TUNIS-O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou um empréstimo de 15 milhões de euros a Cabo Verde para financiar projectos de energia eólica em quatro ilhas do arquipélago - Santiago, São Vicente, Sal e Boavista.
Num comunicado, o BAD dá conta de que, na reunião do Conselho de Administração, realizada quarta feira em Tunes, sede do banco, foi informado de que a obra estará a cargo da empresa mista formada pelo Estado de Cabo Verde, a Electra e a InfraCO, e que, após a conclusão, terá uma capacidade instalada de 28 megawatts de potência.
O projecto consiste na construção, operação e manutenção dos quatro parques eólicos, que ficarão, depois, ligados à rede energética nacional. Cada parque terá várias torres com turbinas eólicas, transformadores de energia, subestações, um centro de comando e uma linha subterrânea de distribuição, bem como acessos rodoviários.
Cabo Verde, segundo vários especialistas internacionais, tem "capacidades tremendas" para a obtenção de energias limpas e renováveis, como o sol e vento, estendo em curso vários projectos para atingirem a meta de 50% de produção a partir das energias alternativas até 2020.
Quando o projecto ficar concluído, prevê-se que ainda este ano, Cabo Verde terá atingido os 25% de penetração das energias renováveis na produção total.
Segundo o BAD, o projecto da Cabeólica está em linha com a estratégia do banco para Cabo Verde para o período 2009/12, baseada em criar condições para acelerar o crescimento económico e reforçar as infra-estruturas básicas.
Em fins de Abril último, o presidente do BAD, Donald Kaberuka, efectuou uma visita de trabalho a Cabo Verde, onde se inteirou dos projectos em curso financiados pelo banco, tendo, no final, tecido elogios à governação cabo-verdiana.
O presidente do BAD, o primeiro a visitar oficialmente Cabo Verde, disse ter ficado "impressionado" com o desenvolvimento do arquipélago, lembrando que o crescimento económico foi feito à custa de "trabalho" e não em recursos naturais.
"Cabo Verde é um dos primeiros e poucos países africanos que, em 50 anos (de independências em África), baseou o desenvolvimento em políticas de desenvolvimento e não em minerais ou petróleo. Essa mudança é muito significativa", disse o economista ruandês, o sétimo presidente eleito do BAD, no cargo desde 1 de Setembro de 2005.
Cabo Verde tem uma carteira activa junto do BAD de 64,65 milhões de euros, montante que se refere apenas às cinco operações em curso e em que cerca de 80% dessa verba está atribuída à ajuda orçamental e o restante às infra-estruturas e aos sectores rural e social.
Desde 1977, o BAD aprovou 39 operações para Cabo Verde, num montante líquido aproximado de 164,28 milhões de UC (unidades de conta), o que equivale a cerca de 185 milhões de euros.
Os projectos financiados pelo BAD, tais como a construção do Aeroporto Internacional da Praia, as Bacias Hidrográficas de Picos e Engenhos, a Central Única de Santiago, entre outros, têm contribuído grandemente para a melhoria das infra-estruturas e da competitividade económica do país, sustentou.
Já como país de rendimento médio, Cabo Verde passou a ter acesso, tanto aos financiamentos não-concessionais do BAD, como aos concessionais do Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD).
Nesta qualidade, o limite de crédito para Cabo Verde junto ao BAD é de aproximadamente 98 milhões de UC (cerca de 110,38 milhões de euros) para o período 2009-2013. Simultaneamente, o país mantém o acesso ao saldo total de 7 milhões de UC (cerca de 7,88 milhões de euros) no quadro do FAD XI.
OJE/LUSA
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