LISBOA-Quarenta e quatro médicos cubanos firmaram um contrato de três anos com os serviços de saúde portugueses, anunciou hoje o Ministério da Saúde, que indica que os clínicos vão ser distribuídos por nove centros de Saúde do Alentejo, cinco do Algarve e um da região de Lisboa e Vale do Tejo. O objectivo é responder às necessidades das unidades "particularmente carenciadas de médicos de família", explica a tutela em comunicado.Moura, Ferreira do Alentejo, Almodôvar e Odemira, todos do distrito de Beja, e o último situado também no litoral, assim como Portel, do distrito de Évora, e Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Sines e Grândola, no Litoral Alentejano (distrito de Setúbal), são os concelhos alentejanos beneficiados com a entrada em funções dos médicos vindos de Cuba. No Algarve, será Albufeira, Silves, Lagos, Lagoa e Loulé a registar o reforço das equipas médicas. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, apenas o centro de saúde de Alpiarça vai ser abrangido pelas contratações, recebendo dois médicos.A contratação de médicos da América Latina para ajudar a suprir a carência de clínicos em vários centros de saúde do país, que o ministério já tinha identificado como estando localizados, sobretudo, nas regiões alentejanas de Beja e do Litoral Alentejano e no Algarve, era um processo que decorria há algum tempo. No comunicado de hoje, o Ministério da Saúde revela que a Administração Central do Sistema de Saúde I.P. e os Serviços Médicos Cubanos concretizaram o protocolo que permite aos médicos deste país exercer no Serviço Nacional de Saúde português "durante três anos". "Os 44 médicos têm mais de 10 anos de experiência profissional e a sua licenciatura foi reconhecida por uma Faculdade de Medicina portuguesa", adianta o ministério. Estes profissionais, pode ler-se ainda no comunicado, estão também "já inscritos na Ordem dos Médicos, possuindo todas as habilitações necessárias para exercer Medicina em Portugal".O Ministério da Saúde assegura ainda que continua a prosseguir, "em vários países", o "esforço de recrutamento de médicos", no quadro de acordos de cooperação com outros Estados, "respeitando as carências que outros países também têm e de acordo com o princípio da reciprocidade". Apesar desse mesmo "esforço", o ministério liderado por Ana Jorge lembra que, desde 2005, têm sido tomadas "várias medidas estruturais para resolver a falta médicos" do SNS, em particular de médicos de família. O aumento de vagas no curso de Medicina, que no próximo ano lectivo (2009/2010) vão permitir admitir no primeiro ano "1658 alunos", ou seja, "o maior número após o 25 de Abril", é uma das medidas enumeradas, tal como a criação daquela licenciatura na Universidade do Algarve, para atrair novos profissionais para o Sul do país. O ministério destaca ainda o "aumento acentuado" dos médicos em formação para Medicina Geral e Familiar, pois este ano entraram no internato dessa especialidade "314 jovens médicos", e a entrada em funcionamento de 196 Unidades de Saúde Familiar, que permitiram o acesso a médico de família por parte de "cerca de 240 mil utentes".
PÚBLICO.PT
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