ROTERDÃO:Na senda de conversas regulares com cabo-verdianos residentes na Holanda a Rádio Atlântico conversou com PCA da Cabolux Daniel do Rosário um dos cabo-verdianos de sucesso no País das Tulipas.
Rádio Atlântico - Cabolux é uma empresa com mais de 14 anos de existência e tem a sua sede mãe em Roterdão. Mas pelas informações que obtive a empresa internacionalizou-se. Em que outros Países estão Presentes?
Daniel De Rosário - A Agência Cabolux existe há 14 anos. É uma empresa idónea, de cabo-verdianos para toda a comunidade africana de língua oficial portuguesa, residente na Europa. Durante esse tempo todo, fomos paulatinamente conquistando os paradeiros de Cabo-verdianos de uma forma particular, principalmente espalhados por todos os cantos da Europa. E hoje graças ao nosso profissionalismo, o nosso desempenho, a nossa seriedade, a nossa eficácia, somos o maior transitário Cabo-verdiano da Europa para Cabo Verde e restantes países dos PALOP. A nossa sede está em Roterdão temos agência em Lisboa (Benfica), em São Vicente e na Praia
RA - Porquê a abertura de uma filial em Portugal e na Praia?
DR - A nossa presença em Portugal, justifica-se numa altura onde a procura é mais forte de que a oferta. Ofertas são muitas, mas nós oferecemos mais qualidade, mais eficiência e um serviço personalizado. Depois de termos feito uma pequena sondagem, principalmente junto da nossa comunidade lá radicada e na maioria na linha de Sintra, decidimos aventurar mais uma vez e levar a nossa presença, os nossos serviços e fazer com que realmente sentem mais perto de Cabo Verde, porque a Cabolux continua sendo a maior ponte de ligação dos cabo-verdianos na Europa com a nossa Terra Natal. Na Praia para completar o nosso serviço personalizado e servir de apoio aos futuros projectos que já temos em forja.
RA - Que problemas tem tido em Lisboa e na Praia?
DR - Como é óbvio, a empresa vai crescendo e com ela junto o bom e o mau. O bom é que a nossa presença marcante torna cada vez mais forte e o mau são as consequências, entre os quais a crise mundial que nos assola neste momento. Tal como em Lisboa, na Praia deparamos com muita burocracia. Coisas que pensamos que no mundo actual já não existiam. Mas infelizmente, estes e outros factores de natureza humana continuam prejudicando imensamente no desenvolvimento sustentado destas ilhas.
RA - A crise económica mundial afectou muito as empresas que se dedicam ao vosso ramo de actividade. No caso da empresa que dirige como sentiram essa crise?
DR - A crise veio sem ser convidada, chegou, entrou e não quer ir embora. A crise afectou-nos como qualquer outra empresa, principalmente na área de transporte, não só de cargas como de passageiros. No entanto nós não estivemos parados. Tanto mais que, mesmo com esta crise, abrimos mais duas agências, uma em Lisboa e outra na Praia. Foi mais uma vitória para a Cabolux!
RA - O que fizeram para sair dela?
DR - Friamente estudamos e analisamos a melhor forma de sobreviver. Investimos no sector informático de forma a diminuir custos e oferecer mais, melhor e barato para os nossos clientes. É uma situação bastante preocupante. Por exemplos os nossos políticos não estão muito a ajudar na solução desta crise. Pessoas continuam discutindo futilidades e prejudicando uma sociedade toda. Veja só o caso da Holanda, o que aconteceu só por causa de uma presença militar no Afeganistão! Como é possível. Enquanto isso milhares de pessoas continuam perdendo o emprego, outros tantos continuam desempregados, a fome alastra cada vez mais e aqueles que procuram ajudar, são-lhes oferecidos barreiras e burocracias.
RA - Sabemos também que em Cabo-Verde a Cabolux está associada a outras empresas do ramo. Fale-nos um pouco do porquê dessa associação?
DR - Isso. Desde Outubro de 2008, a Cabolux passou a ser membro da Aliança Krioula, o primeiro Operador Turístico Cabo-verdiano da sua classe. Essas empresas todas ligadas ao sector de viagens e turismo, juntaram as suas experiências e Know how. Já estivemos pela segunda vez na feira de turismo aqui na Holanda, Lisboa e Inglaterra, Espanha e pensamos ir também para a feira de turismo na Alemanha.
