São Vicente: Duzentos nas ruas contra o "assalto” à Câmara Municipal
MINDELO-Cerca de duzentas pessoas saíram,ontem final de tarde, às ruas do Mindelo, na manifestação de "indignação contra o assalto e sequestro de que a Câmara Municipal de São Vicente e os seus funcionários foram vítimas".
O acto de protesto, alegadamente organizado por um "grupo de cidadãos", saiu dos Paços do Concelho e percorreu as ruas da cidade, com os manifestantes a gritarem o seu descontentamento.
Domingos Lima, abriu a marcha. Apesar de ser um destacado militante do Movimento para a Democracia, referiu participar na iniciativa como uma cidadão mindelense. "Nós não somos contra a aplicação da justiça. Somos um povo que gosta de ser respeitado e isso não aconteceu", referiu.
Na mesma qualidade - a de cidadão - Augusto Neves, presidente substituto da autarquia da ilha, esclareceu que a marcha foi "organizada pela sociedade civil, com o apoio do MpD".
No passado dia 27, uma grande operação policial fechou as portas da Câmara Municipal de São Vicente, ao longo de várias horas. No interior do edifício decorreram buscas, que se alargaram a habitações de alguns funcionários autárquicos, entre eles, o vereador Benvindo Cruz. Ontem, foi convocada a manifestação de hoje, conotada com o MpD, partido que negou qualquer responsabilidade na sua organização.
NAF, Expresso das Ilhas
“A CÂMARA MUNICIPAL NÃO É UM COVIL DE CRIMINOSOS”, DIZ CARLOS VEIGA
NOVA SINTRA-O Presidente do MpD disse ontem, sexta feira, à RCV que o aparato utilizado pela Polícia Judiciária, em Mindelo, nas buscas efectuadas esta semana aos Paços do Concelho é excessivo pois não se tratava de “um covil de criminosos” mas sim de uma Câmara Municipal.
Carlos Veiga fez ontem essas declarações na ilha Brava onde se encontrava de visita partidária.
Segundo o líder do Movimento para a Democracia, “a justiça caracteriza-se por algumas coisas que são fundamentais: e essas coisas não são concerteza o aparato que foi utilizado” pela policia, considerando, por isso, que a atitude em manter as pessoas seqüestradas no edifício da Câmara Municipal de S. Vicente durante 4 horas, com os agentes armados e com colete anti-balas; nos telhados dos edifícios circundantes; “é excessivo e inaceitável em relação a uma Câmara”.
O Presidente do MpD considera “normal” que se façam buscas nas Câmaras Municipais e não tem nada a “objectar”, até porque, também, a Presidente Isaura Gomes disse desde o início que fossem averiguadas as questões levantadas e imputadas em relação a alguns elementos da câmara, já que no entender de Carlos Veiga “nenhuma câmara está acima da lei”, tal como a administração pública e o próprio Estado.
Mas só que essa justiça não pode funcionar a duas velocidades. “Nós não aceitamos que umas câmaras sejam investigadas e outras não. Não aceitamos que se pretenda dar imagem negativa de umas câmaras e deixem outras denuncias em relação a outras, claras, repetidas, sem nenhum andamento”, referiu Carlos Veiga que faz questão de salientar que “é contra essa duplicidade e contra a justiça a velocidades diferentes” que o seu partido está contra.
JOSÉ MARIA NEVES DÁ “LUZ VERDE” A FISCALIZAÇÕES NOUTRAS CÂMARAS DO PAÍS
PRAIA-Os municípios do PAICV, ou que eram geridos pelo PAICV, onde há indícios de corrupção que se cuidem. O Primeiro Ministro José Maria Neves disse hoje que todos devem ser fiscalizados sem excepção.
Sinal que pode ser entendido como “luz verde” do Governo para que o Ministério Público proceda a inspecções a outras câmaras que não sejam do MpD e seja consequente contra as queixas apresentadas à gestão de Felisberto Vieira, o seu Conselheiro Político e ex-autarca da Praia, durante os anos 2000-2004.
“Espero que lá onde haja indícios de corrupção que o Ministério Público actue, que os tribunais actuem e que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados pela sua actuação”, disse José Maria Neves esta manhã na Praia.
O aviso já está dado. Quem tiver algum “percalço” na gestão da coisa pública que se ponha a pau. Tem tempo suficiente para “arrumar” a casa e “tirar o pó debaixo do tapete” para não ser surpreendido como foi a Câmara Municipal de S. Vicente.
Em maus lençóis poderão estar também os Presidentes das Câmaras Municipais de S. Filipe e Mosteiros, Eugénio Veiga e Fernandinho Teixeira, ambos acusados de alegada corrupção e gestão danosa nas suas câmaras.
É que para o Primeiro Ministro, “Cabo Verde tem de ser um país onde haja rigor e transparência na gestão dos recursos públicos”, isso, apesar de ainda manter como seu Conselheiro no Palácio da Várzea o ex-autarca da Praia e que, de acordo com as queixas apresentadas na Procuradoria Geral da Praia, cometeu vários ilícitos enquanto esteve à frente da Câmara Municipal - conforme a auditoria feita pela Price Waterhouse -, e que levou mesmo o actual Edil da capital a comparar o aparato policial em S. Vicente, dizendo que se fosse uma operação contra a gestão de Filú, “eram precisos tanques e bazucas”.
O próprio José Maria Neves tem também pendente na PGR, depois de ter cometido um crime eleitoral a 22 de Janeiro de 2006, no dia das eleições legislativas onde foi reeleito para um segundo mandato.
LIBERAL.CV/EXPRESSO DAS ILHAS.CV
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.