sexta-feira, 23 de julho de 2010

ONU:Conselho de Segurança pede a Bissau que liberte ou julgue quem foi detido em Abril

O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu ao Governo da Guiné-Bissau que liberte de imediato todos os detidos em 1 de Abril ou, então, que os processe judicialmente.
BISSAU-O principal dos presos em questão é o almirante Zamora Induta, que se encontrava como chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, e que entretanto acabou por ser demitido desse cargo, permanecendo encarcerado no quartel de Mansoa, a 60 quilómetros da capital.
Ao manifestar ontem preocupação pela actual situação guineense, o Conselho sublinhou a necessidade de o Governo e o povo trabalharem para a estabilidade e o primado da lei.
Numa declaração lida pela embaixadora nigeriana Joy Uche Angela Ogwu, que se encontra este mês na presidência dos trabalhos, aquele órgão da ONU manifestou-se preocupado com as ameaças à ordem constitucional na Guiné-Bissau, como o foram as movimentações militares de Abril.
Ao sublinharem que a reforma do sector da segurança requer forças armadas profissionais e respeitadoras do primado da lei, as Nações Unidas pediram ao Governo de Carlos Gomes Júnior que crie condições para que isso se verifique.
Aos militares foi pedido que respeitem o controlo por parte do poder civil, de modo a que o país possa estabilizar.
Além disso, o Conselho de Segurança também se manifestou muito preocupado com o crescimento contínuo do narcotráfico e do crime organizado, que ameaçam não só a paz e a segurança na Guiné-Bissau mas em toda a região onde ela se situa. Região essa que vai desde Cabo Verde e o Senegal até à própria Nigéria, o mais populoso de todos os países africanos.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general António Indjai, que chegou a este cargo na sequência do levantamento que protagonizou em Abril, garantiu entretanto que “todo o militar que não se subordinar ao poder político será expulso das Forças Armadas”.
“Doravante os militares guineenses vão passar a ser um exemplo de disciplina e do respeito pelo poder civil. O militar tem que saber que não está acima do político, deve total obediência ao poder civil. Quem não respeitar isso não fará parte das nossas fileiras”, disse Indjai.
O problema da profunda instabilidade na Guiné-Bissau também está hoje a ser debatido em Luanda, na cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
http://www.publico.pt/Mundo/conselho-de-seguranca-pede-a-bissau-que-liberte-ou-julgue-quem-foi-detido-em-abril_1448441

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