sexta-feira, 30 de abril de 2010

ENTREVISTA COM A DIVA DA MÚSICA CABO-VERDIANA CESÁRIA ÉVORA-Jornal I

 Cesária Évora: "Não me mexo em palco? Tenho os pés cheios de calos! Só se dançar com as mãos"
A Semana Online deixa-lhe aqui a entrevista que Cesária Évora concedeu à mais recente publicação diária portuguesa, o Jornal "i". O relato de uma conversa que mostra uma Cize irreverente e simpática a falar dos seus projectos para o futuro, da sua carreira no passado e no presente. E ficou-lhe bem responder que "não tem data para deixar de cantar". "Cize está bem: deitou para trás das costas o AVC de 2008. A voz é que está diferente: os especialistas notam que canta mais baixo no último trabalho - "Nha Sentimento". "Deve ser de tanto fumar", arremessa. Não diz quantos meios cigarros apaga no cinzeiro por dia. À nossa frente, à falta de SG Gigante, vale-se dos "pacotes" de Marlboro que comprara na Rússia. Oferece-nos um maço.
Foi sempre assim: simpática, brincalhona, bem-disposta. Falou abertamente de tudo, com a impressionante simplicidade que a define: da vida no passado, dos homens, da família, da carreira, do público, dos músicos amigos e rivais, de Portugal e Amália Rodrigues, do Mindelo, do que a espera no futuro. Ficou-lhe bem responder que "não tem data para deixar de cantar".
Cize gosta de estar à-vontade. Para que se sentisse em casa, a entrevista foi em crioulo, 24 horas depois de chegar da Rússia, onde realizou sete concertos em dez dias. A 8 de Maio actua no Coliseu dos Recreios ao lado de Bonga. É o "Encontro das Vozes", o seu único show este ano em Portugal: os médicos e o produtor convenceram-na a dar menos espectáculos. Quando lhe dissemos que em palco parece mais alta, desarmou-nos: "Minguei com a idade." São 68 anos. Uns eternos 68 anos, dona Cesária.
Tem noção do que as pessoas sentem quando a ouvem cantar?
Sentem o que sentem os cabo-verdianos. É na música que expressamos o que temos cá dentro. A letra diz tudo. Nas músicas que canto tento deixar todos os sentimentos do meu povo.
"Nha Sentimento" era para ser só mornas. Acabou por ter muitas coladeiras. Em vez de cantar angústias ou dores maiores, faz uma viagem em volta da satisfação, do contentamento, de um estado de graça com a vida. Acertamos?
Não. Tem mornas e coladeiras. Só que tem mais coladeiras, é mais para dançar.
Mas porquê mais coladeiras?
Foi o meu produtor. Ele é que tem essas lengalengas que eu não entendo.
Mas é a Cesária que escolhe as músicas...
Sim. Eu é que vejo as que quero cantar.
A música de que mais gosta no disco é "Verde Cabo di Nhas Odjos"?
Nem que tivesse olhos verdes! Não é das que mais gosto. As que mais aprecio são a morna da Tututa ("Sentimento") e "Vento Sueste" (de Manuel de Novas).
Neste disco há elementos da orquestra do Cairo. Mas há muito tempo que canta com os mesmos músicos a acompanhá- -la. É um trabalho de família?
Na verdade, somos mesmo uma família. Damo-nos todos bem, é como se fossemos mãe e filho, irmão com irmão. Mas como sou mais velha é mais uma relação mãe/filho.
Precisa cantar sempre com eles para sentir esse conforto?
Não é isso. Combinamos bem. É por isso que dura. Se houver algum desentendimento, o Djô [o produtor, José da Silva] toma a frente e resolve. Põe tudo no seu lugar. É assim.

Há uns tempos uma jornalista disse-lhe que a sua voz estava diferente e a Cesária respondeu que era a voz de uma pessoa que tinha 68 anos...
... 108 não, 68.
Eu disse 68.
