Brasília–A probabilidade de um jovem negro ser assassinado no Brasil é 130 por cento maior do que um jovem branco segundo o estudo “Mapa da Violência 2010: Anatomia de Homicídios no Brasil”, divulgou a imprensa brasileira.
Segundo o estudo, divulgado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, o Brasil registou 47,7 mil assassínios em 2007, o equivalente a uma média diária de 117 mortes.
O relatório mostra que pela primeira vez foi possível quantificar o risco de um jovem negro ser vítima de assassínio no Brasil, sendo 130 por cento maior do que um jovem branco.
A desigualdade entre as populações aumentou muito num período de cinco anos. Em 2002, morria uma média de 1,7 negros, entre 15 a 24 anos, para cada jovem branco, mas em 2007, esta proporção subiu de 2,6 para 1.
Nas outras faixas etárias, a situação não é diferente, já que o número de vítimas brancas passou de 18 852 para 14 308, o que significa uma redução de 24,1 por cento e, entre negros, o número de mortes subiu de 26 915 para 30 193, um crescimento de 12,2 por cento.
Para cada branco assassinado, morrem 2,2 negros no país, o que significa que morrem no Brasil 107,6 por cento mais negros do que brancos.
O abismo entre as taxas de homicídios é resultado de duas tendências opostas.
Nos últimos cinco anos, o número de mortes por assassínio entre a população jovem branca apresentou redução, 31,6 por cento. Entre negros, houve aumento de 5,3 por cento das mortes no mesmo período.
“Brancos foram os principais beneficiados pelas acções de combate à violência. Temos uma grave anomalia que precisa ser reparada", declarou o autor do estudo, Júlio Jacobo.
Os dados do estudo foram recolhidos porque, a partir de 2002, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a registar nas certidões de óbito a raça do morto em mais de 80 por cento dos casos.
Lusa/Inforpress/Fim
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