PRAIA-deputados da oposição demonstraram-se hoje descontentes com aquilo que consideram tratamento “pouco digno” que vem recebendo por parte da administração da Assembleia Nacional.
O desabafo partiu do líder da bancada parlamentar do MPD, Fernando Elísio Freire, durante a discussão do projecto de alteração da lei orgânica da Assembleia Nacional.
“Por vezes, constatamos que os deputados não são tratados com a dimensão que merecem, com a dignidade que todos têm direito. Tudo num quadro de que havendo um gestor da assembleia nacional, se mete na cabeça dos gestores que também podem mandar nos deputados”, disse Fernando Elísio Freire.
O deputado Mário Fernandes, também do Movimento para a Democracia, por sua vez, falou do relacionamento entre o deputado e o presidente da Assembleia que, conforme adiantou, trata os eleitos da nação como se de um funcionário seu se tratasse.
Aquele parlamentar afirmou ainda que os deputados são tratados pela administração da casa parlamentar como “pessoas pouco sérias”.
“O deputado da nação precisa de um tinteiro. Para ter o tinteiro novo tem que devolver o tinteiro já esgotado, como se fossemos pessoas pouco sérias. Justificam com o problema da gestão. Se há o princípio de boa gestão que se faça a todos os níveis, não somente como os deputados, porque não podemos continuar a permitir que sejamos tratados dessa forma”, disse Mário Fernandes.
O assunto foi retomado pelo deputado da União Cabo-verdiana Independente Democrática (UCID), Lidio Silva, adiantando que a situação é tanto mais pior quando se trata de um partido que não tem força de grupo parlamentar, como é o caso do seu partido.
“Todos nós aqui sabemos que a direcção-geral desta casa parlamentar tem qualquer ponto negativo em relação ao tratamento humano, o que não dignifica ambas as partes. Nem a direcção-geral e nem os deputados. Mas, infelizmente, na sua maioria, isso não acontece, o que agrava”, sublinhou Lídio Silva.
Por isso advogam que a nova lei orgânica, cujo projecto já foi aprovado na generalidade, dê maior centralidade e dignidade aos deputados e ao parlamento no sistema político cabo-verdiano.
“As direcções dos serviços e os gabinetes que se vão criar têm de ser criadas com um único objectivo: defender a melhor prestação dos deputados e não para defender a melhor prestação de outras entidades”, salientou Fernando Elísio Freire.
Refira-se que o diploma que altera a lei orgânica da Assembleia Nacional foi aprovada na generalidade com 55 votos a favor, sendo 34 votos a favor do PAICV, 19 do MPD e dois da UCID e um voto conta do deputado Humberto Cardoso do grupo parlamentar do MPD.
MJB/Inforpress/FIM
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