Ah, pensei que tinhas dito 108 [gargalhadas sonoras]. Ó Deus! Deus queira que chegue lá! Não me parece...
Não?
Sou lá agora gente de ficar por aí a andar de bengala!
Mas há pior: gente que fica de cama...
... Está bem, mas eu não quero ficar nessa situação. Deus me defenda!
Voltando atrás: nós também notamos que a sua voz está diferente.
Deve ser de tanto fumar.
Quantos maços fuma por dia?
Não te quero dizer porque a Julieta [assistente de Cesária] está aqui. Depois digo-te ao ouvido, quando estivermos só nós os dois, mas não escreves.
Em 2008 apanhou um susto, com o AVC.
Foi na Austrália, no meio do palco. Mas foi fraco. Estava a cantar, senti a mão esquerda jote [sem reacção, em português], não estava a senti-la, e disse para comigo ai, ai. Contei ao Nando, que estava a tocar piano e não ouvia bem o que lhe estava a dizer. Depois passou, a minha mão ficou normal. Terminei o concerto e fui para o hospital.
Ficou internada quanto tempo?
Não me lembro [quatro dias, diz-lhe a assistente]. Os músicos vieram primeiro.
O que mudou no seu estilo de vida depois do susto?
Não me assustei. Encarei com normalidade. Quase não senti. Dou a Deus graças para não voltar a sentir o mesmo, porque se agora voltar leva-me de vez. Foi um sinal.

Nos cuidados com a voz, com a sua vida, mudou alguma coisa?
A voz está normal. A minha vida, claro, mudou. Queres que te diga tudo? Digo já [em tom de gozo]!
Vou-lhe dizer uma data para ver se me diz o significado: 15 Dezembro de 1994.
O dia em que deixei de beber.
Há muita gente que não acredita que foi quando deixou de beber.
Se não acreditam, é problema deles. Sabes porque é que não acreditam? Porque até hoje em todos os contratos está escrito que tenho de ter conhaque no camarim. Como antes tomava os meus copos, continuam a pensar que continuo a beber. Tenho lá as garrafas. Ora abro, ora ofereço aos amigos. Mas sem ser isso deixei de beber álcool.
O seu próximo concerto: a Cesária e o Bonga, "Encontro das Vozes". O que une os dois, o que há em comum entre Cabo Verde e Angola?
Nos anos 60, quando o Bonga foi a Cabo Verde não o conhecia pessoalmente. Depois comecei a trabalhar com o Djô Silva e tiveram uma ideia: eu e ele cantarmos "Sodade". Foi a única coisa que fizemos juntos. Mas a minha admiração por ele vem de antes. Ele foi o primeiro a cantar "Sodade". Depois fui eu.
É impressão nossa ou cada vez dá menos concertos? Está mais selectiva?
Não sou eu que tomo essas decisões. É o produtor. O Djô é que me diz: tal data tens X concertos.
Por si, cantava sempre?
Não. Eu e o Djô conversamos e ele perguntou-me se queria diminuir os espectáculos depois daquilo que aconteceu na Austrália. Disse-lhe que sim.
Regressou agora da Rússia. Como se explica que a música de Cabo Verde - e a voz de Cesária em particular - sejam apreciados nos pontos menos prováveis do mundo?
Cantei muito em Cabo Verde. Como vi que na minha terra nada caía do céu, em 1985 saí pela primeira e vim para Portugal gravar um disco da OMCV (Organização das Mulheres de Cabo Verde). Antes disso, o Frank Cavaquinho tinha levado uma gravação minha para a Holanda: saíram os meus primeiros singles. Depois gravei o segundo disco para um comerciante chamado João Mimoso. Em 1987, quando estava a cantar para o Bana no seu restaurante, apareceu o Djô que me pediu para falar com ele quando acabasse. Perguntou-me se queria ir a França cantar para a comunidade cabo-verdiana. Respondi que sim. Entretanto fui para Cabo Verde e voltei um ano depois a França. Depois veio o mundo, com o mesmo produtor com quem trabalho até hoje.
