MINDELO-A “macaca” é uma profissional, veste-se bem; perfumes de marca, telemóvel de última geração, mora num apartamento bem mobilado, é instruída, às vezes, culta, e não anda à procura dos clientes, são estes que a procuram.
A “macaca” nasce com os novos tempos e com a mudança do perfil dos clientes que chegaram na pele de empresários, investidores, narcotraficantes, enfim, gente com dinheiro e com pouco tempo. Ela é o embrião do grande negócio que vai ser o sexo na cidade do Mindelo da explosão imobiliária, dos hotéis de luxo, dos casinos, local escala de narcotraficantes, de gente à procura de diversão exótica, mas muito parecida com a Europa. A “macaca” sabe que está na curva do tempo e que se adoptou ao novo tempo. Vou lhe chamar de Sónia, mas podia ser Joana ou Zulmira. Sónia entra no átrio do hotel. Pára. Olha como se estivesse à procura de alguém. Vários rostos voltam-se para a jovem bonita, bem vestida. Sente-se o seu perfume. È realmente muito bonita. Do fundo do átrio, um homem, estrangeiro, com ar de empresário ou homem de negócios, denunciado pela forma clássica como se veste, pelo relógio de marca, que confere, impacientemente, as horas, o telemóvel de última geração, acena com o braço. Sónia atravessa o átrio enquanto os rostos, deixando um olho a olhar de canto, se viram para TV e para a jogada conduzida por Di Maria, cumprimenta com dois beijinhos. Fala um português correcto. Senta-se. Uma cena cada vez mais banal em determinados locais de São Vicente, em particular, nos hotéis da cidade. Trata-se de um encontro entre uma prostituta e o seu cliente. Mas Sónia não gosta de ser chamada de prostituta: “não me vendo na rua. Não vou com qualquer um. Não ando a engatar na rua. Faço companhia a gente fina, gente com classe. Conversámos e o sexo pode acontecer”. É assim que Sónia descreve a sua actividade. Mas a realidade não é bem assim. Pode ser que, no principio, quando Sónia começou a sair com estrangeiros, pensava encontrar um “príncipe encantado” e se fingia apaixonada e os jantares, as bebidas, os cem euros que lhe deixavam na hora de bai, dificilmente cabiam na categoria de amor ou namoro fugaz. Sónia não queria saber, mas a verdade é que foi esse o início da prostituição. Assim como o é para dezenas de jovens, entre os 13 e 25, que são chamadas de “Macaquinhas”.
A “macaca” nasce com os novos tempos e com a mudança do perfil dos clientes que chegaram na pele de empresários, investidores, narcotraficantes, enfim, gente com dinheiro e com pouco tempo. Ela é o embrião do grande negócio que vai ser o sexo na cidade do Mindelo da explosão imobiliária, dos hotéis de luxo, dos casinos, local escala de narcotraficantes, de gente à procura de diversão exótica, mas muito parecida com a Europa. A “macaca” sabe que está na curva do tempo e que se adoptou ao novo tempo. Vou lhe chamar de Sónia, mas podia ser Joana ou Zulmira. Sónia entra no átrio do hotel. Pára. Olha como se estivesse à procura de alguém. Vários rostos voltam-se para a jovem bonita, bem vestida. Sente-se o seu perfume. È realmente muito bonita. Do fundo do átrio, um homem, estrangeiro, com ar de empresário ou homem de negócios, denunciado pela forma clássica como se veste, pelo relógio de marca, que confere, impacientemente, as horas, o telemóvel de última geração, acena com o braço. Sónia atravessa o átrio enquanto os rostos, deixando um olho a olhar de canto, se viram para TV e para a jogada conduzida por Di Maria, cumprimenta com dois beijinhos. Fala um português correcto. Senta-se. Uma cena cada vez mais banal em determinados locais de São Vicente, em particular, nos hotéis da cidade. Trata-se de um encontro entre uma prostituta e o seu cliente. Mas Sónia não gosta de ser chamada de prostituta: “não me vendo na rua. Não vou com qualquer um. Não ando a engatar na rua. Faço companhia a gente fina, gente com classe. Conversámos e o sexo pode acontecer”. É assim que Sónia descreve a sua actividade. Mas a realidade não é bem assim. Pode ser que, no principio, quando Sónia começou a sair com estrangeiros, pensava encontrar um “príncipe encantado” e se fingia apaixonada e os jantares, as bebidas, os cem euros que lhe deixavam na hora de bai, dificilmente cabiam na categoria de amor ou namoro fugaz. Sónia não queria saber, mas a verdade é que foi esse o início da prostituição. Assim como o é para dezenas de jovens, entre os 13 e 25, que são chamadas de “Macaquinhas”.
