Foto:A cabo--verdiana, Emidia Maocha
Mesmo que a Holanda não ganhe o jogo frente à Espanha
ROTTERDAM-Na Holanda, quando o árbitro apitar hoje, no Soccer City (17h e 30, hoas de Cabo Verde, 20, 30 na Holanda) para o início da final do Mundial de futebol entre a Holanda e a Espanha, os cerca de 20 mil cabo-verdianos, praticamente concentrados na cidade portuária de Roterdão, vão torcer, como é evidente, pela laranja mecânica e prometem fazer a festa mesmo se a Holanda não vencer a final.
Para a enfermeira Emidia Maocha é impressionante ver como os holandeses gostam de futebol e mesmo no seu trabalho seus colegas fazem todo para ver os jogos da Holanda.
Ela confessa que gosta de outras modalidades como a natação ou ginástica rítmica por exemplo mas que é agradável ver toda essa alegria no rosto das pessoas e como é evidente ela pensa que todos os cabo-verdianos residentes na Holanda vão torcer por uma vitória da Holanda no jogo de hoje a noite.
Muitos cabo-verdianos vão sair a rua para ver o jogo com milhares de holandeses e outros em grupos em casa de amigos/familiares assim com no café Panorama proprietário de Amadeu Oliveira no centro da cidade de Roterdão.
Foto:A holandesa Janneke van Oorschot,
BOLA DO MUNDIAL
A bola do mundial foi a famosa Jabulani (que significa celebração em zulu),foi concebida pela Multinacional, Adidas, sob a supervisão da holandesa Janneke van Oorschot, a mesma que também desenvolveu a bola com a qual Internazionale e Bayern de Munique jogaram a última final da Champions League. Segundo Janneke van Oorschot a Jabulani, colorida, faz referência directa à África do Sul."Definitivamente. Cada cor e elemento de design que usamos foram inspirados pela África do Sul. Por exemplo, a cor branca da base da bola, o amarelo, que remete ao sol e à luminosidade do país. Mas também a cor dourada, que não remete apenas ao troféu que todas as equipas querem ganhar, mas também às minas de ouro pelas quais a África do Sul é tão famosa.”
A Jo’bulani – a bola especialmente desenhada para a final, é uma homenagem a Joanesburgo, cidade conhecida como Cidade do Ouro.
CHEGOU A HORA DA HOLANDA
Todas as lojas estão enfeitadas com as cores da Holanda(laranja) mesmo nos bares e cafés estrangeiros esquecem-se as diferenças e hoje todos vão torcer pela seleção de Bert van Marwijk e todos querem ver logo a noite o capitão da laranja mecanica, Giovanni van Bronckhorst, levantar a Taça da FIFA no seu último jogo oficial , ele que antes da copa já tinha anunciado a sua retirada da alta competição aos 35 anos, permitindo assim o ingresso para muitos tardios da Holanda no selecto grupo de campeões do mundo(Brasil, Argentina, Uruguai, Alemanha, Itália, França e Inglaterra).
A Holanda revolucionou o futebol apartir do Mundial de 1974, mas não foi campeã mundial. A Holanda ganhou a Copa da Europa em 1988 na Alemanha numa geração de fantásticos jogadores como Van Basten, Gullit, Rikjaard, Koeman e cia .
A Holanda teve Cruyff, Neeskens, Van Basten, Gullit, Bergkamp. Mas não foi campeã mundial.
Em 1974, sob o comando do mitico Rinus Michels que posicionava-se sempre à beira do campo e de Johann Cruyff dentro das quatro linhas, o país entrou para a história com atuações memoráveis na Alemanha. A Laranja Mecânica / Carrossel Holandês surpreendeu e encantou a muitos. Mas falhou no momento decisivo. Na final, com um minuto de jogo, já estava em vantagem diante dos donos da casa. Mas terminaram o primeiro tempo perdendo por 2 a 1. Resultado que não mudou até o apito final.
Quatro anos depois, a equipa já não contava com Cruyff e também não era tão brilhante. Mas novamente chegou à final. De novo, contra o anfitrião. De novo teve que se contentar com a medalha de prata. Na altura a Holanda sofreu um golo de Mario Kempes no primeiro tempo. Conseguiu empatar aos 37 minutos do segundo, através de Nanninga calando o estádio Monumental de Nuñez. Silêncio que por muito pouco não virou tragédia argentina. Resenbrink carimbou ainda a trave de Fillol no minuto final. Mas os holandeses não resistiram à prorrogação e a Argentina venceu a final por 3 a 1.
Neste mundial apesar de não praticar um futebol bonito a Holanda foi extremamente eficiente venceu todas as partidas e eliminando por exemplo o poderoso Brasil da Copa e ao contrário das duas finais anteriores em que não teve os adeptos do seu lado, hoje a Holanda joga praticamente como se estivesse em casa, muitos descendentes de holandeses que vivem na África do Sul prometem pintar boa parte do Soccer City de laranja, milhares de holandeses embarcaram nos últimos dias para Africa do Sul para assistirem a final;podemos ainda adiantar algumas curiosidades a volta do jogo: o estádio foi construído por uma empresa holandesa e toda a arquibancada é cor de laranja. Até a bola da Copa – que tem uma versão especial para a final, baptizada de Jo’bulani, em homenagem à cidade de Joanesburgo – foi desenhada por uma holandesa.
Foto:Giovanni van Bronckhorst capitão da "Orange"
CELEBRAÇÃO
O jogo de hoje vai reunir nas ruas das principais cidades holandesas como Amsterdão, Roterdão, Haia, Utrecht etc ,milhares de pessoas que vão assistir juntos em paneis gigantes o jogo de futebol. O país foi inundado por um mar de apetrechos alaranjados e os estoques de cerveja e salgadinhos nos supermercados praticamente acabaram, muitos turistas de países vizinhos como a Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, França estão também no País das Tulipas para fazerem a festa junto dos holandeses na cidade de Amesterdão são esperados mais de 500 mil pessoas. Se for campeã, a selecção Laranja fará na terça-feira um percurso de barco ao longo dos canais centrais de Amesterdão terminando junto ao Rijksmuseum, na Museumplein. Caso não ganhem a final, os jogadores pediram para não fazer o trajecto pelos canais, mas serão homenageados na Museumplein, praça que tem sido o principal ponto de concentração dos adeptos na capital holandesa para assistir aos jogos e festejar as vitórias da ORANGE na África do Sul – a única que até agora permanece invicta nesta Copa.
NORBERTO SILVA com Agências
Rádio Atlântico-Holanda
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