O Campo de Concentração do Tarrafal recebeu, numa primeira fase, até 1954, cerca de 340 presos políticos portugueses que lutavam contra o Estado Novo.
Em Junho de 1961, com o início da luta armada nas colónias portuguesas em África, o campo de concentração foi reaberto pelo regime colonial com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom (Norte da ilha de Santiago) e, desta vez, para encarcerar nacionalistas de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Essa segunda fase do campo, já sem a célebre “frigideira”, durou 13 anos, até à data em que se deu o seu encerramento definitivo, a 1 de Maio de 1974.
Nesse período, 238 combatentes da luta pela independência das colónias portuguesas, entre os quais o escritor angolano Luandino Vieira, estiveram presos pelo regime colonial português. Em Abril de 2009, aquando de um simpósio comemorativo do 35º aniversário do seu encerramento, cerca cinquenta desses presos ainda estavam vivos.
Elevado a património nacional, o governo de Cabo Verde declarou recentemente a sua vontade em candidatar o antigo Campo do Tarrafal a Património Mundial da Humanidade. "Dentro destas paredes estão guardadas histórias de pessoas e de povos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal, escritas com suor sangue e lágrimas”, declarou o primeiro-ministro José Maria Neves.
De acordo com fontes oficiais, o governo deverá ter pronta toda a documentação técnica da candidatura do Campo de Concentração do Tarrafal (norte da ilha de Santiago) a Património Mundial da Humanidade em 2011 ou 2012.
Para já, um museu aberto em algumas das antigas celas conta aos visitantes a história do campo e dos prisioneiros que por lá passaram.
SAPO CV
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