LUANDA-O sub-secretário de Estado para os Assuntos Políticos norte-americano, William J. Burns, disse ontem, à chegada a Luanda para uma visita oficial, que Washington apoia o esforço do país no combate à corrupção.
O governante norte-americano sublinhou que Angola "é muito importante para os EUA". William Burns recordou mesmo a visita de Hillary Clinton a Angola em Agosto de 2009, onde deixou uma frase simbólica e inequívoca sobre a visão de Washington sobre Luanda: "Angola importa para os EUA". E deixou isso mesmo claro na primeira afirmação que fez ainda no aeroporto de Luanda, explicando que o objectivo da visita é "procurar formas de reforçar e estreitar as relações entre os dois países". Angola "é um dos três países africanos com os quais os EUA lançaram o diálogo para o estabelecimento de parcerias estratégicas e isso reflecte a importância da agenda entre os dois países em segurança energética global, segurança alimentar, paz e estabilidade".
O sub-Secretário de Estado norte-americano defendeu ainda que Angola deve continuar o "árduo trabalho" para "combater a corrupção", e lembrou as palavras do presidente José Eduardo dos Santos sobre a "tolerância zero à corrupção" como sendo do agrado de Washington. "Apoiamos certamente as palavras do presidente sobre a tolerância zero à corrupção porque é um problema que afecta muitos países no mundo, incluindo os EUA, e acreditamos que é do interesse de Angola trabalhar arduamente para resolver esse problema".
Explicando de seguida que "os objectivos de transparência e boa governação são de grande importância e o progresso nestas áreas e á melhor forma de atrair investimento e aproveitar o pleno potencial que o Angola tem".
William Burns mantém na quinta-feira encontros com o presidente angolano e com o ministro das Relações Exteriores, Assunção dos Anjos, assinará um acordo bilateral na área do transporte aéreo com o ministro dos Transportes, acordo esse que permitirá voos comerciais directos entre os dois países. Lembrou os 80 milhões de dólares anuais com que os EUA apoiam Angola, dizendo que vai, durante esta visita, procurar a melhor forma de usar essa verba, sublinhando no entanto que esse dinheiro tem servido para apoiar Angola a "construir instituições democráticas, esperança económica e melhores as condições de saúde". "Temos orgulho em ter ajudado a cortar para metade a morte de crianças que morrem de malária anualmente", notou, adiantando que "este é um momento de real oportunidade nas relações entre os dois países, e os EUA tencionam aproveitar esta oportunidade para relançar as relações bilaterais".
Esta visita de William Burns acontece dois dias depois de o Jornal de Angola ter criticado no seu editorial os EUA, ao salientar as discrepâncias entre os elogios ao país e ao seu Governo pelo embaixador em Luanda e o conteúdo crítico dos relatórios do Departamento de Estado sobre direitos humanos e ainda de organizações não governamentais.
OJE/LUSA
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