JOANESBURGO-Uma multidão entusiástica recebeu hoje no aeroporto internacional OR Tambo de Joanesburgo os três atletas sul-africanos que ganharam ouro e prata em Berlim, tendo políticos e dirigentes acusado "os europeus e os media" de racismo contra Caster Semenya.
A campeã mundial dos 800 metros, de 18 anos, que foi sujeita a testes para apuramento do seu género pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), chorou emocionada ao ser recebida esta manhã como uma heroína nacional no aeroporto por milhares de compatriotas.
"Ela precisa de um dia de folga para dedicar algum tempo à família e recuperar do choque emocional provocado pelo triunfo, pela controvérsia em torno do seu sexo e pela recepção maravilhosa que recebeu à chegada", disse em conferência de Imprensa logo após a chegada o seu treinador Hendrick Mokmyetsi.
Semenya não falou durante a conferência de Imprensa, ocupando um lugar na mesa de honra lado a lado com o campeão dos 800 metros, Mbulaeni Malaudzi, e o medalha de prata do salto em comprimento, Khotso Mokoena, a deputada pelo ANC Winnie Madikizela-Mandela, e o presidente da Liga da Juventude do ANC, Julius Malema.
Durante a recepção aos atletas, que foi descrita por jornalistas locais como "um misto entre um serviço religioso e um comício político", o presidente da Liga da Juventude do ANC atacou numa curta alocução os brancos em geral e "os media controlados pelos brancos", acusando ambos de colocarem em questão o verdadeiro sexo da campeã dos 800 metros.
"Tu és nossa irmã. O que eu gostava de saber é porque é que não vieram aqui os brancos que te difamaram, e porque é que os media controlados pelos brancos, que aqui estão, não revelam as suas verdadeiras intenções, que são motivadas por racismo", disse a dada altura Malema.
Julius Malema ofereceu um prémio monetário a cada um dos medalhados sul-africanos em nome da Liga da Juventude do partido no poder, que ascende a 60 mil randes para Semeya, 40 mil para Malaudzi e 20 mil para Mokoena.
O controverso dirigente, que já compareceu até perante a Comissão dos Direitos Humanos na sequência de uma queixa contra os seus alegados discursos racistas, prometeu a Semenya que ela "tem a nação inteira a apoiá-la nas horas difíceis".
Também para o presidente da Federação Sul-africana de Atletismo (Athletics South Africa, ASA), Leonard Chuene, os problemas de Caster Semenya foram criados pelos europeus.
"Não permitiremos que sejam os europeus a descrever e a definir a nossa filha, nós vamos definir a nossa criança", garantiu Chuene.
Apontando um dedo acusador a "um órgão de comunicação sul-africano" que teria levantado toda a polémica, mas recusando-se a indentificá-lo, "para não ser processado mais tarde", o presidente da federação garantiu que o seu organismo apoiará até ao fim Caster Semenya da mesma forma que apoiou num passado recente Óscar Pistorius, o atleta branco duplamente amputado que requereu autorização para competir nos Jogos Olímpicos de Pequim, utilizando próteses em forma de lâminas.
"A história (sobre o sexo de Semenya) emanou da África do Sul, e tenho provas disso. A Austrália é apenas um bode expiatório. A história foi levada à IAAF por sul-africanos. Mas nós apoiamo-la até ao fim, ela é uma rapariga e temos a certeza disso", declarou Leonard Chuene.
A campeã mundial dos 800 metros, de 18 anos, que foi sujeita a testes para apuramento do seu género pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), chorou emocionada ao ser recebida esta manhã como uma heroína nacional no aeroporto por milhares de compatriotas.
"Ela precisa de um dia de folga para dedicar algum tempo à família e recuperar do choque emocional provocado pelo triunfo, pela controvérsia em torno do seu sexo e pela recepção maravilhosa que recebeu à chegada", disse em conferência de Imprensa logo após a chegada o seu treinador Hendrick Mokmyetsi.
Semenya não falou durante a conferência de Imprensa, ocupando um lugar na mesa de honra lado a lado com o campeão dos 800 metros, Mbulaeni Malaudzi, e o medalha de prata do salto em comprimento, Khotso Mokoena, a deputada pelo ANC Winnie Madikizela-Mandela, e o presidente da Liga da Juventude do ANC, Julius Malema.
Durante a recepção aos atletas, que foi descrita por jornalistas locais como "um misto entre um serviço religioso e um comício político", o presidente da Liga da Juventude do ANC atacou numa curta alocução os brancos em geral e "os media controlados pelos brancos", acusando ambos de colocarem em questão o verdadeiro sexo da campeã dos 800 metros.
"Tu és nossa irmã. O que eu gostava de saber é porque é que não vieram aqui os brancos que te difamaram, e porque é que os media controlados pelos brancos, que aqui estão, não revelam as suas verdadeiras intenções, que são motivadas por racismo", disse a dada altura Malema.
Julius Malema ofereceu um prémio monetário a cada um dos medalhados sul-africanos em nome da Liga da Juventude do partido no poder, que ascende a 60 mil randes para Semeya, 40 mil para Malaudzi e 20 mil para Mokoena.
O controverso dirigente, que já compareceu até perante a Comissão dos Direitos Humanos na sequência de uma queixa contra os seus alegados discursos racistas, prometeu a Semenya que ela "tem a nação inteira a apoiá-la nas horas difíceis".
Também para o presidente da Federação Sul-africana de Atletismo (Athletics South Africa, ASA), Leonard Chuene, os problemas de Caster Semenya foram criados pelos europeus.
"Não permitiremos que sejam os europeus a descrever e a definir a nossa filha, nós vamos definir a nossa criança", garantiu Chuene.
Apontando um dedo acusador a "um órgão de comunicação sul-africano" que teria levantado toda a polémica, mas recusando-se a indentificá-lo, "para não ser processado mais tarde", o presidente da federação garantiu que o seu organismo apoiará até ao fim Caster Semenya da mesma forma que apoiou num passado recente Óscar Pistorius, o atleta branco duplamente amputado que requereu autorização para competir nos Jogos Olímpicos de Pequim, utilizando próteses em forma de lâminas.
"A história (sobre o sexo de Semenya) emanou da África do Sul, e tenho provas disso. A Austrália é apenas um bode expiatório. A história foi levada à IAAF por sul-africanos. Mas nós apoiamo-la até ao fim, ela é uma rapariga e temos a certeza disso", declarou Leonard Chuene.
OJOGO.PT
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