Estratos
Hoje, a prostituição, na cidade do Mindelo, está estratificada de acordo com o estatuto da mulher envolvida, de onde opera, de quanto recebe, da sua formação e com quem se prostitui. Sónia está no top da pirâmide: é a chamada Macaca Sénior . O seu aspecto, a sua forma de estar e ser não estão dentro dos parâmetros usados, normalmente, para classificar uma prostituta. A comparação mais próxima é a garota de programa do Brasil. Sónia estudou num instituto superior e terá começado por pedir dinheiro aos homens com quem saia para pagar os estudos. E, cedo, entendeu que uma mulher bonita, que se oferece tem que pagar, tarde ou cedo, pelo dinheiro que, amiúde, pede aos homens com quem sai. Tanto mais que, no início, a relação começava sempre com um pedido de dinheiro: para a mãe doente, para as propinas… Cedo, Sónia entendeu que não podia entregar o seu corpo de borla e, cedo, deixou os jogos de sedução das macaquinhas e passou a actuar de uma forma que se pode dizer profissional. Pois é certo é que acabava sempre por fazer sexo com os homens que lhe davam dinheiro.
A intermediária
Trabalha junto dos hotéis, onde tem amigos que tratam de dar o seu contacto aos homens que chegam à procura de sexo fácil. O primeiro contacto é feito por telefone e depois é marcado um encontro informal, normalmente, de manhã ou de tarde. Nesse encontro, acerta-se que tipo de serviço e o preço. Normalmente, inclui uma saída à noite para jantar, uma ida a uma discoteca, e sexo no hotel onde o cliente está hospedado.
O preço varia entre os 150 euros e os 200 euros por noite. Neste nível, Sónia trabalha sem intermediários, e, muitas vezes, é ela que faz a intermediação para outras jovens. Aliás, hoje, Sónia trabalha muito a “arranjar festas de sexo” para determinados clientes e cobra uma percentagem. Há tempos, um grupo de homens de negócios ligados ao sector bancário, alugou uma boite da cidade para uma “festinha” particular e Sónia teve o trabalho de arranjar 18 moças bem parecidas e disponíveis. É com esse género de clientes que trabalha: “são pessoas que não querem andar nas ruas à procura de mulheres, nem tão-pouco ficar à espera que amigos lhe tragam as mulheres que, muitas vezes, deixam muito a desejar. Querem pagar, não querem ter chatices e apenas querem ter uma mulher bonita para lhes fazer companhia”. De facto, existe um certo tipo de clientes estrangeiros que, cansados da fábula da “crioula bonita e disponível para o sexo”, resolvem seguir a via profissional, pois o tempo para tentar conquistar uma crioula e ter sexo sem pagar não é muito e nem têm paciência.
Por isso, está disposto a pagar para “ter a crioula das suas fantasias na cama”. Pois Aquela que as mensagens subliminares que publicitam Cabo Verde como destino turístico vão colocando no consciente do turista e do empresário não está disponível para o sexo rápido , nem é prostituta. Por isso, muitos estão dispostos a pagar a bem para manter a fantasia de uma ilha cheia de mulheres bonitas, prontas para o sexo de borla e para o amor, como é caso de “ um senhor que me levou a mim e a uma amiga para um fim-de-semana na cidade da Praia e pagou a cada uma 200 euros, fora despesas de hotel, transporte e alimentação.”
O preço varia entre os 150 euros e os 200 euros por noite. Neste nível, Sónia trabalha sem intermediários, e, muitas vezes, é ela que faz a intermediação para outras jovens. Aliás, hoje, Sónia trabalha muito a “arranjar festas de sexo” para determinados clientes e cobra uma percentagem. Há tempos, um grupo de homens de negócios ligados ao sector bancário, alugou uma boite da cidade para uma “festinha” particular e Sónia teve o trabalho de arranjar 18 moças bem parecidas e disponíveis. É com esse género de clientes que trabalha: “são pessoas que não querem andar nas ruas à procura de mulheres, nem tão-pouco ficar à espera que amigos lhe tragam as mulheres que, muitas vezes, deixam muito a desejar. Querem pagar, não querem ter chatices e apenas querem ter uma mulher bonita para lhes fazer companhia”. De facto, existe um certo tipo de clientes estrangeiros que, cansados da fábula da “crioula bonita e disponível para o sexo”, resolvem seguir a via profissional, pois o tempo para tentar conquistar uma crioula e ter sexo sem pagar não é muito e nem têm paciência.
Por isso, está disposto a pagar para “ter a crioula das suas fantasias na cama”. Pois Aquela que as mensagens subliminares que publicitam Cabo Verde como destino turístico vão colocando no consciente do turista e do empresário não está disponível para o sexo rápido , nem é prostituta. Por isso, muitos estão dispostos a pagar a bem para manter a fantasia de uma ilha cheia de mulheres bonitas, prontas para o sexo de borla e para o amor, como é caso de “ um senhor que me levou a mim e a uma amiga para um fim-de-semana na cidade da Praia e pagou a cada uma 200 euros, fora despesas de hotel, transporte e alimentação.”