José da Silva: o salvador da sua carreira?
Deus é que o deixou aos meus pés, era qualquer coisa que estava à minha espera. E pronto, o meu sucesso começou em França. Não me lembro bem qual foi o primeiro pé que pus no chão de França. Mas parece-me que foi o direito [risos]. E o meu sucesso começou ali, em França.
Sente que o reconhecimento internacional deveria ter começado em Portugal em vez de França?
Não estava para começar aqui, não começou. Não tenho nenhuma mágoa com os portugueses. Tenho-os encontrado por toda a parte e eles dizem que gostam da minha música, portanto tudo bem. Não tenho mal para dizer.
É uma pessoa simples, que não liga nada à fama. O que a faz feliz?
A carreira brilhante que tive até aqui. Só isso chega para fazer um artista feliz.
O que é que a põe triste?
Se me morrer alguma pessoa, principalmente de família. Ou o desaparecimento de uma pessoa muito amiga. De resto, não trago tristeza comigo.
A sua mãe, dona Joana, era uma cozinheira de grande fama, a sua melhor amiga, a sua grande confidente...
... Não existe ninguém no mundo, não existe ninguém igual à minha mãe...
A morte da sua mãe foi o momento mais triste da sua vida?
É verdade. Sempre morei com ela, sempre gostei de viver com ela. Só fui morar sozinha depois dela morrer. Reconstruí a casa onde eu e os meus irmãos nascemos e pensava convencê-la a ir viver comigo. Não deu, não fui a tempo, ela morreu em 1999.
Estudou pouco. Fez a quarta classe num colégio de freiras, não foi?
Não, não cheguei a fazer. Não fiz a terceira, quanto mais a quarta [desdenha]! Estudei a segunda classe e nem fiz exame para passar para a terceira.
Não sente a falta dos estudos?
Faz falta. Quando somos novos por vezes não pensamos nisso. Mas depois crescemos e só lamentamos: se eu soubesse tinha estudado. Depois passa.
Do que mais se arrepende na sua vida?
Não me arrependo de nada e não penso muito no que vai acontecer. Deixo acontecer, espontaneamente.
É religiosa? Liga a Deus?
Sou. Católica de pé fincado. Não troco nenhuma religião por essa. Foram esses os meus princípios no orfanato e continuei com eles.
Dá muito valor à família. Tem dois filhos...
... Tive três. O segundo morreu, fiquei com o primeiro e o terceiro. O que morreu chamava-se Arlinda. O Eduardo é o primeiro, a Fernanda é o terceiro.
O pai do seu filho Eduardo é português. Ficou à espera de bebé com 17 anos. Ele veio para Portugal. Tenho uma dúvida: Eduardo era tropa?
Não. Era maquinista de um barco chamado Santo Antão, que tinha vindo de Lisboa. Voltou e fiquei à espera dele.
Nunca mais o viu. Gostava de o rever?
Para quê? O Eduardo está crescido. Já tem 50 anos. Mora comigo. E ainda não sei o que está a pensar fazer da sua vida. Agora está mais para França.
Gostou do pai da sua filha Fernanda, que veio jogar futebol para o Caldas da Rainha e foi perdendo o contacto com ele. Nunca mais o viu também?
É o Biduca. Uma vez, no princípio, quando veio para Portugal, ainda escreveu, mas depois perdemos o contacto um com o outro. Em 1985 veio-me visitar à Tilina, em São Bento [Cesária cantava na Tilina, uma casa onde se comia cachupa de madrugada]. Veio à minha procura à pensão onde estava, sentámos e falámos. Depois disso nunca mais o vi. Se me encontrar com ele, falo-lhe como amigo. Temos uma filha. Aliás, temos dois netos da Fernanda - o Adilson e a Janete. Já tenho até bisneto, tem um ano e tal. É o Luís Daniel. Trato-o como tratei os meus filhos e os meus netos.
