segunda-feira, 12 de abril de 2010

UE:Ajuda à Grécia impede incumprimento mas não fomenta o crescimento, dizem economistas

BRUXELAS-O pacote de salvamento acordado ontem para ajudar a Grécia pouco ou nada fará para impulsionar o crescimento económico, ainda que impeça o risco imediato de incumprimento, consideram vários economistas ouvidos pela Bloomberg.
"O verdadeiro problema é se a economia da Grécia consegue crescer ao mesmo tempo que reduz o défice das finanças públicas", disse o economista chefe da Goldman Sachs para a Europa.
"Sem crescimento, a dívida só é sustentável se alguém a financiar a uma taxa muito menor que 5%", acrescentou o economista, referindo-se à taxa a que a União Europeia está disposta a financiar a dívida grega.
A recessão na Grécia pode chegar aos 4% este ano, o maior valor das últimas quatro décadas, de acordo com as previsões do Deutsche Bank, podendo assim duplicar a queda de 2009, em que a contracção da riqueza foi de 2%.
Outros economistas ouvidos pela Bloomberg consideram que o plano aprovado pela União Europeia é um incentivo ao incumprimento dos limites estabelecidos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. "A decisão da Grécia introduz, ou aumenta, o incentivo para os governos evitarem decisões difíceis e deixarem as finanças descambar ou para não se esforçarem por consolidar as contas do Estado", disse o responsável do BNP Paribas pelos mercados europeus.
Os ministros das Finanças da Zona Euro chegaram no domingo a acordo sobre as condições de uma eventual ajuda à Grécia, passando por empréstimos bilaterais num montante de pelo menos 30 mil milhões de euros, concedidos a uma taxa de juro de cerca de 5%.
O pacote global admitido poderia atingir os 45 mil milhões de euros no primeiro ano, com a comparticipação de um terço do FMI.
Portugal pode ser chamado a emprestar mais de 700 milhões de euros.
OJE/LUSA

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