A eleição da nova Comissão da CEDEAO vai centrar "as muitas discussões" da cimeira extraordinária da organização oeste-africana, que decorre a 2 de Julho na ilha cabo-verdiana do Sal, disse hoje o chefe da diplomacia de Cabo Verde.
José Brito nada adiantou sobre quais as pretensões de Cabo Verde, limitando-se a indicar que a cimeira de chefes de Estado e de governo dos "15" vai eleger a nova presidência, a vice-presidência e os comissários da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em declarações à Agência Lusa.
"É uma cimeira que vai discutir justamente a eleição dos novos órgãos, a presidência, vice-presidência e comissários. Vai haver muita discussão", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano.
Numa intervenção na 37.ª Conferência de Chefes de Estado e de governo da CEDEAO, que decorreu em Abuja a 19 de Fevereiro último, o presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, manifestou a vontade de Cabo Verde de assegurar a vice-presidência da Comissão da CEDEAO ou, pelo menos, contar com um comissário.
A presidência e vice-presidência da CEDEAO são ocupadas pelo Gana. No entanto, Mohamed Ibn Chambas já deixou as funções de presidente da Comissão para seguir para Bruxelas, onde assumiu o cargo de secretário-geral do Grupo ACP (África, Caraíbas e Pacífico).
O Gana exigiu o cumprimento total do mandato de quatro anos, decidido em 2006, pelo que só em Janeiro de 2011 a nova comissão entrará em funções.
A Lusa sabe que o processo de nomeação ligado ao regulamento interno da CEDEAO obriga a que Cabo Verde tenha de apresentar três nomes para a vice-presidência.
Um deles é Fernando Wahnon Ferreira, ex-embaixador de Cabo Verde em Bruxelas e candidato derrotado por Chambas na corrida à liderança do Grupo ACP.
Para a presidência da CEDEAO, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, manterá o cargo até ao final deste ano, embora se perfilem já duas candidaturas para a sucessão: os chefes de Estado do Burkina Faso e do Senegal.
Hoje, José Brito nada avançou sobre o processo.
Sobre os restantes temas da cimeira, o chefe da diplomacia cabo-verdiana adiantou que os participantes vão debater o combate ao narcotráfico e à criminalidade que lhe está subjacente, bem como as questões da paz e segurança na sub-região, nomeadamente a aposta na resolução de alguns conflitos, caso da Guiné-Bissau.
Como melhorar o funcionamento da organização oeste-africana é outro dos temas a abordar na Cimeira, que antecede uma outra, inédita, a 3 de Julho, entre a CEDEAO e o Brasil, que contará também com o presidente brasileiro, Lula da Silva.
A CEDEAO, criada em 1975, conta com 15 países: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
OJE/LUSA
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