PRAIA-O presidente do MpD defendeu hoje acreditar na alternância democrática que tem reinado em Cabo Verde, frisou que quer vencer as legislativas de 2011 e garantiu que não será candidato às presidenciais.
Numa entrevista à Agência Lusa, por ocasião do 20.º aniversário da fundação do Movimento para a Democracia (MpD, oposição cabo-verdiana), a celebrar sábado e domingo, Carlos Veiga defendeu que o eleitorado de Cabo Verde “está ciente da necessidade de mudança” nas legislativas do início do próximo ano.
“O eleitorado está cansado da arrogância do PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), tal como esteve cansado da nossa arrogância e erros quando perdemos as eleições de 2001, após 10 anos de Governo (1991/2001)”, afirmou.
Para Carlos Veiga, ainda existem “algumas diferenças ideológicas” entre PAICV e MpD, defendendo que o partido que lidera “está mais preocupado com a pessoa e com o desenvolvimento do país”, ao contrário da força política no poder, liderada por José Maria Neves, “cujo Governo se tem desdobrado em empréstimos, endividando o país”.
“Somos um partido que tem grandes preocupações sociais e que tem uma visão de desenvolvimento centrada na pessoa e na atração do investimento para gerar riqueza dentro do país. Não perseguimos uma política de endividamento”, sublinhou.
Carlos Veiga foi presidente do MpD entre 1990 e 2000 e primeiro-ministro entre 1991 e 2000, abandonando ambos os cargos para se candidatar às presidenciais de 2001, que viria a perder para Pedro Pires, que o venceria também nas de 2006.
Afastado da vida política ativa desde então, dedicando-se à advocacia, Carlos Veiga regressou à liderança do MpD em meados de 2009, garantindo então, tal como hoje na entrevista à Lusa, que não será candidato às presidenciais de 2011.
“Regressei à liderança do MpD com o propósito de governar o país. Se perder (as eleições), farei oposição no Parlamento, como deputado, e serei, dentro do partido, aquilo que os militantes quiserem. Está fora de causa uma candidatura”, afirmou.
Ainda sobre o “dossier” presidenciais, cujas eleições deverão ocorrer em outubro de 2011, Carlos Veiga adiantou que o MpD só decidirá quem apoiará “depois das legislativas”, pelo que é ainda cedo para se pronunciar sobre as intenções publicamente manifestadas por três personalidades partidárias.
Jorge Carlos Fonseca, candidato presidencial em 2001 e constitucionalista, Isaura Gomes, presidente da Câmara de São Vicente, e Amílcar Spencer Lopes, antigo presidente da Assembleia Nacional (AN), já admitiram essa mesma intenção.
Só em fevereiro deste ano, na sequência da Revisão Constitucional aprovada pelo PAICV e MpD, é que se ficou a conhecer a separação, em pelo menos seis meses, das legislativas e presidenciais, uma vez que, no passado, as segundas realizavam-se cerca de um mês depois das primeiras.
O MpD celebra sábado, na Cidade da Praia, e domingo, em São Vicente, o 20.º aniversário da fundação do partido - 14 de março de 1990.
LUSA.PT
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