo Verde para a sua internacionalização. Em Março, foi ao encontro daquela que é também a vontade das autoridades cabo-verdianas.
Após uma prospecção de mercado, a Auto Sueco abriu a AS Parts em Cabo Verde e o seu director, Vasco Queirós, 31 anos, natural do Porto, assume a ambição: expandir a empresa de peças para veículos ligeiros e pesados a todas as ilhas do arquipélago. Desta forma será possível preencher as lacunas no mercado e, ao mesmo tempo, criar uma plataforma logística para outros países da sub-região, como Senegal, Gana e até Guiné Equatorial.
O que levou o Grupo Auto Sueco a investir em Cabo Verde?
Dada a actual conjuntura económica, o investimento que foi realizado em Cabo Verde baseia-se sobretudo na procura de mercados emergentes.
Como Cabo Verde era um dos mercados que ainda não estava abrangido pelo Grupo Auto Sueco criámos a AS Parts. Esta empresa é o elo de ligação de várias ofertas que queremos disponibilizar no mercado cabo-verdiano, nomeadamente nos sectores de componentes ligeiros (AS Parts), componentes pesados (Civiparts), vidros (Express Glass), soluções para geradores (SDMO) e outro tipo de ramos articulados à Indústria, nomeadamente as soluções de contentores enterrados (Sotkom-Waste Systems).
Neste momento, o ponto-chave e fundamental da aposta do grupo baseia-se na comercialização de peças para ligeiros, pesados e com a oferta de mais de mil pára-brisas em armazém. No total, contabilizamos um stock fixo de 500 mil euros, com o qual prevemos vir a assegurar as necessidades de Cabo Verde.
Para cá chegarmos, uma equipa da Auto Sueco esteve cerca de dois meses em Cabo Verde e constatou, após um trabalho exaustivo, que existe uma grande falta de material específico no mercado automóvel.
Então Cabo Verde é um bom mercado para o Grupo Auto Sueco?
Sim. Temos a ideia que o vamos colmatar, devido ao elevado crescimento do parque automóvel, que se tem verificado todos os anos.
Qual foi o montante do investimento?
Rondou os 600/700 mil euros, com a criação de 10 postos de trabalho.
Quais são os objectivos para este mercado, nomeadamente em relação ao volume de vendas?
Prevemos um volume de vendas de dois milhões de euros para os próximos dois/três anos de actividade.
Estão a analisar outros segmentos de negócio?
Além da penetração no segmento dos particulares, temos também em análise, comercialmente, a possibilidade de entrarmos no ramo dos pesados, ligado à Indústria, ou seja, às grandes frotas que já existem em Cabo Verde. Pretendemos articular o seu fornecimento, ao mesmo tempo que criamos um nível elevado do serviço de reparação e manutenção, tendo como pano de fundo o que o Grupo Auto Sueco representa a nível mundial nestes sectores.
Tencionam ficar só pela Cidade da Praia (ilha de Santiago) ou projectam expandir-se às restantes ilhas?
O próximo passo, após a implantação na Cidade da Praia, será São Vicente, onde iremos potenciar a abertura de uma loja, nos mesmos moldes do negócio na Cidade da Praia, em Santiago.
Posteriormente, e após alguma análise exaustiva, vamos ponderar a criação de parcerias para as outras ilhas, nomeadamente Sal, Boavista e Fogo. Contudo, o passo seguinte, depois de São Vicente, é criar um processo logístico em que seja assegurado o fornecimento de peças a todas as ilhas e onde todos os nossos clientes possam ser servidos pela AS Parts.
Cabo Verde é um triângulo estratégico, pois permite a abertura a mercados na América do Sul, África e Europa. Podem criar aqui uma espécie de plataforma para, por exemplo, o continente africano?
O objectivo futuro do Grupo Auto Sueco em Cabo Verde é criar uma plataforma logística que sirva de ponto de ligação para países periféricos, como o Senegal, Gana, Guiné Equatorial e outros países abrangentes.
Assim, estamos geograficamente mais perto e fará muito mais sentido ter um stock físico real em Cabo Verde, que depois permita um fornecimento rápido para os países abrangentes, nomeadamente para empresas portuguesas que se encontram nesses mercados e que têm necessidades. A título de exemplo, estas têm de aguardar bastante tempo pelos pedidos, uma vez que o material continua a ser todo expedido de Lisboa, o que, em termos logísticos, origina elevados tempos de espera.
Em relação ao mercado dos vidros para automóveis, o grupo tem a Express Glass como imagem de marca. Em que consiste esta empresa?
A AS Parts e o Grupo Auto Sueco têm um acordo definido e uma marca representada, que é a Express Glass. A marca está associada a todo o tipo de serviços relacionados com substituição e reparação de vidros - pára-brisas, óculos traseiros e vidros laterais - e a AS Parts, neste caso com o Grupo Auto Sueco, encontrou uma forma conjunta de implantar essa marca em Cabo Verde, para colmatar também as necessidades relativamente aos vidros.
A Express Glass tem aqui um papel preponderante, que visa colmatar essa mesma necessidade com a prestação de um serviço de excelência.
O Grupo Auto Sueco está presente no Brasil, onde já é uma plataforma para a América do Sul e, sobretudo, para o próprio mercado brasileiro. Como é que está o negócio nessa área geográfica?
No Brasil, o Grupo Auto Sueco, em termos de camiões, está muito forte. Uma das nossas maiores operações é precisamente a Express Glass, em que temos previsto abrir mil agências em todo o país, num investimento que ronda 1 milhão de euros.
Por José Sousa Dias, Agência Lusa/OJE

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