segunda-feira, 21 de junho de 2010

ANGOLA/BRASIL:Brasil pode reforçar linha de crédito a Angola

LUANDA-O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, inicia na quarta-feira uma visita oficial ao Brasil, numa altura em que Luanda e Brasília têm na agenda o fortalecimento das relações económicas com um previsto aumento da linha de crédito brasileira para Angola.
Nesta visita, para além do aumento da linha de crédito que o Brasil mantém aberta para apoiar as exportações para Angola, está ainda em cima da mesa a possível assinatura de mais de uma dezena de instrumentos jurídicos para consolidar a relação bilateral.
Carlos Iglesias, encarregado de negócios da embaixada brasileira em Luanda, explicou hoje que os documentos a assinar centram-se nas áreas financeira, de defesa, agrícola e industrial.
Os valores que estão em negociação para o aumento da linha de crédito brasileira para Angola não foram especificados.
Iglesias lembrou que, apesar do crescente relacionamento económico entre Luanda e Brasília, em 2009 "houve um declínio nas exportações de petróleo de Angola para o Brasil", justificado com o facto de o Brasil ter descoberto importantes reservas no seu território.
O presidente angolano, segundo o diplomata brasileiro "já manifestou interesse em receber e reforçar a cooperação na área produtiva, na área industrial e agrícola, em que Angola precisa de formar as bases de uma posição mais forte".
Para além das relações políticas, de há muito consolidadas entre os dois países, Angola, como de resto a generalidade dos países lusófonos, sofre uma profunda influência brasileira, através das telenovelas, da música ou da literatura.
Mas é no campo económico que Luanda e Brasília vivem momentos altos, desde logo com o interesse já manifestado pela petrolífera angolana, Sonangol, em estar nas novas oportunidades que o sector está a abrir do outro lado do Atlântico, bem como a crescente presença da Petrobras em Angola.
A forte presença das empresas brasileiras em Angola é visível, com a construtora Odebrecht na linha da frente, e ainda a volumosa linha de crédito que Brasília abriu para Luanda em 2009, de quase dois mil milhões de dólares, que agora deve ser reforçada nesta visita de Eduardo dos Santos.
Em 2009, as trocas comerciais entre Angola e o Brasil ascenderam aos quatro mil milhões de dólares, em que Angola pouco mais que o petróleo exporta para este país.
As grandes marcas do Brasil económico em Angola dão pelo nome de Odebrecht, Camargo Correia, António Guterrez, Queirós Galvão, todas com a construção como principal actividade e também a Petrobras, que ainda este ano anunciou a descoberta de petróleo em Angola, onde tem várias participações em conjunto com a angolana Sonangol, entre outras.
Mas, como salientou Alberto Ésper, presidente da Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN), em entrevista a O País, na agricultura, comércio geral, saúde e educação, a presença brasileira é significativa.
A atestar isso mesmo está o facto de a AEBRAN estimar que mais de 200 empresas brasileiras estão actualmente a operar no mercado angolano e a lista das principais exportações brasileiras para Angola é liderada pelos produtos industrializados, máquinas e equipamentos para a construção civil, materiais de construção, aço, vidros, material escolar e médico, alimentos e aviação, através da EMBRAER.
OJE/LUSA

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