LISBOA-Manuel Inocêncio Sousa, Ministro do Estado e dos Transportes e Infra-estruturas, defendeu ontem em Lisboa que o próximo Presidente de Cabo Verde deve exercer de forma “mais activa” a sua magistratura de influência, estimulando a diáspora no desenvolvimento nacional. O político, disponível para uma candidatura presidencial, falava num colóquio na Reitoria da Universidade de Lisboa sobre “Cabo Verde em Vésperas de Eleições: Balanços e Desafios”, como orador convidado. Considerou que o debate actual tem mais a ver com a ideia de “consolidação de um nação global” e que o PR deve “ter uma agenda”.
Aquele potencial candidato às presidenciais de 2011 fez uma síntese sobre o desenvolvimento de Cabo Verde, num percurso que, disse, “podemos considerar-nos vencedores”. A seu ver, os dois objectivos futuros são o combate ao desemprego e à pobreza. Sobre a presença de Cabo Verde na CEDEAO admitiu que ela não está ainda “totalmente consensualizada”.
Entre os oradores, destacou-se Eduardo Vera-Cruz Pinto, professor e director da faculdade de Direito de Lisboa, que ao abordar os poderes presidenciais previstos na Constituição referiu que um PR “tem de saber superar as entropias” e, sendo constantemente pressionado pelo jogo político, muitas vezes pelo partido que o apoiou, “tem de saber sair desse jogo, pois quando passa a ser um deles, deixa de ser presidente”.
Várias outras vozes se fizeram-se ouvir durante o encontro que se revelou arrastado, diante da quantidade de oradores. Rolando Borges, jovem de sucesso em Portugal, dirigente associativo, criticou a elite cabo-verdiana, considerando que ao longo dos seus 35 anos, nunca viu nenhum deles, nos bairros, a fazer pedagogia para que os pais não negligenciem a cultura e a educação dos filhos. Criticou o facto de Cabo Verde “desperdiçar o potencial” que tem fora do país, facto que tem dificuldade em explicar aos outros, quando é confrontado com a maior parte da população nacional no exterior.
OL
http://asemana.sapo.cv/spip.php?article53947&ak=1
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