É ou não é a primeira "sex shop online" para consumidores muçulmanos? "El Asira" foi anunciada como tal, mas ficou "off" pouco tempo depois do seu lançamento... e ainda hoje, passada pouco mais de uma semana, não se consegue aceder ao "site" com sede em Amesterdão.
Quem lá conseguiu ir espreitar viu duas portas de entrada, uma para mulheres e outra para homens. Viu cremes estimulantes, lubrificantes, geles para massagens e pílulas afrodisíacas, mas nada de vibradores e revistas ou vídeos pornográficos. Isto é o que conta "20minutes.fr" sobre o "site" lançado no dia 21 de Março com o "slogan": "A primeira loja 'online' de artigos sexuais e produtos afins".
"Nos primeiros quatro dias, recebemos 70 mil visitas visites", disse à AFP Abdelaziz Aouragh, adiantando que o "El Asira" é o primeiro "site" do género e pretende "ajudar os casados a melhorar a sua saúde sexual". Mas só vende produtos Halal, isto é, autorizados pela lei islâmica.
Abdelaziz Aouragh, de 29 anos, holandês e muçulmano, é um dos proprietários desta loja internética. O outro é Stefan Delsink, da mesma idade e autor do design do "site" erótico, uma tarefa dificultada pelo facto do Islão não permitir imagens de homens e mulheres, conta o jornal holandês NRC.
Foi Stefan Delsink, que tem um ateliê de design com o irmão, quem desafiou o controlador de passageiros no aeroporto de Schiphol a meter-se neste negócio pouco "ortodoxo" tendo em conta a religião do desafiado.
Abdelaziz Aourragh sabia que são escassos os produtos sexuais direccionados para os muçulmanos e que quando alguém regressa do Médio Oriente costuma trazê-los, sobretudo para os casais mais jovens. Mas teve algumas dúvidas em entrar num negócio que lhe era estranho e que o Islão pega com pinças, por isso, foi consultar um imã. E ficou descansado.
Boularia Houari, imã em Amesterdão, não só lhe disse que o preservativo era aceite como adiantou ser melhor do que o método do coito interrompido: "O preservativo é o melhor para obter o máximo de prazer, porque o pénis não é retirado quando se atinge o orgasmo. No Islão, é importante que tanto homens como mulheres atinjam o orgasmo. Se uma mulher não está satisfeita, vai usar métodos impuros como a masturbação ou os vibradores".
Mas afinal o "EL Asira" será apenas um produto de marketing? O blogue "Al Kanz", que se destina ao aconselhamento dos consumidores muçulmanos, depois de alertado pelas notícias sobre a abertura da "primeira sex-shop islâmica" e "sex shop Halal", foi lá ver e concluiu: "Como esperado, 'El Asira' não é uma 'sex shop'. Nada de coisas grosseiras nem miseráveis. Apenas alguns produtos para o conforto."
"O Profeta Maomé respondeu a muitas perguntas sobre a sexualidade", lembra o imã Abdul Jabbar, citado pelo "20minutes.fr" e para quem "não há necessidade de criar um problema", já que o 'site' "não vende brinquedos sexuais ou coisas do género, limita-se aos cremes e óleos destinados a melhorar a vida dos cônjuges".
Anabela Natário (www.expresso.pt)
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