MINDELO-A Câmara Municipal de São Vicente reagiu esta manhã à operação policial de ontem, no interior das suas instalações. Em comunicado, lido pelo presidente em exercício, a autarquia pediu desculpas aos sanvicentinos pelos transtornos, causados por aquilo que o município classifica como um "assalto policial".
Nos Paços do Concelho, Augusto Neves alargou o pedido de desculpas "aos funcionários e utentes que, durante várias horas, foram sequestrados nas instalações da Câmara Municipal".
Para o executivo, a acção conjunta da Policia Judiciária (PJ), Ministério Público e Policia Nacional "extravasou os limites do bom senso". Igualmente, o presidente que substitui Isaura Gomes, ausente por doença, negou qualquer caso de corrupção na Câmara que dirige, ao referir que ‘Zau', "desde o primeiro momento, convidou a Policia e as autoridades judicias a entrarem na Câmara Municipal a horas que entendessem".
Ontem, a diligência nas instalações municipais cingiu-se às salas de Benvindo Cruz, vereador do Planeamento territorial, Avelino Lopes da Silva, secretário municipal e Cláudia Salomão, antiga responsável financeira. O gabinete técnico também foi passado a ‘pente fino' pela PJ.
Presidente não viu mandado
Numa declaração sem direito a perguntas, Augusto Lima Neves denunciou o facto de, alegadamente, não lhe ter sido apresentado qualquer mandado judicial e questionou a "coincidência" da operação com uma "infundada conferência de imprensa do PAICV, pedido a queda da Câmara".
"As denúncias têm mais de dois anos. Porquê agora essa actuação? Será porque as sondagens dão grande popularidade à Presidente Isaura Gomes?".
Ulisses Correia e Silva indignado com o "aparato"
Quem também reagiu foi Ulisses Correia e Silva, em representação dos autarcas do MpD. Esta manhã, na Cidade da Praia, à saída do fórum nacional sobre violência, promovido pelo Governo, o edil afirmou que "nada justifica o aparato policial" e acrescentou que "uma instituição do Estado, constituída por órgãos eleitos" não pode ser tratada como se "a presidente e os vereadores fossem criminosos, delinquentes e terroristas".
O Presidente da Câmara da capital do país recordou os "casos graves, que estão com processos na Procuradoria Geral da República e sobre os quais não houve, sequer, investigação".
EXPRESSODASILHAS.SAPO.CV(NAF)
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