"Conseguimos um acordo ao mais alto nível para que não exista mais violência", afirmou o chefe de Estado, de 86 anos, no lançamento da reforma constitucional, perante os deputados do seu partido, a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (Zanu-PF), e do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), de Tsvangirai.
O desenvolvimento de uma nova Constituição foi um dos pontos negociados pelos dois partidos em Fevereiro de 2009, altura em que acordaram a criação de um governo de união nacional.
Mugabe afirmou que o processo deve ser conduzido pelas duas partes até ao final, sublinhando a "soberania" do Estado zimbabueano.
"Vamos permitir à população discutir a natureza do governo que ela apoia. Devemos também observar as práticas desenvolvidas em outros lugares e deixar as pessoas fazerem a sua escolha", acrescentou.
Deputados, representantes políticos e outros grupos de interesse vão ouvir no próximo fim-de-semana os pontos de vista da população sobre o projecto da Constituição.
"O mundo está a observar o processo e o conteúdo, até ao projeto final", sublinhou Tsvangirai.
"Ao povo do Zimbabué, eu digo que é hora de determinar a natureza da nossa nova Constituição", acrescentou.
O primeiro-ministro incentivou ainda os zimbabueanos "a resistir a qualquer intimidação" que pretenda influenciar o processo.
"A nação não vai esquecer aqueles que tentem interromper o processo", concluiu.
Entretanto, Morgan Tsvangirai substituiu quatro ministros do Executivo de união, todos elementos do partido MDC, depois de uma análise de desempenho.
Entre os visados está o ministro da Energia, Elias Mudzuri, por não cumprir a promessa que o Zimbabué teria um fornecimento ininterrupto de electricidade durante o Campeonato Mundial de Futebol, a decorrer na África do Sul.
OJE/LUSA
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