SANTA MARIA-A cimeira do Brasil com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deverá reverter-se num diálogo político estratégico entre o país sul-americano e os parceiros africanos da região, admite fonte oficial brasileira. De acordo com o Palácio do Planalto já se pode falar numa coordenação política crescente a partir da realização da cimeira, no sábado, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A intenção do presidente brasileiro é passar aos países da CEDEAO as experiências brasileiras bem-sucedidas, nomeadamente no combate à fome e à pobreza.
O Governo brasileiro destacou que, até agora, o Brasil foi, além da Espanha, o único convidado pela CEDEAO para participar numa cimeira da comunidade com outro país especificamente.
O comércio do Brasil com os 13 países da CEDEAO - Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo - quintuplicou de 2002 a 2008, de acordo com um levantamento feito pela Lusa com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As trocas comerciais passaram de 1.800 mil milhões de dólares em 2002 para 9200 milhões em 2008, mas os valores ainda são baixos se comparados com o comércio que o Brasil mantém com outras regiões e tem, portanto, potencial de um crescimento maior.
Em 2009, com a crise internacional, a balança comercial do Brasil com a CEDEAO caiu para 6.700 milhões de dólares (3.000 milhões de euros).
O único país da CEDEAO que tem um comércio significativo com o Brasil é a Nigéria. Em 2008 as trocas entre os dois países registaram 8.200 milhões de dólares, caindo para 5.800 mil em 2009.
O Governo brasileiro acredita que a cimeira CEDEAO-Brasil vai criar oportunidades para a cooperação para o desenvolvimento, investimentos e financiamento de projectos nas áreas agrícola, de infra-estruturas e energias renováveis.
OJE/LUSA
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.