Quarenta e um candidatos concorrem nas eleições presidenciais no Afeganistão, marcadas para a próxima quinta-feira, 20 de agosto.
Os perfis dos presidenciáveis variam bastante. Há desde desconhecidos, passando por simpatizantes do Talebã, até comunistas.
Conheça abaixo os principais nomes na disputa.
Hamid Karzai
O atual presidente, favorito nestas eleições, assumiu o governo interino do país após a invasão comandada pelos Estados Unidos que derrubou o Talebã, em 2001.
Karzai venceu as eleições de 2004 com 55% dos votos, quase 40% a mais do que o segundo colocado.
Na atual campanha, Karzai tenta conquistar o voto de oponentes em potencial e eleitores de grupos étnicos distintos.
Ele diz que quer fazer mais nas áreas social e econômica e que deseja preservar e ampliar as conquistas no terreno dos direitos humanos.
Karzai defende a presença de tropas internacionais no Afeganistão, mas é crítico dos ataques aéreos que vêm causando um grande número de vítimas entre civis.
Abdullah Abdullah
Abdullah Abdullah é o único dos candidatos principais que não disputa as eleições como independente. Ele compete pela aliança de oposição Frente Nacional Unida.
Ele foi o ministro das Relações Internacionais no governo Karzai até 2006 e um dos maiores nomes da resistência às forças da União Soviética no Afeganistão, entre 1979 e 1989.
O combate à corrupção está entre suas promessas de campanha, assim como derrotar a insurgência com o apoio das tropas internacionais.
Abdullah diz estar disposto a negociar com o Talebã ou qualquer outro grupo que queira abandonar as armas.
Mas a oferta não se aplica ao líder do Talebã, mulá Omar, ou Gulbuddin Hekmatyar, chefe do grupo insurgente Hezb-e Eslami.
Ashraf Ghani Ahmadzai
Candidato independente, Ghani, de 60 anos, foi conselheiro especial do ex-enviado especial da ONU para o Afeganistão, Lakhdar Brahimi.
Ghani foi o ministro das Finanças entre 2002 e 2004, antes de ocupar a posição de reitor da Universidade de Cabul. Ele é um acadêmico da área de antropologia.
De etnia patã, Ghani estudou nos Estados Unidos. Em sua lista das maiores ameaças ao Afeganistão constam a Al-Qaeda, a produção de ópio, o Talebã, más administrações e corrupção.
Ramazan Bashardost
De etnia hazará, Bashardost é um parlamentar independente que conta com certo apoio popular, com uma retórica de defesa dos pobres.
Ele buscou refúgio no Irã em 1978 e se mudou depois para o Paquistão, antes de estudar diplomacia na França.
Em 2004 ocupou por alguns meses a pasta do planejamento, mas se demitiu frente à incapacidade do governo de agir contra ONGs que seu ministério havia colocado na ilegalidade.
Esta postura lhe rendeu popularidade em Cabul, e Bashardost foi eleito nas eleições parlamentares do ano seguinte.
Abdul Jabar Sabit
Sabit já foi conselheiro do governo afegão para assuntos legais e tem fama de ter ligações com o ex-primeiro-ministro Gulbuddin Hekmatyar (1993-1994).
Quando integrava o governo, ele tentou proibir a venda de álcool e ordenou operações policiais contra restaurantes e casas de prostituição chinesas de Cabul. Sabit afirmava estar engajado em uma guerra santa contra a corrupção.
Seu relacionamento com Karzai foi afetado após Sabit ter sido acusado de chantagem. O governo o proibiu de viajar.
Mullah Rocketi
Seu nome pode ser traduzido como “destruidor de tanques”, um apelido conquistado por causa de sua habilidade no uso de foguetes lançadores de granadas contra tanques soviéticos.
Durante o governo do Talebã entre 1996 e 2001, Mullah Rocketi atuou na cidade de Jalalabad, perto do Paquistão. Suas posições contrárias à presença de árabes ou da Al-Qaeda no Afeganistão podem explicar porque ele nunca subiu na hierarquia talebã.
Brevemente detido após a invasão americana, ele é atualmente parlamentar pela província de Zabul.
Mirwais Yasini
Um crítico aberto das políticas americanas no Afeganistão, Yasini é o presidente da câmara baixa do parlamento do país. Ele foi também um opositor do domínio soviético e do governo do Talebã.
Após a queda do grupo em 2001, ele atuou como ministro das Finanças e como responsável pelo combate à produção de ópio.
Shahnawaz Tanai
O general Tanai foi o chefe do Exército durante a invasão soviética. Após uma tentativa de golpe contra o presidente Mohammad Najibullah (1987-1992), refugiou-se no Paquistão.
Ele defende uma maior participação de membros da etnia patã, antigos líderes rebeldes e partidos religiosos no governo.
Mulheres
Depois de anos de repressão de seus direitos, quando a milícia Talebã dominava a maior parte do país (1996-2001), as mulheres estão sendo representadas por duas candidatas que concorrem à Presidência do Afeganistão.
Uma das candidatas, Frozan Fana, teve que enfrentar críticas de conservadores islâmicos por usar fotos suas na campanha eleitoral.
Fana diz que deseja criar mais empregos para mulheres.
A outra candidata, Shahla Atta, também se diz uma defensora dos direitos das mulheres. Seu slogan de campanha foi “as mulheres representam metade da sociedade”.
