sexta-feira, 30 de abril de 2010

CV:Presidente do BAD diz que África devia seguir exemplo de Cabo Verde

PRAIA-O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disse que Cabo Verde "devia servir de inspiração" à grande maioria dos países africanos, devido às políticas transparentes na gestão das finanças públicas.
Donald Kaberuka falava aos jornalistas no final de um encontro com o primeiro ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, que marcou o último acto oficial da visita de trabalho de três dias que efectua a Cabo Verde, a convite da ministra das Finanças local, Cristina Duarte.
"Tudo indica que, até 2015, Cabo Verde vai atingir os Objetivos do Milénio. Cabo Verde devia servir de inspiração a quase todos os países africanos, pela sua gestão transparente das finanças públicas, dos dinheiros do apoio ao desenvolvimento. É um modelo a seguir", afirmou Kaberuka.
O presidente do BAD, o primeiro a visitar oficialmente Cabo Verde, disse ter ficado "impressionado" com o desenvolvimento do arquipélago, reafirmando o que já dissera no dia da sua chegada à Cidade da Praia: que o crescimento económico do país foi feito à custa de "trabalho" e não com base em recursos naturais.
"Cabo Verde é um dos primeiros e poucos países africanos que em 50 anos [de independências em África] baseou o desenvolvimento em políticas de desenvolvimento e não em minerais ou petróleo. Essa mudança é muito significativa", disse o economista ruandês, o sétimo presidente eleito do BAD, no cargo desde 1 de Setembro de 2005.
Kaberuka, educado na Tanzânia e no Reino Unido, mestre em Economia pela Universidade de Glasgow (Escócia), realçou que Cabo Verde ascendeu, em 2008, a país de rendimento médio, deixando o grupo dos menos desenvolvidos, e manifestou a "disponibilidade total" da instituição com sede em Tunes para continuar a apoiar o país.
"Foi-me apresentada a estratégia que Cabo Verde quer desenvolver no futuro e saio daqui bastante satisfeito com os resultados alcançados. Há disponibilidade total do BAD para continuar a apoiar o país", assegurou.
Cabo Verde tem uma carteira activa junto do BAD de 64,65 milhões de euros, montante que se refere apenas às cinco operações em curso e em que cerca de 80% dessa verba está atribuído à ajuda orçamental e o restante às infra-estruturas e aos sectores rural e social.
Desde 1977, o BAD aprovou 39 operações para Cabo Verde, num montante líquido aproximado de 164,28 milhões de UC (unidades de conta), o que equivale a cerca de 185 milhões de euros.
Os projectos financiados pelo BAD, tais como a construção do Aeroporto Internacional da Praia, as Bacias Hidrográficas de Picos e Engenhos, a Central Única de Santiago, entre outros, têm contribuído grandemente para a melhoria das infra-estruturas e da competitividade económica do país, sustentou.
Já como país de rendimento médio, Cabo Verde passou a ter acesso tanto aos financiamentos não concessionais do BAD, como aos concessionais do Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD).
Nesta qualidade, o limite de crédito para Cabo Verde junto ao BAD é de aproximadamente 98 milhões de UC (cerca de 110,38 milhões de euros) para o período 2009-2013. Simultaneamente, o país mantém o acesso ao saldo total de 7 milhões de UC (cerca de 7,88 milhões de euros) no quadro do FAD XI.
OJE/LUSA

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