Séniores
No Mindelo, existem cerca de meia dúzia de “macacas seniores”, que são donas do seu negócio e não se conhece a ligação ao proxenetismo existente noutras paragens. A sua actuação é discreta. Profissional e facilmente podem ser confundidas com a “ bela crioula, linda, disponível, que anda na noite apenas para curtir e quem sabe encontrar o príncipe encantado, de preferência, estrangeiro e com muitos euros “. Mas a “macaca” é uma profissional, veste-se bem; perfumes de marca, telemóvel de última geração, mora num apartamento bem mobilado, é instruída, às vezes, culta e não anda á procura dos clientes, são estes que a procuram. Frequentam os hotéis, as festas da “socyete” mindelense, estão bem integradas na sociedade, algumas têm um companheiro e filhos.
A “macaca sénior ” não tem nada a ver com a antiga prostituta do Lombo e tão-pouco com a “mamazan” ou “mama”, que tinha “meninas de vida “ a trabalharem para ela. A “macaca” nasce com os novos tempos e com a mudança do perfil dos clientes que chegaram na pele de empresários, investidores, narcotraficantes, enfim, gente com dinheiro e com pouco tempo. Ela é o embrião do grande negócio que vai ser o sexo na cidade do Mindelo, da explosão imobiliária, dos hotéis de luxo, dos casinos, local escala de narcotraficantes, de gente à procura de diversão exótica, mas muito parecida com a Europa. A “macaca” sabe que está na curva do tempo e que se adoptou ao novo tempo.
A “Macaquinha”
A “macaca sénior ” não tem nada a ver com a antiga prostituta do Lombo e tão-pouco com a “mamazan” ou “mama”, que tinha “meninas de vida “ a trabalharem para ela. A “macaca” nasce com os novos tempos e com a mudança do perfil dos clientes que chegaram na pele de empresários, investidores, narcotraficantes, enfim, gente com dinheiro e com pouco tempo. Ela é o embrião do grande negócio que vai ser o sexo na cidade do Mindelo, da explosão imobiliária, dos hotéis de luxo, dos casinos, local escala de narcotraficantes, de gente à procura de diversão exótica, mas muito parecida com a Europa. A “macaca” sabe que está na curva do tempo e que se adoptou ao novo tempo.
A “Macaquinha”
Na escala hierárquica inferior, vamos encontrar a “macaquinha”, jovens entre os 13 e 18 anos. È neste escalão que se dá o inicio à prostituição, embora as jovens não admitem que se estão a prostituir, preferem dizer que “ eu vou com quem gosto, dou a quem quero, não vejo nada de mal que me dêem um telemóvel e um dinheirinho para comprar uma roupa”. Embora admitam que recebem dinheiro para ter sexo, a palavra prostituta, menina de vida, não é aceite por elas. “ Apenas me divirto. Saio com quem tem dinheiro para jantarmos, ir a uma discoteca. Não recebo para ter sexo. Não peço, são eles que dão”. Pode ser que, em alguns casos, isso seja verdade, como é verdade que a maioria das “macaquinhas” se habituou ao estilo de vida que leva: roupas caras, perfumes, dinheiro para beber e comprar e droga e que muito dificilmente vão conseguir sair e tão-pouco voltar à escola ou ao emprego, onde ganhava 10 mil escudos por mês. Por que fazer a noite no Mindelo, ainda por cima, todos os fins-de-semana, é muito caro. A “macaquinha” actua nos bares, nas discotecas, nas festas. Normalmente, actua em grupo, bebem muito e o seu alvo preferencial são os estrangeiros. São atrevidas e, normalmente, muito bonitas e capazes de “ prometer e fazer as maiores loucuras”. A sua abordagem não é a de uma prostituta clássica, a macaquinha tenta, de facto, seduzir o homem com a sua beleza, juventude e loucura. Ela gosta de sexo e gaba-se disso.
Só depois da sedução é que se atreve a pedir dinheiro e, normalmente, não pede como pagamento pelo sexo. Pede para pagar as propinas ou para o remédio para a velha mãe, ou para a comida. No princípio, ela sai com os estrangeiros que vêm passar pouco tempo na ilha, chega a sair com eles durante três ou quatro dias, pode ser vista nos bons restaurantes, nos hotéis, em bons carros. Normalmente, o cliente acaba por lhe dar uma “gratificação”, que ronda os 100 ou 150 euros. Afinal, a ilusão de conquistar uma jovem crioula tem o seu preço. A macaquinha sabe disso e cobra por isso. O seu grande trunfo é a sua juventude e a sua beleza e ela joga com isso. Sabe que os homens a desejam e sabem que para a ter é preciso entrar no jogo; fingir que é seduzido e ir puxando da carteira os cem ou 150 euros. A macaquinha não trabalha de borla. O seu estilo de vida é caro e é isso que lhe distingue da “pixinguinha”, que engata na rua e cobra dois mil escudos para ir com um cliente.