Disse uma vez: "Chorar por um homem? Não, tenho um espírito muito forte, espírito de combate. Quando um homem me deixa vou logo à procura de outro. Se não ainda cria teia de aranha"...
... Fui eu que disse e mais de uma vez.
Tem namorado?
Não tenho. Às vezes vão aparecendo umas coisas, mas ainda não há nada claro. Tudo debaixo de capa enxuta [gargalhadas].
A Cesária não é muito de espalhafato. Uma vez vi o Ildo Lobo chamá-la ao palco com pompa e nem olhou para ele quando entrou. É por ser tímida?
Gosto de coisas simples. Não sou tímida.
Perguntas rápidas: qual foi o disco que lhe deu mais prazer fazer até agora?
Foram os que tiveram mais êxito: "Miss Perfumado" e "Mar Azul". Foi o pontapé de saída em França. Tenho uma data de discos de ouro, ganhei um Grammy na América, fui condecorada pelo presidente Chirac com a Legião de Honra de França.
O que faz aos prémios e discos de ouro: pendura-os na parede?
Tenho lá em casa para mostrar aos meus amigos, postos na parede para toda a gente ver. E o último, "Nha Sentimento", já ganhou um disco de ouro na Polónia.
Qual foi a música que lhe deu mais prazer cantar?
Gosto de todas. Cada uma na época em que a canto.
Qual é o melhor compositor cabo-verdiano, o seu tio B’Leza, Paulino Vieira...
... O meu tio é um dos melhores compositores cabo-verdianos de sempre. Do Paulino Vieira nunca cantei nada, acompanhou-me em tournées mas nunca cantei uma música dele. Não calhou. O Manuel de Novas é também um grande compositor. Frank Cavaquinho, Ti Goi... Não ponho nenhum à frente de outro.
Qual é o público que mais a entusiasma, para o qual gosta mais de cantar?
Em todos os concertos o público fica ali como se fosse minha família. Na última música peço-lhes para se levantarem e dançar e eles obedecem-me.
Há quem a acuse de se mexer pouco no palco.
Tenho os pés cheios de calos! Doem-me! Como é que eu vou dançar?! Só se for com as mãos... Faço um jeitinho, de vez em quando.
Cantou por todos os cantos de Cabo Verde, gravou para a Rádio Barlavento e a Rádio Clube Mindelo, cantou para os portugueses nos navios de guerra, e depois esteve dez anos sem cantar. Porquê?
De 1975 a 1985. Mi não, saturei-me e disse: já não canto mais, não vou a lado nenhum. Ficaram preocupados, deram-me por doente, até por morta. Eram tudo coisas de graça ou então uns dinheirinhos que não me tiravam da borda. Pensei: nada para nada é nada, então fico em casa.
Cantou no restaurante do Bana, gravaram os dois um disco e foi para os EUA em digressão com ele. Sabe que o Bana está muito doente?
Desejo-lhe melhoras.
Você e Bana: podemos chamar-vos as grandes estrelas de sempre da música de Cabo Verde? Ou só você é a grande estrela?
No feminino dizem que sou eu. Mas eu não digo isso a mim mesma. Não sou nenhuma rainha da música de Cabo Verde. Sou uma das cantoras de Cabo Verde. Mais nada. Digo consciente. Somos muitas.
Das vozes que por aí andam, qual é a que destaca?
Já cantei com a Lura, com a Maria Alice, com a Zenaida Chantre. Gosto delas todas como amigas. A melhor voz fica aqui dentro. Não vou dizer.
Ildo Lobo: qual é a mensagem que nos deixa para o seu desaparecimento?
Grande voz que perdemos. Encontramos sempre uma recordação num disco ou noutro. Mas deixa falta, queria vê-lo vivo. Era meu amigo.
Em Portugal é admiradora de Carlos do Carmo e Amália Rodrigues. Onde estava quando soube da morte da Amália?
