terça-feira, 29 de junho de 2010

HOLANDA:Inteligência holandesa alerta para estudantes espiões

HAIA-A prisão de um grupo de espiões russos pelas autoridades dos Estados Unidos mostra que os serviços de inteligência ao redor do mundo estão mais activos que nunca, diz um especialista holandês. A notícia veio no mesmo momento em que o serviço de inteligência holandês, AIVD, alerta para a infiltração de agentes secretos estrangeiros em universidades na Holanda.
Os dez russos foram apanhados por agentes do FBI que os monitorizavam há mais de uma década. Os chamados suspeitos ‘deep cover’ tinham adoptado identidades americanas falsas para se misturar à comunidade – alguns deles já viviam nos Estados Unidos por mais de 20 anos.
Deep Cover
Embora soe como a trama de um filme de James Bond, este tipo de actividade está acontecendo em todo o mundo, segundo o professor Ben de Jong, um especialista em serviço secreto russo:
“A espionagem, em geral, nunca acabou com o fim da Guerra Fria. Há muitos exemplos, muitos casos ocorridos entre Oriente e Ocidente, entre Estados Unidos e Rússia, depois de 1991. A única coisa é que os russos, e também a União Soviética, tinham esta tradição particular de trabalhar com agentes de inteligência ‘ilegais’ – eles mesmos definem-se como ‘ilegais’ -, com este tipo de ‘disfarce profundo’. Eles gastam muito tempo e energia preparando seu pessoal de inteligência para estas missões.”
O professor De Jong diz que pode-se traçar paralelos com o tipo de espiões que o serviço de inteligência holandês diz estar trabalhando a partir de universidades na Holanda: ambos usam como táctica se embrenhar profundamente no novo país. Mas os espiões russos também fingiam ser cidadãos norte-americanos.
Estudantes espiões
A AIVD pediu às universidades para serem vigilantes com pessoas que se fazem passar por estudantes e que trabalham para governos estrangeiros que têm interesse em tecnologia holandesa.
No ano passado, alguns estudantes iranianos tiveram vistos negados por causa de temores de que estariam interessados em colectar informação que poderia ser usada para o controverso programa nuclear de Teerão.
“Uma das maneiras que os serviços de inteligência estrangeiros têm de conseguir informação, especialmente na área técnica, é fazer seus próprios jovens passar por exilados, em alguns casos, indo para o exterior, inscrevendo-se em universidades estrangeiras, quando na verdade ainda mantêm contacto com os serviços de inteligência em seu país de origem. Estas práticas são muito antigas”, diz Ben de Jong.
RNW-Por Marijke Peters (Foto: Wikimedia Commons)

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