Bento XVI completa, hoje, cinco anos de pontificado, numa altura em que o Vaticano enfrenta uma das mais graves crises da Igreja Católica relacionada com acusações de pedofilia. Eleito papa a 19 de abril de 2005, num dos mais rápidos conclaves de sempre, o cardeal Joseph Ratzinger, que na sexta feira fez 83 anos, suscitou logo de início muitas reservas, dado o seu papel à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, a sucessora da Inquisição.
De Ratzinger a Bento XVI
Momentos da vida do Papa O seu pontificado está a ser agitado com as crescentes denúncias de abusos sexuais cometidos contra menores por entidades eclesiásticas em vários países do mundo, sendo ele próprio acusado de ter encoberto crimes de pedofilia na época em que foi arcebispo e cardeal.
Ao longo de cinco anos, Bento XVI teve alguns êxitos, mas o seu pontificado tem sido marcado por algumas críticas, além de não ser compreendido pela opinião pública.
Tensões com muçulmanos, judeus e anglicanos têm também marcado o pontificado, que sofreu turbulências ao levantar a excomunhão aos quatro bispos lefebvrianos, ao autorizar as missas em Latim e quando falou da ineficácia do uso do preservativo na luta contra a Sida em África.
Percuso de Ratzinger
O "tímido" professor teologia nasceu na cidade de Marktl Am Inn, no sudeste da Alemanha, a 16 de abril de 1927. Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de junho de 1951. Um ano depois começou a dar aulas na Escola Superior de Freising.
Em 1953 doutorou-se em teologia com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho".
Ratzinger, que entre 1962 a 1965 contribuiu para o Concílio Vaticano II como perito, lecionou em diversas universidades alemãs e foi vice-reitor da Universidade de Ratisbona. Foi nomeado arcebispo de Munique em 25 de março de 1977 e proclamado cardeal em 27 de junho.
Aos 78 anos, o Cardeal Joseph Ratzinger foi eleito papa pelo colégio de cardeais, convertendo-se no sétimo chefe de Estado do Vaticano, e escolheu para seu pontificado o nome de Bento XVI.
Em cinco anos, publicou três encíclicas e efetuou 14 viagens fora de Itália. Visitou a Alemanha, Camarões, Angola, Terra Santa e na Turquia rezou numa mesquita, num gesto que pretendia mostrar que não está distante dos muçulmanos.
SIC/LUSA
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)


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