Em França. Senti muito. Disseram-me que eu era uma pessoa que ela queria conhecer. Fiquei com aquilo na cabeça. Adoro-a, adoro-a, sou fã dela. Tenho quatro ou cinco discos dela.
Sabe o nome do Presidente de Portugal?
Cavaco Silva.
E do primeiro-ministro?
Deixa ver, deixa ver, deixa ver...
... José Sócrates.
Isso, Sócrates.
O seu clube em Portugal é o FC Porto. Porquê?
Porque em Cabo Verde sou Derby. Têm a mesma camisola. Por isso é que em Portugal sou FC Porto.
Como está Cabo Verde?
Estou habituada ao meu povo. Desde que nasci que cresço com eles. De política não falo porque não temos nada a ver. Quanto ao meu povo tento ajudar. Eu e o Djô Silva temos em São Vicente uma associação que auxilia crianças que tenham talento para tocar ou cantar. Sou embaixadora do Programa de Alimentação Mundial e vou ser também da UNESCO.
O que é que o Mindelo tem que nenhum outro lugar no mundo tem?
[Cesária responde com dois versos da morna "Ess Pais", de Manuel de Novas] Ess clima sabe qui Deus dône, ben conchê ess pais...
O que faz quando está em Cabo Verde: fica por casa? Ainda faz noitadas?
Sou de andar em noitadas. Tenho um condutor e só lhe digo: vamos embora. Onde gosto mais de andar é pela fralda [arredores do Mindelo]. Sem destino especial. Saio do Monte Sossego vou para a Belavista, saio da Belavista vou para a Ribeirinha, ando aquilo tudo.
Sempre abriu as portas da sua casa, sempre houve um prato de cachupa a mais para quem chegasse com fome. Ainda faz isso?
Para mim e bons de Deus. Mas falam de uma maneira que não é bem assim. Por exemplo: chegas a minha casa. Se for comer ou tiver alguma comida pronta, convido-te. Se disseres que sim, sirvo-te na hora. Não é porta aberta, apesar de alguns estrangeiros que não conheço já terem comido em minha casa. E tenho lá as minhas bebidas para servir os meus amigos.
O dinheiro não vale nada para si, a não ser para ajudar outras pessoas - é isso?
O meu dinheiro não é só para ajudar pessoas. Ainda estou a criar os meus filhos, netos e bisnetos e todos aqueles que consigo. Portanto, quase que o dinheiro não chega para tudo.
Dizem que é rica. No que investe o seu dinheiro?
Neste espírito bom que tenho. Há gente que me pede dinheiro emprestado e nunca mais paga. Não me chateio. O meu pensamento é: se a pessoa não veio ter comigo é porque não é séria. Pronto. Tenho uma casa para morar e está bom.
O Tito Paris em tempos criticou a falta de apoio do governo de Cabo Verde à cultura. A Cesária também sente isso - falta de apoio do governo?
Nunca me deram apoio. Quem me levou para fora de Cabo Verde foi o Djô Silva. É a ele que devo fineza. Mais ninguém.
Tem medo de morrer?
Para morrer basta estar vivo.

Uma vez disse antes de começar um espectáculo no Coliseu dos Recreios: "Chegou a hora de entregar a pele." Até que idade vai cantar?
No dia que for eu paro. Ainda não sei até quando cantarei.
Já a compararam com vários ícones da música. Billie Holiday....
... Uma vez em plena televisão houve uma jornalista que me chamou Amália Rodrigues. Disse-lhe que não, que estava enganada. Sou a Cesária Évora, de Cabo Verde. Sempre que me comparam com alguém eu digo que não, não me comparem.
Como é que quer ser recordada?
Como Cesária Évora. Mais nada. É esse o meu nome.
Cesária, obrigado.
Oiii, vou fumar dois cigarros de uma vez!
 In ASEMANA/JORNAL I
Fotos:Internet

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