PRAIA-O director da unidade de gestão do Millenium Challenge Account (MCA) de Cabo Verde, Laurent Mehdi Brito, considera que as remessas dos emigrantes podem servir de fundos captáveis para investimentos no país e de fontes remunerados.
Mehdi Brito fez estas considerações na sessão de abertura da conferência "Remessas de Emigrantes - um produto de micro-finanças", realizada na Cidade da Praia em parceria com o Planet Finance Brasil.
Conforme referiu o responsável as remessas dos emigrantes e as fontes de transferências podem ser utilizadas como incentivos à criação de actividades geradoras de postos de trabalho e novos rendimentos, que não passam apenas por sectores, como a construção de habitação ou satisfação das necessidades diárias das famílias cabo-verdianas, desde que vistas como um aumento do fluxo de negócios a partir das instituições de micro-finanças.
"Talvez não se teve ainda em Cabo Verde uma grande reflexão sobre essa questão, mas, pelas experiências apresentadas existe claramente um paralelo que pode ser feito entre as remessas dos emigrantes e as instituições de micro-créditos e estes podem servir de importantíssimos actores neste sector".
Mehdi Brito destacou, por outro lado, a importância dessa conferência porque, segundo disse, prende como objectivo fazer uma reflexão concreta sobre a questão e apresentar às instituições de micro-créditos, conhecimentos e instrumentos possíveis para aplicação dessas remessas.
Foi apresentado no evento um estudo sobre as expectativas dos imigrantes da zona Mediterrânica, fazendo um paralelo com Cabo Verde, como forma de permitir conhecer realidades diferentes mas que podem ser aplicadas no país.
Todavia Mehndi Brito salientou que a unidade gestora do MCA tem procurado apoiar todas as instituições de micro-finanças do país, no sentido de se criar mais sustentabilidade, com a aquisição de formações e assistência técnica directa que lhes permita fortalecer e criar meios para completarem os seus negócios. "As remessas dos emigrantes não eram produtos tradicionalmente captados pelas nossas instituições, e por isso estamos a mostrar que podem ser transformadas nessa lógica. Há muitos exemplos disso, não só entre Europa e a Zona do Mediterrâneo, mas também a América do Sul, Latina e Ásia. Portanto, a sua aplicação em Cabo Verde vai depender da capacidade de negociação, e de ver como utilizar esses fluxos", sublinhou.
OJE/INFORPRESS
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