A nossa presença nestas feiras tem como finalidade oferecer aos visitantes, a beleza pura (por enquanto) de Cabo Verde, a sua cultura e morabeza. Nós não vendemos Cabo Verde e nem exploramos os que lá estão: os Cabo-verdianos! O nosso interesse é divulgar cá fora o que de bom temos para oferecer as pessoas. E nós, Aliança Krioula, mais do que ninguém, temos a capacidade de organizar feiras de turismo nacional e internacional, palestras, degustações, cruzeiros etc. etc. Estamos muito bem apetrechados para trabalharmos com todo o profissionalismo que esta área exige.
RA - A CABOLUX esteve presente na feira do turismo que decorreu recentemente na cidade holandesa de Utrecht. Qual a importância da vossa Participação na referida Feira?
DR - A nossa presença junto da Aliança Krioula, vai reforçar mais uma vez a nossa entidade cultural aqui na Holanda. E mais uma vez levamos os nossos visitantes a escolherem pela Morabeza de Cabo Verde e da sua gente e não pelos hotéis que nem sequer são nossos. Não é por nada que no nosso stand, para além da cachupa abundou muito ponche de mel, de mancarra, de leite, de groselha, de tambarina, grogue e muita música, onde fomos classificados de ter a melhor música da feira de 2010. Mais uma vez nós fizemos com que Cabo verde apesar das nossas insuficiências, ultrapassou as barreiras e fizemos todos os presentes (principalmente da Arménia) dançarem as nossas músicas ao som do grupo Tabanka (bsôt é bom d más) e do Tote de Zabelinha e seus colegas músicos.
A estes músicos que fizerem vibrar centenas de pessoas que por nós passaram, UMA NOTA DEZ porque não há mais alto. Um obrigado em nome da Cabolux, da Aliança Krioula, dos Tacv, do Barracuda e por fim da CI.
RA - Houve mais empresas cabo-verdianas participando na feira de turismo de Utrecht?
DR - Infelizmente éramos os únicos a promover Cabo Verde. Houve também um outro grupo a promover o turismo para as ilhas do Sal e Boavista na Holanda, o grupo TUI, com os seus voos directos e somente para estas duas ilhas, onde eles têm hotéis próprios para exploração.
RA - A Cabo Verde Investimentos tem como papel promover Cabo Verde fora do País. Como empresário tem ideia que essa promoção está a ser bem feita?
DR - Não. Sinceramente que não. Se cabe ou não realmente a CI fazer esse trabalho é uma pergunta que fica no ar. A CI sempre que pode e quiser apoia. Só que muitas vezes é tardio demais e que acaba por agravar as coisas. Isso tudo por factores de vária ordem, por exemplo meios financeiros e humanos. Mas é por isso que a Aliança Krioula passou a existir. Uma Organização que não é estatal (e que até então não teve nenhum apoio nem atenção especial por parte do Governo de cabo Verde) e que não se pode comparar com operadores estrangeiros que usam Cabo verde só e puramente para enriquecerem. Precisamos de um Ministério de Turismo virado para Cabo verde com o único objectivo de OFERECER Cabo Verde.
RA - Já agora qual é a sua opinião sobre o turismo praticado em cabo verde?
DR - O que está sendo praticado em Cabo Verde é um suicídio! Cabo Verde não está a ganhar com esse tipo de turismo. Eu falo em nome pessoal. E o medo que nós tínhamos há já alguns anos atrás, está a acontecer: o nosso turismo é o do Algarve em Portugal é o de Canárias. A terra fica rica em hotéis, bares, restaurantes e discotecas estrangeiras e povo paga por isso. Sim digo pagar, porque o nível de vida sobe de tal forma, que é o consumidor nacional quem vai pagar.
Estamos ainda a tempo de reaver as coisas e por um ponto final nas decisões que o nosso governo vem tomando em relação aos investimentos e a modalidade de turismo praticados. Queremos um turismo como oferta e não como venda! Deixemos que os turistas fiquem somente no Sal e Boavista e que os nossos convidados visitem as outras ilhas. Porque temos muito para mostrar e oferecer de forma condigna e à moda Cabo-verdiana.
RA - Que balanço faz da feira se comparar com a do ano passado?
DR - Este ano em termos de contactos directos para cabo Verde, foi de longe melhor que o ano passado. As pessoas este ano procuraram Cabo Verde. E lá estávamos nós com toda a nossa pomposidade oferecendo o bom de Cabo verde. As pessoas já começaram a descobrir o nosso país como destino por excelência para a prática do turismo. Agora, resta Cabo verde e a quem de direito dar uma melhor atenção para este mercado desta zona norte da Europa. Os europeus desta zona abrangendo os países nórdicos, são pessoas que vivem para viajar.
RÁDIO ATLÂNTICO-Por Norberto Silva
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