quarta-feira, 19 de maio de 2010

CPLP:Português é definitivamente uma língua global - PR Cavaco Silva

LISBOA-O Presidente da República portuguesa defendeu hoje, na cerimónia de entrega do Prémio Camões, que o português é "definitivamente" uma língua global e é preciso lutar para que obtenha, nas instâncias internacionais, o estatuto a que tem direito.
Numa cerimónia em que participou também o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, Cavaco Silva afirmou que "as chamadas literaturas lusófonas (...) e a projeção internacional de muitos dos seus autores são a prova irrefutável de que a Língua Portuguesa se tornou, definitivamente, uma língua global".
Cavaco começou o discurso agradecendo a presença do seu homologo brasileiro, Lula da Silva, dizendo que honrou a cerimónia com a sua presença, mas que o gesto reflete sobretudo a importância que o Presidente do Brasil "sempre atribuiu à promoção da Língua Portuguesa".
O Presidente da República referiu-se mais do que uma vez à língua portuguesa como um "extraordinário capital" que os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) partilham e cada vez mais cidadãos, e disse que a consolidação de cada uma das literaturas lusófonas e "o reconhecimento internacional da sua singularidade, constituem motivo de regozijo para todos".
"Mas é igualmente importante reforçar, cada vez mais, os laços privilegiados que a existência de uma língua comum tornou possíveis entre os nossos povos, e lutar para que a Língua Portuguesa obtenha, nas instâncias internacionais, o estatuto a que tem direito", advogou Cavaco Silva.
"A memória de Camões assim o exige. A qualidade de muitas obras literárias que se escrevem na sua língua e são premiadas com o seu nome assim o reclama", defendeu.
Nas palavras para o homenageado, o cabo-verdiano Arménio Vieira, Cavaco Silva recordou que é a primeira vez que o Prémio Camões é entregue a um escritor deste país e que é o reconhecimento de toda a sua obra.
"Quero dar os meus parabéns ao premiado, o poeta Arménio Vieira, e felicitá-lo por este galardão, que vem consagrar a sua obra e colocá-lo ao lado de outros nomes já consagrados da Lusofonia, como Miguel Torga ou José Craveirinha, Pepetela ou Rubem Fonseca", disse o Presidente da República.
O chefe de Estado felicitou também o povo cabo-verdiano, que festeja, este ano, o trigésimo quinto aniversário da independência e os 550 anos do descobrimento e evocou nomes como Baltazar Lopes da Silva e Manuel Lopes, que contribuíram "para a afirmação da cultura e das letras cabo-verdianas".
A cerimónia decorreu no Museu Dos Coches, bem perto do Mosteiro dos Jerónimos, e Cavaco Silva aproveitou o facto para lembrar que estão sepultados ali "dois maiores poetas portugueses, que são, simultaneamente, dois dos maiores vultos da literatura universal de todos os tempos: Luís de Camões e Fernando Pessoa".
"Só numa língua com a riqueza e a plasticidade do Português seria possível exprimir uma gama tão variada de sensibilidades e experiências como é a dos povos que adotaram livremente o Português como sua língua oficial.
Além de Cavaco Silva e Lula da Silva, estavam presentes na cerimónia o primeiro ministro, José Sócrates, e os ministros da Cultura de Portugal e do Brasil, Gabriela Canavilhas e João Silva Ferreira, respetivamente.
ANP.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Fim

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