A Comissão Política Especial do MpD de Lisboa, pelo seu Núcleo do Vale da Amoreira esteve reunida no passado domingo, no Centro Multiusos daquela freguesia, com apoiantes e militantes do partido, tendo sido o ponto alto do encontro, a entrega do cartão de militante a cerca de 70 novos militantes.
Com a entrega deste cartão "estamos a reforçar a dinâmica no exercício da militância activa", disse Juvenal Amarante, responsável pelo Núcleo do MpD do Vale da Amoreira, explicando que, por outro lado, "o cartão é apenas um simbolismo, porque a militância e a participação em si é que interessam, desse modo, queremos militantes activos que possam ser uma extensão do partido nos seus locais de trabalho, no bairro onde residem, nos círculos de amizade e em casa".
"Nunca em 10 anos se trabalhou tanto para termos um número tão expressivo de militantes em Portugal. Em menos de um ano chegámos ao número de 1600 militantes, os resultados agora obtidos são fruto de um trabalho conjunto", salientou o responsável.
A meta que é vencer as eleições em 2011 não sai da cabeça dos dirigentes ventoinha em Portugal, "mas essa vontade não ilude na hora de agregar e construir uma verdadeira alternativa", exprimiu Juvenal Amarante, que lembrou que "este ano comemoram-se 20 anos de Democracia, 35 anos de independência Nacional e 550 anos de descobrimentos, por isso, é de extrema importância ver todo este povo unido em torno de um fim comum".
Augusto Santos, um dos novos militantes a receber o cartão, questionado do porquê desta filiação, respondeu peremptoriamente: "o MpD é o partido que associarei sempre à implementação da democracia em Cabo Verde. Em Portugal tem feito um extraordinário trabalho de auscultação e agregação da comunidade cabo-verdiana, por estes motivos, a minha simpatia teria de se traduzir numa militância participativa".
Já Eléutério Silva prefere justificar a sua militância como "um recordar da terra e a mobilização da comunidade em Portugal para um fim comum".
No final da entrega dos cartões teve lugar um debate sobre o exercício da militância. O tema foi considerado "bastante oportuno", pelo facto de se querer introduzir "uma nova dinâmica no exercício da militância, com militantes mais activos, mais interventivos, mais participativos e mais engajados com as causas defendidas pelo partido.
A pertinência deste tema, também, se impunha pelo facto de nos últimos tempos terem aderido muitos, novos, militantes ao partido e pretende-se que estes, logo à partida, tenham uma nova atitude e ponham em prática uma nova forma de exercer a sua militância", esclareceu Juvenal Amarante.
O MpD-Portugal entende que "este novo paradigma de militância trará ganhos para o partido e o colocará mais próximo dos seus objectivos, porque essencialmente o que se quer, é criar um conceito de família-MpD aqui em Portugal, em que os militantes vivam constantemente o partido e sejam extensão e veículo das mensagens do partido junto dos seus colegas de trabalho e dos vizinhos nos seus bairros", explicou o dirigente.
Para isso, entende-se que "é preciso de parte a parte haver vontades claras no sentido de dar passos para tornar o MpD maior e mais dinâmico".
Juvenal Amarante esquematizou a dualidade de necessidades: "da parte do partido é preciso, por exemplo, formar e informar os seus militantes, delegar e envolvê-los na execução de trabalhos partidários, criar fóruns de debate e discussão, dando oportunidades aos militantes de interagirem entre eles e entre estes e o partido e poderem trazer ideias e contribuições que possam melhorar o funcionamento do partido, tornando-o mais eficiente e eficaz; da parte dos militantes espera-se disponibilidade e entrega para participarem activamente na vida do partido (reuniões, eventos, campanhas eleições, etc.), pretende-se que sejam a alma do partido, que estejam despertos, que ajudem o partido nesta árdua tarefa de divulgação de uma política alternativa do actual governo".
No final do debate sobre o exercício da militância, foi dada a oportunidade aos presentes para exporem as suas preocupações sobre os problemas de Cabo Verde. Foram apresentadas e debatidas questões relacionadas com "a gritante falta de segurança em Cabo Verde", a "política errónea" no que concerne à juventude, o desemprego, que "no seio da juventude atinge valores preocupantes", o financiamento e acesso ao ensino superior dos filhos de emigrantes, os moldes que Cabo Verde poderá participar para se encontrar soluções que possam minimizar a criminalidade no seio da comunidade emigrante, o abandono escolar por parte dos filhos dos emigrantes, que atinge valores "bastante preocupantes", por fim foi trazido a debate a "burocracia excessiva que muitas vezes impede o emigrante de tratar de assuntos do seu interesse em Cabo Verde".
O encontro no Vale da Amoreira, foi considerado, por si só, uma vitória dos ventoinhas, em Portugal. O bairro onde decorreu esta reunião é conhecido, por todos, pelos problemas sociais em que está mergulhado. No entanto, foi capaz de demonstrar que poderá ser um núcleo decisivo nas eleições de 2011, pela sua capacidade de mobilização.
No final do encontro aproveitou-se para dar alguns esclarecimentos acerca do recenseamento que decorrerá a partir de Julho. Os dirigentes que estiveram presentes fizeram questão de salientar a importância deste acto para o país. Depois do encontro, o grupo reuniu e definiu os novos responsáveis pelos núcleos do MpD naquela zona.
JPC-Expresso das Ilhas
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