LUANDA-Angola quer aproximar-se da Commonwealth, de onde tem recebido pedidos de informação de empresas com o conhecimento desactualizado do país e às vezes ainda relacionado com a guerra civil que terminou em 2002.
O presidente da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP) angolana, Aguinaldo Jaime, revelou hoje à agência Lusa que "a informação que é muitas vezes difundida sobre Angola ou está completamente ultrapassada - pertence ao passado, nomeadamente dos tempos em que ainda estávamos em guerra -, ou é uma informação que não é muito correcta".
Foi com o objectivo de clarificar eventuais dúvidas que hoje participou no Fórum de Negócios Africa G8, organizado em Londres pelo Conselho de Negócios da Commonwealth, organização onde existem potenciais investidores.
"Há vários pedidos de empresas que estão sedeadas em Londres de informação sobre o ambiente de negócios em Angola, a estratégia do Governo, as oportunidades que existem neste momento no mercado angolano", afirmou.
Angola foi tema de uma sessão especial à tarde com o presidente da ANIP e o vice-ministro dos Petróleos angolano, Aníbal Silva, mas mesmo antes já era visível o interesse no mercado angolano.
Um dos painéis em que Aguinaldo Jaime participou na parte da manhã terminou com uma hora de atraso devido ao número de perguntas que lhe foram dirigidas. "É possível ver o interesse que o mercado angolano está a despertar em muitas empresas que têm várias perguntas a fazer sobre a economia, o quadro regulador, os incentivos, as dificuldades e as vantagens", constatou. Disse ter recebido pedidos de informação de investidores das áreas das infra-estruturas, nomeadamente relacionada com o saneamento básico e construção, em particular no domínio da habitação social. "Há aqui várias empresas que querem participar no projecto do Governo de um milhão de casas que têm tecnologias de construção rápida, barata e também segura", afirmou.
Revelou ainda o interesse de instituições financeiras como bancos e fundos privados que querem estabelecer-se em Angola. A ANIP apresentou-se com a estratégia de captar investimentos "fora do sector mineral para criar empregos e não tornar a nossa economia tão dependente de apenas uma matéria-prima", vincou o presidente.
Mas o petróleo continua a atrair a atenção de investidores, adiantou o vice-ministro dos Petróleos. "Há muita gente interessada no gás", vincou, referindo o projecto Angola LNG, relacionado com gás natural, "em curso bastante avançado".
Aníbal Silva admitiu que os concursos para exploração e produção foram atrasados devido à crise financeira do ano passado e à queda do preço do petróleo. Porém manifestou confiança em desenvolvimentos "no próximo ano".
O Fórum de Negócios Africa G8, em que participaram delegações de países africanos, empresas e outras organizações, decorreu entre segunda-feira e hoje e teve como tema as "Novas Perspectivas para África após a Crise Financeira".
OJE/LUSA
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