A X Cimeira Luso-Brasileira em Lisboa fica marcada pela assinatura de sete acordos, dos quais o mais importante entre a Galp e a Petrobras. O primeiro ministro José Sócrates dirigiu-se ao presidente Lula da Silva para salientar a importância da cooperação económica. LISBOA-O primeiro ministro, José Sócrates, afirmou hoje que a atual conjuntura mundial exige dos responsáveis políticos portugueses e brasileiros empenhamento na cooperação económica e uma resposta conjunta perante as dificuldades que o mundo atravessa.
Falando após a sessão de assinatura de acordos da X Cimeira Luso-brasileira, em que não houve direito a perguntas por parte dos jornalistas, José Sócrates dirigiu-se ao chefe de Estado do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para salientar a importância da cooperação económica entre os dois países.
"No processo de internacionalização e afirmação económica no mundo, o Brasil deixa marcas em Portugal. As maiores empresas de referência estão em Portugal", apontou o líder do Executivo de Lisboa, dando como exemplos a Petrobras, a Embraer e a Camargo Corrêa.
Países já cooperam nas áreas mais "críticas"
O primeiro ministro, José Sócrates, elogiou hoje os resultados das relações luso brasileiras, dizendo que os dois países já cooperam nas áreas mais críticas para o sucesso das nações: energia, ciência e língua.
"Os acordos que assinámos marcam um novo momento nas relações entre Portugal e o Brasil. A nossa cooperação assenta nos domínios mais críticos para o sucesso das nações: a energia, a ciência e tecnológica, a promoção e a difusão da língua", disse o líder do Executivo português. Investimento brasileiro vai apoiar economia portuguesa
Lula da Silva garantiu a participação do seu país no apoio à economia portuguesa, através do investimento de empresas brasileiras em Portugal.
"Eu estou feliz porque finalmente o Brasil e Portugal juntam-se numa coisa extraordinária e o potencial do Brasil pode ajudar a alavancar a economia portuguesa", disse Lula da Silva, na declaração conjunta com o primeiro ministro, José Sócrates, após a X Cimeira Luso-brasileira.
Lula da Silva destacou o facto de mais de 600 empresas terem investido num passado recente €20 mil milhões no Brasil, afirmando que chegou a hora de os empresários brasileiros investirem em Portugal.
Depois de reconhecer que o mundo atravessa atualmente uma crise "sui generis", uma crise "que vai exigir sacrifícios", Lula da Silva salientou que o Brasil está a viver um "momento excecional", e apresentou o seu país como "um caso de sucesso".
"Vamos ter de aprender com Portugal"
Referindo-se à cimeira Portugal-Brasil, considerou "muito importante" a assinatura dos sete acordos de cooperação política e empresarial, e elogiou os empresários portugueses pela "descoberta do Brasil", considerando ser agora chegada a hora de retribuir.
Os elogios estenderam-se ainda ao Governo de José Sócrates, a quem tratou por "companheiro", e referiu que foi preciso visitar Portugal "para descobrir um país onde uma empresa se cria em 30 minutos".
"O ministro da Indústria (brasileiro) vai ter que aprender com Portugal. Nós vamos ter que aprender com Portugal", acentuou.
A concluir, Lula da Silva confessou-se "muito cansado", justificando assim a não realização da prevista conferência de imprensa.
"Um Presidente da República não pode dizer que está cansado. Mas eu estou. Estou cansado. Estou a terminar uma viagem longa, que começou na Rússia e passou pelo Qatar, Irão, além de Espanha e Portugal", disse.
"Mas estou feliz", garantiu, terminando com votos de que sejam assinados mais acordos de cooperação, pelo menos até ao fim do seu mandato, a 31 de dezembro deste ano.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
EXPRESSO.PT
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