Além delas, entre os mais de 3 mil candidatos a posições em conselhos regionais, 328 são mulheres
BBC BRASIL
Os perfis dos presidenciáveis variam bastante. Há desde desconhecidos, passando por simpatizantes do Talebã, até comunistas.
Conheça abaixo os principais nomes na disputa.
Hamid Karzai
O atual presidente, favorito nestas eleições, assumiu o governo interino do país após a invasão comandada pelos Estados Unidos que derrubou o Talebã, em 2001.
Karzai venceu as eleições de 2004 com 55% dos votos, quase 40% a mais do que o segundo colocado.
Na atual campanha, Karzai tenta conquistar o voto de oponentes em potencial e eleitores de grupos étnicos distintos.
Ele diz que quer fazer mais nas áreas social e econômica e que deseja preservar e ampliar as conquistas no terreno dos direitos humanos.
Karzai defende a presença de tropas internacionais no Afeganistão, mas é crítico dos ataques aéreos que vêm causando um grande número de vítimas entre civis.
Abdullah Abdullah
Abdullah Abdullah é o único dos candidatos principais que não disputa as eleições como independente. Ele compete pela aliança de oposição Frente Nacional Unida.
Ele foi o ministro das Relações Internacionais no governo Karzai até 2006 e um dos maiores nomes da resistência às forças da União Soviética no Afeganistão, entre 1979 e 1989.
O combate à corrupção está entre suas promessas de campanha, assim como derrotar a insurgência com o apoio das tropas internacionais.
Abdullah diz estar disposto a negociar com o Talebã ou qualquer outro grupo que queira abandonar as armas.
Mas a oferta não se aplica ao líder do Talebã, mulá Omar, ou Gulbuddin Hekmatyar, chefe do grupo insurgente Hezb-e Eslami.
Ashraf Ghani Ahmadzai
Candidato independente, Ghani, de 60 anos, foi conselheiro especial do ex-enviado especial da ONU para o Afeganistão, Lakhdar Brahimi.
Ghani foi o ministro das Finanças entre 2002 e 2004, antes de ocupar a posição de reitor da Universidade de Cabul. Ele é um acadêmico da área de antropologia.
De etnia patã, Ghani estudou nos Estados Unidos. Em sua lista das maiores ameaças ao Afeganistão constam a Al-Qaeda, a produção de ópio, o Talebã, más administrações e corrupção.
Ramazan Bashardost
De etnia hazará, Bashardost é um parlamentar independente que conta com certo apoio popular, com uma retórica de defesa dos pobres.
Ele buscou refúgio no Irã em 1978 e se mudou depois para o Paquistão, antes de estudar diplomacia na França.
Em 2004 ocupou por alguns meses a pasta do planejamento, mas se demitiu frente à incapacidade do governo de agir contra ONGs que seu ministério havia colocado na ilegalidade.
Esta postura lhe rendeu popularidade em Cabul, e Bashardost foi eleito nas eleições parlamentares do ano seguinte.
Abdul Jabar Sabit
Sabit já foi conselheiro do governo afegão para assuntos legais e tem fama de ter ligações com o ex-primeiro-ministro Gulbuddin Hekmatyar (1993-1994).
Quando integrava o governo, ele tentou proibir a venda de álcool e ordenou operações policiais contra restaurantes e casas de prostituição chinesas de Cabul. Sabit afirmava estar engajado em uma guerra santa contra a corrupção.
Seu relacionamento com Karzai foi afetado após Sabit ter sido acusado de chantagem. O governo o proibiu de viajar.
Mullah Rocketi
Seu nome pode ser traduzido como “destruidor de tanques”, um apelido conquistado por causa de sua habilidade no uso de foguetes lançadores de granadas contra tanques soviéticos.
Durante o governo do Talebã entre 1996 e 2001, Mullah Rocketi atuou na cidade de Jalalabad, perto do Paquistão. Suas posições contrárias à presença de árabes ou da Al-Qaeda no Afeganistão podem explicar porque ele nunca subiu na hierarquia talebã.
Brevemente detido após a invasão americana, ele é atualmente parlamentar pela província de Zabul.
Mirwais Yasini
Um crítico aberto das políticas americanas no Afeganistão, Yasini é o presidente da câmara baixa do parlamento do país. Ele foi também um opositor do domínio soviético e do governo do Talebã.
Após a queda do grupo em 2001, ele atuou como ministro das Finanças e como responsável pelo combate à produção de ópio.
Shahnawaz Tanai
O general Tanai foi o chefe do Exército durante a invasão soviética. Após uma tentativa de golpe contra o presidente Mohammad Najibullah (1987-1992), refugiou-se no Paquistão.
Ele defende uma maior participação de membros da etnia patã, antigos líderes rebeldes e partidos religiosos no governo.
Mulheres
Depois de anos de repressão de seus direitos, quando a milícia Talebã dominava a maior parte do país (1996-2001), as mulheres estão sendo representadas por duas candidatas que concorrem à Presidência do Afeganistão.
Uma das candidatas, Frozan Fana, teve que enfrentar críticas de conservadores islâmicos por usar fotos suas na campanha eleitoral.
Fana diz que deseja criar mais empregos para mulheres.
A outra candidata, Shahla Atta, também se diz uma defensora dos direitos das mulheres. Seu slogan de campanha foi “as mulheres representam metade da sociedade”.
Além delas, entre os mais de 3 mil candidatos a posições em conselhos regionais, 328 são mulheres
BBC BRASIL
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