
Em Istambul, turcos assinalaram pela primeira vez os massacres, em pelo menos três lugares da cidade, quebrando um tabu num país que rejeita a tese de genocício defendida pelos arménios.
Como candidato, Obama prometeu qualificar os massacres como genocídio, mas enquanto Presidente ainda não o fez, observaram as agências noticiosas, apesar de o inquilino da Casa Branca afirmar que não mudou de opinião. “A minha visão da História não mudou”, disse na mensagem deste ano. “É do interesse de todos estabelecer plenamente e com franqueza os factos.”
Os presidentes dos Estados Unidos divulgam tradicionalmente uma mensagem sobre o assunto na data do início dos massacres. “Os povos turco e arménio serão mais fortes se reconhecerem a sua história comum”, disse o líder norte-americano.
O 95º aniversário acontece dois dias após o anúncio de uma interrupção no processo de reaproximação encetado nos últimos meses por Turquia e Arménia, com o Presidente arménio a acusar as autoridades de Ancara de colocarem condições inaceitáveis.
Os dois países assinaram em Outubro acordos que prevêem o restabelecimento de relações diplomáticas e a reabertura da fronteira, mas esses textos aguardam a aprovação dos seus parlamentos.
Manifestação na Praça Taksim
E sábado em Istambul, na Praça Taksim, centro da cidade, centenas de pessoas sentaram-se durante longos minutos no solo, com cravos vermelhos e velas nas mãos, antes de escutarem música arménia, segundo a descrição da AFP.
A manifestação foi promovida por intelectuais, protegidos por centenas de polícias, que tiveram de impedir pela força contra-manifestantes de se aproximarem. Para não chocarem mais os que contestaram a iniciativa, no texto evocativo dos massacres os organizadores usaram a expressão “grande catástrofe”, em vez do termo ”genocídio”.
Em Ierevan, dezenas de milhares de arménios evocaram também o massacre, em manifestações onde, segundo os media turcos, foram queimadas bandeiras de Ancara.
A Turquia reconhece a morte de 300 mil a 500 mil pessoas, mas defende que foram vítimas do caos dos últimos anos do Império Otomano e não de uma campanha de extermínio.
Em Paris, milhares de pessoas - seis a a sete mil segundo os organizadores, 2600 de acordo com a polícia – assinalaram o genocídio reconhecido, entre outros, por países como a França e o Canadá. Em Beirute milhares de arménios residentes no Líbano também assinalaram a data.
PÚBLICO.PT
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