BISSAU-O Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá afirmou, que na sociedade guineense não há lugar para mais tentativas de golpe de Estado.
O Presidente guineense foi duro ao falar sobre o que aconteceu no país nos últimos meses. Disse que não podem haver mais «01 de Abril» na Guiné-Bissau, referindo-se à tentativa de golpe de Estado, e que a sociedade não pode ser vítima todos os anos, por acontecimentos dramáticos, como tem acontecido.
O Chefe de Estado guineense afirmou a necessidade de uma reforma no sector da Defesa e da Segurança, considerando que esse processo vai continuar e que deve ter o maior engajamento do Estado guineense para que o país possa ter Forças Armadas verdadeiramente republicanas.
O Presidente guineense advertiu os militares para se subordinarem ao poder político. Bacai Sanhá lembrou que nenhum militar, em activo, pode fazer política activa. «Quem quiser fazê-la que vá para a reserva primeiro», disse o Chefe de Estado guineense, advertindo para o facto de que um político não pode envolver-se com os militares.
Malam Bacai Sanhá, que falava na reunião do Conselho Superior de Defesa, que junta entre outras personalidades do Estado, o primeiro-ministro, ministros da Defesa e a do Interior, assim como Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, disse que, para que haja estabilidade é preciso acabar com o tráfico de droga.
A propósito, visivelmente irritado, o Chefe de Estado guineense afirmou que «não se pode envergar o uniforme militar ou ser homem de Estado e aproveitar-se disso para se envolver no tráfico de droga». «Quem quiser ser narcotraficante que deixe uniforme militar», disse Bacai Sanhá, tendo advertido os presentes na reunião para a assumpção de um compromisso «sério» de combate ao tráfico de droga no país.
Para o Chefe de Estado guineense, a Guiné-Bissau não pode ser um «laboratório» de acontecimentos. O país pertence a todos os guineenses. Não pode ser uma propriedade do Presidente ou do primeiro-ministro, quanto mais dos militares. A severa intervenção do Presidente Bacai Sanhá aconteceu numa altura em que a Guiné-Bissau está sob o olhar da comunidade internacional.
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