terça-feira, 13 de abril de 2010

ANGOLA:Embaixador de Angola adverte para possíveis conflitos se problema das fronteiras não for acompanhado

LISBOA-O embaixador angolano em Portugal, José Marcos Barrica, adverte para a possibilidade de conflitos se Angola não estiver atenta "aos problemas das suas fronteiras".
José Marcos Barrica falava na cerimónia de lançamento do livro "Os Caminhos Históricos das Fronteiras de Angola", da autoria do professor Joaquim Marques de Oliveira, em Lisboa, no âmbito das comemorações do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, data que se assinalou na semana passada.
"Estamos a viver um novo momento em muitos aspectos. Mas, apesar disso, também continuamos a viver alguns momentos de pretensa confrontação. Pelo menos advinham-se momentos de conflito se efectivamente todos os angolanos não estiverem atentos aos problemas das fronteiras", referiu José Marcos Barrica.
O embaixador de Angola em Portugal, para quem "as fronteiras são imprescindíveis", realçou que no mundo são várias as disputas entre países por causa destas. "Infelizmente Angola não tem fugido a esta perturbação", afirmou José Marcos Barrica, lembrando os "incidentes desagradáveis" que o país travou com a vizinha República Democrática do Congo (RDC) no ano passado, com a qual partilha uma fronteira de 2.000 quilómetros.
Após a expulsão de cidadãos da RDC pelo Governo angolano por permanência ilegal no território (das zonas diamantíferas das Lundas, Norte e Sul), o Executivo congolês começou, por sua vez, a expulsar imigrantes angolanos, muitos dos quais que residiam no país desde a guerra civil angolana, levando a um aumento da tensão nas zonas fronteiriças.
No entanto José Marcos Barrica salientou que a questão das fronteiras "não é um problema dos actuais dirigentes ou governantes", mas uma questão que vem de "há muitos anos atrás".
O embaixador de Angola em Portugal considera que o livro de Joaquim Marques de Oliveira sobre o tema "vem de facto no momento certo", nomeadamente quando se comemora a paz de um país que durante muito tempo viveu em conflito. De acordo com José Marcos Barrica a obra é um "instrumento útil e oportuno" e traz "um inimaginável contributo no processo de entendimento para desanuviar os aspectos de conflitos latentes, reconquista do clima de confiança entre os países vizinhos e a consequente melhoria das relações".
OJE/LUSA

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