Desde meados dos anos 1980, O Escritório para Análises Políticas e Económicas (CPB em holandês) calcula os efeitos das propostas dos partidos políticos. Nesse ano, o CPB calculou os números de nove partidos, dois programas eleitorais ficaram de fora.
Imparcial
Sobre a apresentação dos resultados desse ano, o director do CPB, Coen Teulings, enfatizou a imparcialidade da organização.
“Esta é uma análise objectiva de quais serão as consequências da execução dos programas eleitorais apresentados. É um serviço que prestamos ao eleitor. Depois, cabe a ele fazer a escolha.”
Teulings diz que o elemento mais importante das próximas eleições é o deficit orçamentário e as reformas que precisam ser feitas para voltar a ter saldo positivo. Todos os nove partidos levam esse desafio a sério e todos falam em cortes. A diferença está em quanto e em quão rápido tal medida será tomada.
O CPB classificou os partidos de acordo com factores como geração de empregos e manutenção do poder de compra. O que o CPB não faz é medir a honestidade de um partido. Mas o que está no papel corresponde à realidade?
Surpresas
Há algumas discrepâncias no que os partidos dizem que querem fazer e no que o CPB calculou que poderia realmente acontecer caso seus planos fossem colocados em prática.
Por exemplo, o partido liberal VVD é conhecido como o partido para o sector empresarial. No seu manifesto eleitoral está escrito que “empresas e trabalhadores esforçados são o motor da nossa economia”.
Por outro lado, o VVD cria mais empregos, ao menos a longo prazo. O partido social-democrata PvdA, no entanto, fica em quinto lugar em termos de criação de empregos, ainda que sua plataforma defenda que “o PvdA está fazendo o tudo o que pode para manter os postos de trabalho”.
Outra surpresa ocorre com o Democrata 66, partido conhecido por seus interesses em melhorar a educação. “Para o D66, educação é uma prioridade absoluta,” diz o programa de governo. No entanto, de acordo com o CPB, o D66 ficou em quarto lugar no que diz respeito a melhorar a educação.
Orgulho holandês
Teuling se diz orgulhoso dessa tradição holandesa em avaliar os programas de governo e acredita que poderia ser utilizada em outros países. Por acaso, um instituto fez uma análise similar durante as recentes eleições britânicas.
Realmente! Até mesmo as propostas do menor partido holandês são examinadas mais minuciosamente do que as políticas de alguns governos europeus. E nesses tempos de crise financeira, este tipo de exame detalhado é mais do que necessário.
Quais partidos são os mais honestos sobre suas propostas?
1. Escrupulosamente honestos: SGP e União Cristã
2. Razoavelmente honestos: Esquerda Verde e Partido da Liberdade
3. Poderia ser melhor: Democrata Cristão
4. Ups!: D66, VVD (liberal), PvdA (trabalhista)
Por John Tyler (foto: ANP)
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