Só depois da sedução é que se atreve a pedir dinheiro e, normalmente, não pede como pagamento pelo sexo. Pede para pagar as propinas ou para o remédio para a velha mãe, ou para a comida. No princípio, ela sai com os estrangeiros que vêm passar pouco tempo na ilha, chega a sair com eles durante três ou quatro dias, pode ser vista nos bons restaurantes, nos hotéis, em bons carros. Normalmente, o cliente acaba por lhe dar uma “gratificação”, que ronda os 100 ou 150 euros. Afinal, a ilusão de conquistar uma jovem crioula tem o seu preço. A macaquinha sabe disso e cobra por isso. O seu grande trunfo é a sua juventude e a sua beleza e ela joga com isso. Sabe que os homens a desejam e sabem que para a ter é preciso entrar no jogo; fingir que é seduzido e ir puxando da carteira os cem ou 150 euros. A macaquinha não trabalha de borla. O seu estilo de vida é caro e é isso que lhe distingue da “pixinguinha”, que engata na rua e cobra dois mil escudos para ir com um cliente.
Na rua : sexo oral por apenas 500 paus
O fenómeno das macacas não fez desaparecer a prostituição clássica de uma cidade porto como Mindelo. Aliás, não existe concorrência por que o mercado onde cada uma opera é diferente. A dita “pixinguinha” trabalha na rua e os clientes são os nacionais da classe baixa; os cidadãos da costa ocidental africana; os tripulantes dos yates, os marinheiros que aportam no Porto Grande ou na CABNVE. Ultimamente, os marinheiros da frota de pesca chinesa vieram estimular o mercado da prostituição de rua. Neste estrato, estamos na presença da prostituta clássica da maioria dos países. Veste-se como uma prostituta e assume-se como tal, sem rodeios.
O cicerone mindelense contínua ligado à prostitua, continua a ser ele que traz os clientes, que controla a situação e que recebe uma parte do dinheiro por esse trabalho. Mas existem muitas, as mais novas, que são, digamos, “free-lancer “, actuam em quase todo o lado, junto dos carros pedindo boleia, oferecendo sexo oral por apenas 500.00, nos bares, nas discotecas. São muito jovens, como o caso de Suely, com 14 anos: “ não faço prostituição. Não é todos os dias. Mas costumo vir a andar desde a Ribeirinha até a Laginha e vou pedindo boleia e sou clara com o homem: digo-lhe que só faço sexo oral. Muitas vezes, chegam a dar-me mil escudos. Houve um senhor que chegou a dar-me 50 euros “
Da macaca à menininha que faz sexo oral por 500 escudos, uma coisa é certa: o mercado da prostituição no Mindelo, depois de muito chorar pelo tempo de cicerone, vida airada ta parti ganho pa mi pa bo, está activo. Cresceu e há muito dinheiro a circular. E dizem que só estamos no começo, por que o turismo de São Vicente vai ser um turismo de sexo. Nem mais. Algo mudou de uma forma rápida e subtil. O gato de Mané Jon já está a ser engordado na gemada?
O cicerone mindelense contínua ligado à prostitua, continua a ser ele que traz os clientes, que controla a situação e que recebe uma parte do dinheiro por esse trabalho. Mas existem muitas, as mais novas, que são, digamos, “free-lancer “, actuam em quase todo o lado, junto dos carros pedindo boleia, oferecendo sexo oral por apenas 500.00, nos bares, nas discotecas. São muito jovens, como o caso de Suely, com 14 anos: “ não faço prostituição. Não é todos os dias. Mas costumo vir a andar desde a Ribeirinha até a Laginha e vou pedindo boleia e sou clara com o homem: digo-lhe que só faço sexo oral. Muitas vezes, chegam a dar-me mil escudos. Houve um senhor que chegou a dar-me 50 euros “
Da macaca à menininha que faz sexo oral por 500 escudos, uma coisa é certa: o mercado da prostituição no Mindelo, depois de muito chorar pelo tempo de cicerone, vida airada ta parti ganho pa mi pa bo, está activo. Cresceu e há muito dinheiro a circular. E dizem que só estamos no começo, por que o turismo de São Vicente vai ser um turismo de sexo. Nem mais. Algo mudou de uma forma rápida e subtil. O gato de Mané Jon já está a ser engordado na gemada?
A Nação-Por Eduino Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.