Ed Miliband, à esquerda do irmão David, defende a renovação do Labour (Toby Melville/Reuters)
Ed Miliband, um dos conselheiros especiais do antigo primeiro-ministro britânico Gordon Brown, confirmou hoje que concorre à liderança do Labour, contra o seu irmão mais velho, David.
O antigo secretário da Estado da Energia e Ambiente, de 40 anos, declarou formalmente a sua intenção durante um discurso que fez no "think-tank" de centro-esquerda Fabian Society, dizendo que o Partido Trabalhista deve renovar-se, depois de nas eleições deste mês ter conseguido apenas 29 por cento dos votos expressos.
David Miliband, de 44 anos, até há dias ministro dos Negócios Estrangeiros, era por enquanto o único candidato ao lugar deixado vago por Gordon Brown. Mas também se admite a hipótese de na corrida entrarem nomes como Ed Balls, Andy Burnham, John Cruddas e Alistair Darling.
Edward Samuel “Ed” Miliband disse ter ponderado durante muito tempo sobre se se deveria candidatar contra o irmão, um centrista ao estilo de Tony Blair, e adiantou ter consultado a família e com os amigos antes de se decidir.
Começou o seu discurso, dizendo que toda a gente lhe pergunta se a mãe está com ele ou com David; a verdade, disse, é que ela prefere o esquerdista Cruddas, que tem travado um longo combate contra o crescimento da extrema-direita.
No entender de Ed Miliband, desde 2005 deputado por Doncaster North, no centro da Inglaterra, o Labour necessita ser “claro e honesto” sobre a derrota eleitoral, na sequência da qual ficou apenas com 258 lugares nos Comuns, face aos 306 do Partido Conservador.
“A única vantagem da oposição é a oportunidade de renovar, de pensar no país em que vivemos e nas pessoas que procuramos representar”, disse Ed, que em Junho de 2007 entrou para o Governo e que teve o encargo de redigir o manifesto eleitoral do Labour.
“Fundamentalmente, perdemos contacto com os valores que fizeram de nós uma força progressista na política e perdemos contacto com as pessoas que somos supostos representar”, prosseguiu o antigo ministro da Energia e Ambiente.
Segundo ele, os trabalhistas tiveram de enfrentar o facto de “ter perdido catastroficamente a confiança” do povo britânico devido à guerra no Iraque e ao escândalo das despesas abusivas de alguns deputados.
“Temos de deixar agora toda a dicotomia Blair/Brown e de avançar para um novo conjunto de ideias”, acrescentou esta nova estrela emergente do Labour.
Horas antes, David Miliband declarara-se “abolutamente convencido de que a família poderia permanecer forte”, acontecesse o que acontecesse; e que o amor fraternal conseguiria sobreviver a todas as provações.
Ed recebeu de imediato o apoio de 62 jovens activistas do Partido Trabalhista, numa carta endereçada ao jornal “Guardian”. Segundo eles, eleger este político seria garantir uma “nova forma de fazer politica”, sem cair em lutas internas.
Da corrida à liderança partidária já se excluíram, entre outros, Jack Straw, Harriet Harman, Alan Johnson e Yvette Cooper.
PUBLICO.PT
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