BCE decidiu manter a principal taxa juro inalterada no seu mínimo histórico em 1%.
Jean Claude Trichet disse hoje, em Lisboa, que "Portugal não é a Grécia" e que isso "é visível se olharmos para os factos e para os números".
Na conferência de imprensa que se seguiu ao conselho de governadores, realizado hoje em Lisboa, o líder do Banco Central Europeu (BCE) voltou a sublinhar as diferenças entre os dois países.
"Portugal e Grécia não estão no mesmo barco e isso é visível se olharmos para os factos e para os números", disse.
Trichet sublinhou ainda que Portugal está entre os 15 países da Zona Euro cujos problemas assinalados pela BCE estão ser endereçados e terminou de forma categórica: "Portugal não é a Grécia".
Países têm de corrigir contas
"Todos os países" da Zona Euro devem fazer mais para corrigir os desequilíbrios nas contas públicas, afirmou hoje o presidente do Banco Central Europeu.
"Precisamos de uma implementação muito mais estrita (...) no que diz respeito à política orçamental" disposta no Pacto de estabilidade e Crescimento (PEC), afirmou.
O responsável sublinhou que a condução da política orçamental "é uma tarefa a nível nacional" e que os Governos meter em prática "acções decisivas" para corrigir as suas contas públicas.
"Apelamos a medidas decisivas por parte dos governos no sentido de que seja alcançado uma consolidação das finanças públicas duradoura e credível", afirmou o presidente do BCE, em nome do conselho de governadores.
Reestruturação da banca
O presidente afirmou ser fundamental que o sector bancário seja reestruturado, de forma a ganhar melhor capacidade para resistir às crises.
Trichet apontou ainda para a necessidade de haver um reforço dos balanços dos bancos. "Balanços robustos, uma gestão de risco eficaz e modelos de negócio transparentes e sólidos são cruciais para reforçar a capacidade de resistência dos bancos ao choque e garantir o acesso adequado ao financiamento, estabelecendo-se, assim, as bases para um crescimento sustentável e a estabilidade financeira".
"Sim" à agência de 'rating' europeia
Trichet considerou que a possibilidade de uma agência de 'rating’ europeia "devia ser analisada a nível global", mas que se trata de uma questão "em aberto" e que "quanto mais competição, melhor".
Questionado sobre se nos últimos meses a sua principal função enquanto presidente do BCE passou a ser "salvar a UE", Trichet negou."A estabilidade dos preços é o nosso primeiro mandato e estamos inflexivelmente ligados a ele. Foi isso que a Europa pediu de nós".
O responsável repetiu a expressão de que "as taxas de juro estão num nível apropriado" e reafirmou esperar um crescimento moderado da economia da Zona Euro.
Reconhecendo que os preços parecem controlados, o presidente do BCE avisou que "tudo fará" para manter a inflação abaixo dos 2%.
A questão dos títulos gregos
O presidente do Banco Central justificou com o "conhecimento de fundo" e a "consistência" nas decisões do conselho de governadores a decisão de aceitar os títulos de divida grega como colaterais, independentemente do 'rating' associado.
Garantiu ainda que "não foi sequer discutida a hipótese do banco central comprar títulos de dívida soberana e que a entrada em incumprimento de qualquer país não foi discutida, nem nada do género".
"O incumprimento para mim está simplesmente fora de questão", afirmou o responsável, na conferência de imprensa que se seguiu ao conselho de governadores, que decorreu em Lisboa.
RR.PT
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